Depois da festa, todos fomos para a casa de Gabi de Uber, mas desta vez, ela foi na frente, permitindo assim com que Vini e eu pudéssemos ir um ao lado do outro com mãos dadas e cabeças apoiadas uma na outra.
A cada curva nossos olhares se cruzavam, como se esta fosse a única coisa que nós realmente fazíamos questão de fazer, pois mesmo estando um pouco bêbados, tudo aquilo era real e ambos sabíamos disso.
Gabriela parecia ter se tornado a melhor amiga de Jorge — o motorista do Uber. Ela não parava de falar que estava apaixonada pela menina do banco de trás, e que estava brava, pois os garotos — eu e Vini — separaram ela da amada.
— Cala a boca, Gabriela! — falei, — agora é nossa vez de ficarmos juntos.
O destino fora caridoso com a gente e nos fez fazer uma viagem com o cara mais compreensível do mundo. Imagina quantas coisas erradas poderiam dar se estivéssemos tendo esta conversa com o mais homofóbico dos motoristas de Uber.
Abrimos a porta e, assim como da última vez, chegamos na sala que já estava com as camas improvisadas no chão. Gabi colocou a sua ao lado da de Amalie e Vini e eu fizemos o mesmo com as nossas; ele sorriu para mim quando arrastou a dele mais próxima da minha e eu correspondi. Colocamos nossos pijamas e no minuto seguinte todos já estavam deitados sobre as colchas, lençóis, cobertores e travesseiros.
— Posso dormir abraçado com você? — Vini, que estava atrás de mim, perguntou com seus lábios em meu ouvido. Pude sentir o cheiro de álcool saindo de sua boca e penetrando em meu nariz.
— Pode.
Ficamos de conchinha. Vinicius encaixou sua barriga perfeitamente nas minhas costas e suas pernas, bem, encaixaram tão bem quanto uma última de peça que falta num quebra-cabeças. Não vou mentir, senti perfeitamente seu volume no meio das minhas nádegas através o tecido fino de nossos pijamas.
Ele beijou meu pescoço e me abraçou ainda mais forte. Agora sua pélvis estava ainda mais prensada em mim. Peguei sua mão que estava em minha barriga, levei até a minha boca e comecei a dar vários beijinhos. Eu não tinha certeza se Vinicius havia lavado a mão, mas com a esperança de que havia contida em meu coração, coloquei seu dedo indicador na minha boca; estava salgado, porém a sensação sumiu quando ele colocou o dedo do meio e ficou abrindo e fechando ambos. Eu não sabia direito o que estávamos fazendo, mas eu havia visto este tipo de coisa em alguns vídeos que eu assistia sozinho de vez em quando em meu quarto quando mamãe saía e eu ficava sozinho em casa.
Virei para ele e com a luz lunar passando por entre os vidros das janelas imensas da sala de Gabi, eu podia ver nitidamente seu rosto; nossos paus duros se encostavam um no outro e com um beijo ambos sabíamos que poderíamos ter feito algo como aquilo há muito tempo.
— Vamos dormir — sussurrei, pois estava com sono e não queria acordar as duas amantes próximas de nós.
Voltamos para a posição anterior. Eu agradecia mentalmente ao universo pela bebida ter me dado coragem de fazer coisas que eu nunca teria feito enquanto sóbrio naquela noite. Fechei os olhos, feliz, e com Vinicius encaixado perfeitamente atrás de mim.
***
Agora foi a vez da luz solar passar pelas janelas e aterrissar em nossos rostos. Olhei para cima, mas depois sentei rapidamente quando percebi que Amalie levantou depressa e correu para o banheiro.
— Ela vai sofrer bastante hoje! — Vinicius comentou ainda deitado com os olhos fechados, mas ouvindo o som do vômito de A vindo do banheiro.
Eu ri e olhei para trás em direção de Gabi, que parecia ainda estar em seu oitavo sono; depois olhei para Vini e ele me viu e sorriu, então ele me puxou para cima dele e me deu um selinho.
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O melhor ano do nosso colegial
JugendliteraturNicholas é um garoto gay que acaba de sair da sua antiga cidade para viver uma aventura em São Paulo junto com a mãe Joana, que luta para encontrar um emprego e manter uma vida estável com o filho, logo após um trágico divórcio. O jovem amante de mú...