Capítulo 11

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Afonso

Já fazia cinco dias desde a morte de Amália e eu realmente não estava conseguindo lidar com a perda de minha amada, passei todos esses dias dando desculpas de indisposição para minha avó, que já estava ficando preocupada comigo. Ainda deitado em minha cama, não conseguia sair dali, nem mesmo para comer. Ouvi passos apressados no corredor e as portas do meu quarto foram abertas com força.

- Você deveria se envergonhar Afonso. – A voz de Rodolfo saiu autoritário – porque está fazendo isso, dando uma de inconsequente e preguiçoso? coisa que eu nunca vi você fazer, o que está acontecendo? - Me levantei e sentei na cama.

- Nada Rodolfo, pode se retirar agora? – ele me olhou com a cara séria.

- Afonso, você será o futuro rei de Montemor e está agindo como um idiota, dormindo o dia todo, sai por aí sem comunicar a ninguém ou sem levar guardas, não liga para mais nada. O que está acontecendo? Não vou sair enquanto não me disser. Por acaso tem a ver com a moça que te encantou?

- Sim. – Hesitei um pouco, mas resolvi falar - o nome dela é Amália, foi ela quem te salvou na floresta. E como forma de recompensa eu ofereci um emprego a ela no castelo irmão. – Meus olhos começaram a marejar.

- E ...

- Nos apaixonamos, disse a ela que daria um jeito de me livrar do casamento com Catarina, mas enquanto isso mantive o nosso relacionamento em segredo, só o pai e alguns amigos dela sabiam.

- Deixe me adivinhar, ela te deixou porque não solucionou isso?

- Aconteceu um acidente Rodolfo, ela morreu – meus olhos vacilaram e as lágrimas escorreram pelo meu rosto. – Vendo meu estado Rodolfo veio até mim e me abraçou.

- Sinto muito meu irmão, mas como? quando? – perguntou se desvencilhando de mim.

- Já faz cinco dias, ouve um incêndio em sua casa, ninguém sabe como aconteceu, como começou, apenas sabemos que nenhum sobreviveu.

- Isso é realmente muito triste Afonso, sinto muito.

- Acho que nunca vou amar alguém como eu a amei.

- Você fala com tanta convicção.

- Claro. Ninguém ama alguém da mesma forma.

- É. realmente, mas com certeza com diferentes intensidades. A questão é que você não sabe e nunca vai descobrir recluso neste quarto.

- Eu sei irmão. Apenas preciso de tempo e logo volto a ser o que eu era.

- Tempo é uma coisa que não temos. – Ele me olhou preocupado.

- O que aconteceu Rodolfo? Algo com nossa avó? – Perguntei ansioso.

- Não, mas com sua noiva.

- O que aconteceu com Catarina? – perguntei preocupado.

- Foi sequestrada pelo duque de Vicenza, Constantino. – A preocupação começou a tomar conta dos meus pensamentos depois de tal revelação. Me levantei e comecei a me trocar. – Achei que fosse permanece recluso.

- Não, Catarina precisa de mim, não pude fazer nada por Amália, mas vou fazer por ela.

- O que pretende?

- Vou me apresentar ao rei Augusto para ajudar a recuperar a princesa. Sabe dizer porque fez tal feito o Infeliz? e como ficou sabendo disso? - Enquanto Rodolfo me contava que nossa avó havia recebido o comunicado hoje pela manhã e que aquele Duque idiota fez isso só para conseguir tirar dinheiro de Augusto, eu me apressava em estar pronto para a viagem, precisava chegar logo, precisava salva-la.

Assim que deixei meus aposentos comuniquei a minha avó que deixaria o castelo para ajudar o rei Augusto. Ela apenas consentiu e pediu para que eu tivesse cuidado nessa empreitada.

*

A viagem durou mais do que eu imaginava, mas assim que cheguei. Não pude deixar de notar a sensação de surpresa do rei, porém ao mesmo tempo um agradecimento em seu olhar. Ele sabia o porquê de eu estava ali e sabia também que eu faria o que fosse preciso para ajudá-lo a salvar Catarina.

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