capítulo 23

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Afonso

Quando a reunião finalmente acabou pude falar com a minha avó sobre Sebastian, queria saber onde ele estava, se partiu porque não se despediu? fazia alguns dias que não o viu e comecei a ficar preocupado.
- Minha vó, onde está Sebastian?
- Ele saiu para resolver algumas pendencias em umas vilas próximas do reino, disse que em breve retornava. Só não se despediu porque recebeu um chamado as pressas.
- Ah, compreendo. Que bom que ele vai voltar então, achei que havia partido como das últimas vezes. Gostaria de apresenta-lo a Catarina. – Ela me olhou curiosa.
- Eles ainda não foram apresentados?
- Por incrível que pareça não, nem se quer se encontraram no castelo. E ele me lembra muito minha mãe, gostaria que ela o conhecesse.
- Meu neto, devo lhe alertar que seu tio, não é tão confiável quanto aparenta. A coisas sobre ele que você não sabe, seja bom como sempre foi, mas não confie demais.
- Porque diz isso minha avó? Sei que não gosta de Sebastian, mas por que tal aviso?
- Não é nada meu neto, é que em breve você será rei, sua coroação se aproxima cada vez mais e receio que sempre tente ver o bem nas outras pessoas e isso pode ser sua queda. Só digo isso para que tenha cuidado. – Aquelas palavras pesaram um pouco e percebi que esse não era todo o motivo daquele alerta, mas já que ela não me revelava preferir não continuar.
- Tenha um boa noite minha avó. – Beijei sua cabeça e me retirei da sala do trono. Estava a caminho do quarto quando escutei alguém gritar na outra ala do castelo, corri pelos corredores, mas não conseguia saber onde estava a pessoa que havia gritado, não conseguia encontrar. Até que avistei alguém caído com um manto preto e assim que me aproximei percebi que era Catarina, meu Deus o que ela estava fazendo ali? Ela parecia estar ferida com um corte em seu braço, mas o que mais achei estranho quando a vi foi a faca em sua mão. Onde ela havia arranjado tal adaga? Deixei essas perguntas de lado e tentei acorda-la, desperta-la de alguma forma, precisava ver se estava bem, para pode procurar respostas do que acabará de acontecer.
- Catarina, Catarina – mexi em seus ombros e nada. – Por favor meu amor acorde. – E como se pudesse me ouvir ela abriu seus olhos, me olhou.
- Afonso? – falou de forma frágil e desmaiou novamente. A mantive ali deitada e olhei ao redor, o corredor estava deserto, só havia uma porta escancarada e quando entrei vi o corpo de Eros ensanguentado e vários símbolos, como se um ritual tivesse sido feito. Ao mesmo instante voltei minha atenção a Catarina e olhei assustado para ela, será que ela havia feito isso? Impossível, por que ela faria? E foi me questionando que me lembrei de algo que meu tio tinha dito, ela é filha de uma bruxa. Ela poder... NÃO. Me recuso a acreditar nisso, vou tirar ela daqui e chamar os guardas. Segurei Catarina em meus braços e fui até seu quarto deixa-la. Comuniquei a Romero sobre o acontecido e ele mandou seus homens verificarem o perímetro do castelo e tirarem o corpo. O que íamos fazer, Eros era o príncipe herdeiro de Vicenza, como o pai dele reagiria com o filho morto em outro reino? Precisava comunicar a minha avó o quanto antes e assim que avistei Romero novamente, pedi para que passasse tal informação. Eu precisava saber como Catarina estava e o que havia acontecido então voltei ao quarto onde a havia deixado e Lucíola se encontrava cuidando do ferimento em seu braço.
- Catarina? - ela abriu seus olhos pesadamente e Lucíola que acabara de terminar de enfaixar o seu braço saiu e nos deixou a sós, sentei ao seu lado na cama. – como você está? O que aconteceu?
- Tudo está meio confuso Afonso, eu me lembro de um barulho, um sonho, uma faca. A meu Deus, Eros, Eros está morto Afonso. – Ela me olhou em choque e começou a chorar e a abracei.
- Calma meu amor, eu preciso que me conte com calma.
- O homem, o homem do capuz o assassino da minha mãe Afonso ele está aqui, está me assombrando, ele quer me matar. – Ela disse isso agitada em meio as lagrimas, percebi o quanto ela estava assustada.
- Clama, eu estou aqui, estou com você não vou deixar que ele chegue perto de você.
- Mas ele já chegou Afonso. – E me mostrou o braço e depois me abraçou, como se temesse me largar. O que havia acontecido? 
- Mas não vou deixar de novo, agora calma. Estou aqui e não vou sair.
- Obrigada. – Lucíola entrou no quarto e pedi para que preparasse um chá, para acalmar Catarina, ela assim o fez e quando retornou fiz Catarina toma- ló todo, para que conseguisse dormir.
- Lucíola chame o doutor Lupércio amanhã logo cedo, quero que ele examine o estado dela.
- Claro alteza.
- Agora pode se recolher, se precisar de algo eu a chamo. – Me levantei e troquei minhas vestes e voltei para cama, abracei Catarina, para que soubesse que eu estava ali, ela abriu os olhos um pouco sonolenta e falou.
- Sei que eu nunca te disse isso, mas eu te amo Afonso. – E fechou os olhos novamente e voltou a dormir. Aquelas palavras fizeram o meu coração se aquecer, ela realmente nunca as tinha dito e percebi que escutar ela dizer isso me deixava muito feliz.
- Eu também te amo. – E então dormimos.

*
Assim que acordei, a vi dormindo tranquilamente e isso me fez bem, chamei Lucíola e ela me disse que já havia chamado doutor Lupércio.
- Fique com ela, até eu voltar, não a deixe só.
- Sim alteza. – E sai do quarto, nem se quer fiz meu desjejum, fui direto para a sala do trono e me deparei com meu tio, minha avó e mais duas pessoas. Uma era criada do castelo e a outra parecia um representante real.
- Bom dia minha avó.  – E me aproximei. – O que está acontecendo?
- Este é Lorenzo, representante de Vicenza. Mandei a noticia ao rei assim que soube do acontecido, ele mandou um investigador para tentar descobrir o que realmente aconteceu.
- E está jovem?
- Ela parece ser a única testemunha. – disse meu tio. – Agora minha cara queira retornar o que estava dizendo.
- Eu vi a rainha Catarina passando pelo corredor a noite e depois a vi caída de frente ao quarto do jovem Eros com a faca em sua mão.
- O que ela está dizendo é muito grave. Está acusando sua futura rainha? – perguntei irritado. Ela me olhou assustada.
- Não alteza, só estou dizendo o que vi.
- Pois se retire e não diga mais tais sandices. – Meu tio me olhou surpreso.
- Você nunca tratou ninguém assim Afonso, nem mesmo os criados. – Meu falou.
- Como sabe? nunca permaneceu tempo suficiente para me conhecer. – Ele me olhou entristecido e se retirou.
- Perdoe-me por esse discursão senhor Lorenzo, creio que queira continuar sua investigação e lhe concedo total permissão.
- Obrigada majestade. – E se retirou.
- Você devia ficar mais calmo meu neto. A garota só estava dizendo o que viu.
- Eu sei minha avó, é que... acusar Catarina, o que ela ganharia com isso?
- É catarina, não ganharia nada com a  morte de Eros, mas a verdade vai aparecer meu neto, só temos que ter paciência. - Sai da sala do trono e pretendia comer alguma coisa quando o meu tio, me abordou no meio do corredor.

- Me desculpa por ter tratado você daquela forma.

- Tudo bem, sei que fui um tio ausente. Eu também devo pedir desculpas.
- É que vê alguém acusar Catarina me inrritou.

- Mas foi o que a moça viu Afonso e você sabe o que eu penso.

- Catarina não é uma bruxa, você pode dizer isso quantas vezes quiser vou continuar negando esse absurdo.

- Mas eu não vou. - Ao escutar aquela voz me virei de surpresa ao ver Lorenzo com cara de vitorioso.

- Me desculpa príncipe Afonso, mas acho que sua noiva deve ser interrogada e possívelmente ir presa.

- Como ousa? - me aproximei o bastante dele.

- Ela foi encontrada na porta do quarto com uma faca e agora o seu tio alega que ela é uma bruxa, os símbolos deixadas no quarto só podem ter sido feitos por ela. Não posso deixar passar o que está bem na minha frente. E você não vai me impedir de falar com ela ou prende-la. - o olhei irritado e derrotado Lorenzo estava certo, ele podia fazer isso a pessoa que havia morrido não era qualquer pessoa, era o herdeiro de Vicenza e se prender uma rainha era a questão, isso não o impediria.

* Desculpa qualquer erro, espero que gostem :)

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