7 • A audição

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O dia das audições havia chegado e eu nunca tinha estado tão confiante como naquele dia.

Acordei com o despertador do celular e uma mensagem de Vinicius.

Vini: Ansioso para o grande dia?

Eu: Que grande dia você quer dizer?

Vini: O da audição oras...

Eu: Tá, mas cadê o grande dia?

Vini: Bobo.

— Garoto, larga esse celular, levanta dessa cama e vai se aprontar! — mamãe disse da cozinha.

"Caramba, como essa mulher consegue saber o que estou fazendo a uma distância tão grande assim?", pensei comigo mesmo.

— Fácil! Sou sua mãe...

"Que porra essa?", pensei.


Na escola...

Cheguei e Vini estava me esperando logo na entrada. Entramos e fomos para nossa primeira aula que seria Química.

A audição seria no final do dia, portanto teríamos que esperar por oito horas até que pudéssemos ir ao auditório para que realizássemos nosso teste.



No almoço...

Vinicius e eu nos sentamos com nossas bandejas, e ele como de costume não parou de comentar sobre assuntos relacionados com a sua ansiedade.

— Qual peça que iremos apresentar no final do ano? Qual personagem será que vou interpretar? O roteiro não pode ser muito grande porque certamente vou acabar esquecendo minhas falas...

— Vini?

— Oi?

— Eu tenho cara de Google?

— Seu grosso!

— Cara, nem sabemos ainda se conseguiremos ser aceitos, e dada a fila de ontem para as inscrições, nós teremos muita concorrência...

Antes que Vinicius pudesse dizer qualquer coisa a respeito, ouvimos uma voz que já tínhamos ouvido outrora.

— Posso me sentar com vocês? — perguntou simpaticamente Gabriela, que estava mordendo seus lábios, provavelmente com receio de ser recusada em nossa mesa.

— Nossa, que déjà-vu acabei de ter agora — Vini disse.

— Pode sim! — eu permiti.

Depois de algum tempo que passei olhando para Vini tentando passar um recado com meu olhar, ele havia entendido a mensagem.

— Bem, Gabriela...

— Gabi.

— Certo, Gabi... sobre outro dia... eu queria me desculpar se pareci rude com você. Realmente não foi a minha intenção!

— Desculpo sim Vini seu bobinho, — ela disse apertando as bochechas dele e depois voltando a segurar seus talheres — se eu também gostasse de garotos saiba que eu te acho um gatinho!

Não haviam tomates maduros mais vermelhos que as bochechas de Vinicius naquele momento. Infelizmente não pude conter o riso.

— Nossa hein Vini... vai conseguir dormir com essa? — brinquei.

— Hahaha, muito engraçado! — ele disse em tom de deboche. — Eu também tenho uma! Gabi, sabia que o Nicholas no dia das inscrições ficou super sem jeito com um crush dele?

O melhor ano do nosso colegialOnde histórias criam vida. Descubra agora