11 • A festa do teatro

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Eu estava nervoso especialmente naquela manhã de Sábado. Depois de um mês de espera, finalmente o tão aguardado dia havia chegado: A festa do teatro.

Mesmo sabendo que Ethan era hétero, pensei que eu pelo menos poderia testemunhar como ele se comportava enquanto bêbado e tudo mais... Ethan era alguém que eu precisava esquecer, e apesar de eu saber que as vezes eu ainda idealizava coisas com ele, também sabia que um dia eu iria parar e voltar para o mundo real.

Acordei  às 10 horas da manhã, liguei o celular logo de cara e comecei a mexer  em algumas redes sociais. Quando vi uma foto de Antoine, lembrei que ele não iria à festa por achar o teatro coisa de gay. Eu estaria seguro de noite, o que significava diversão na certa com meus amigos.

Ah...  amigos... como era bom tê-los junto a mim! Vini com suas risadas lindas  e engraçadas, logo depois de Gabi com suas piadas. Eu gostava muito dos  dois, até tínhamos criado um grupo no Whatsapp de nós três.

Enquanto eu mexia no celular, notei uma notificação vinda de nosso grupo.

Gabi: Vamos todos nos encontrar em minha casa e irmos juntos para a festa?

Vini: Claro!

Gabi: Nick, eu sei que você leu a mensagem... e você?

Eu: E tenho outra escolha?

Gabi: kkkkkkk não!

Bloqueei  o celular e comecei a pensar em quais roupas eu iria usar de noite,  certamente usaria uma das calças jeans que eu havia comprado com Ethan,  mas ainda não sabia qual camiseta usaria.

— Com dúvida na escolha querido? — Perguntou minha mãe encostada no batente da porta.

— Acho que sim...

— Deixe-me ver... — ela disse entrando e encarando as roupas que eu tinha penduradas nos cabides — o que acha desta aqui? — Sugeriu segurando uma camiseta vermelha lisa.

— Essa é muito simples...

— E que tal esta outra?

— Muito poluída!

— E que tal a que sua vó te deu ano passado? Sei o quanto você gosta dela!

— Hmm, pode ser que sim.

— Eu sabia... você a usa para tudo, quem vê pensa que não te compro camisetas.

Rimos.

Fiquei  algum tempo me encarando no espelho, pensando em muitas coisas. Sempre  costumei ter uma autoestima bem instável, num dia alta e no outro baixa, e hoje ela estava normal. Normal, normal, normal...

Uma notificação em meu celular em cima da cama me chamou a atenção. Quando fui verificar, vi que era mensagem de Vini.

Vini: Manda nude de hoje!

Eu: O quê?

Vini: Ops, foi o corretor... manda foto da camiseta que vc vai usar hoje.

Eu: Kkkkkk, tá bom.

Mandei a foto da camiseta esticada em cima da cama.

Vini: A camiseta do dia da palestra...

Eu: Nos vimos naquele dia?

Vini: Só porque você não me viu, não significa que eu também não tenha te visto kkkkk

Eu: Hahahahahaha

Tudo  que Vini dizia soava fofo; ele andando era fofo e ele bravo era mais ainda. Desde o dia em que tirei o braço dele dos meus ombros, ele nunca  mais colocou de novo, por mais que eu quisesse mas estivesse com muita  vergonha de pedir. Sem falar que ninguém chega pra ninguém pedindo esse  tipo de coisa.

O melhor ano do nosso colegialOnde histórias criam vida. Descubra agora