Capítulo 19

2.7K 98 18
                                        

Afonso

Assim que as portas se abriram e Catarina entrou, não pude deixar de ficar encantado com tamanha beleza. Ela estava maravilhosa e acho que minha cara de idiota olhando, não deixou de ser percebida. Porque eu estava assim? Enquanto ela andava, vi seu olhar totalmente voltado para mim, ela carregava um sorriso em seu rosto, mas seus olhos estavam brilhando de um modo encantador. Até o momento que os desviou para um ponto distante e então o brilho se extinguiu, agora eles só estavam carregados com uma sombra obscura, ela estava assustada e por isso paralisou a pouquíssimos passos de onde eu me encontrava, Catarina permaneceu olhando para o ponto distante, como se tentasse acreditar se o que estava vendo era real, eu olhei na direção em que ela olhava e só vi alguém encapuzado saindo, naquele momento eu voltei minha direção para ela e apenas a chamei, para que o que quer que fosse que estivesse assustando-a, ela soubesse que eu estava ali, e assim que seus olhos voltaram aos meus, o brilho voltou, porem enfraquecido, estendi minha mão e ela a pegou e segurou com força e permaneceria segurando-a até o fim da cerimônia.

O bispo que se encontrava celebrando nossa união, começou falando do enlace entre duas pessoas e como isso era importante para o amor crescer. Apesar de ser um acordo entre reinos, não significava que o amor não poderia surgir desse casamento. E foi com tais palavras que me perguntei o que estava sentindo por Catarina? O que ela estava me fazendo sentir? que fazia com que pensar em Amália fosse apenas uma memória que parecia ter muito tempo.

Trocamos as alianças e fizemos o juramento, mas apesar de tais palavras saírem perfeitamente da boca de Catarina percebi que ela estava abalada, algo que só presenciei quando se remetia a alguém com quem ela se importava muito, como o pai em perigo. O que havia assustado ela?

- Pode beijar a noiva? – E assim fizemos. Um singelo beijo, porém, carregados de sentimentos indescritíveis. Seguimos o caminho para fora da igreja e pegamos uma carruagem, que nos levaria de volta ao castelo, onde uma festa nos aguardaria. Já sentados, pude ver pela janela os cidadãos com as bandeiras comemorando e se preparando para a festança a noite que eles realizavam devido ao casamento real. Seguimos caminho e não pude deixar de perceber o quão ela estava quieta.

- O que está acontecendo com você Catarina?

- Como? Eu estou bem Afonso, serio só fiquei triste porque queria que meu pai estivesse presente, apenas isso. – Quase acreditei no que ela havia dito, mas os olhos que eu vi foi de medo quando ela estava entrando. Podia até ser uma parcela da verdade, mas não toda.

- Pode não parecer Catarina, mas eu sei que não é toda verdade. Sei que muito boa em guardar os sentimentos, mas vi você com medo no altar. – Ela virou a cabeça para a janela e sorriu para as pessoas acenando, depois voltou para mim e disse.

- Quer mesmo saber? Você vai achar que eu estou louca.

- Te apoiarei, somos parceiros agora.

- É que eu... eu vi o homem que matou minha mãe, na igreja. Ele estava olhando para mim Afonso e olhou como... não sei raiva talvez. Isso me deixa tão confusa.

- Vai ver foi só nervosismo e você acabou vendo isso. – Ela sorriu.

- Eu sabia que não ia acreditar. – Antes de responder qualquer coisa, a carruagem parou e tivemos que descer, andamos até o pátio do castelo e entramos. O salão principal se encontrava lotado de nobres, para nos saudar, todos com taças erguidas prontos para o brinde.

- Aos futuros reis de Montemor e Artena. – Disse minha avó. E todos brindaram.

Enquanto esperávamos a ceia ser servida, circulamos juntos pelo salão, cumprimentando a todos. Até que tive que me separar de Catarina por instantes e a perdi de vista totalmente. Passei um bom tempo sozinho apenas cumprimentado alguns nobres, até avistar minha avó. Ela estava entrando na sala de reuniões e com alguém que eu não estava conseguindo reconhecer, fui até seu encontro e entrei antes que percebessem.

DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora