18 • A Festa Junina

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Chegou Junho, o mês das Festas Juninas.

O pé de Vinicius já estava totalmente curado. Depois do dia em que ele me roubou um selinho quando fui o visitar em sua casa, nunca mais tocamos no assunto ou fizemos algo do tipo novamente. O máximo que fazíamos era passar o braço pelo ombro um do outro, e mesmo assim era muito difícil disso acontecer.

Neste mês todos os clubes tiveram que fazer alguma coisa relacionada ao tema de seu clube para a Festa Junina Da Jorge Dallas, o evento mais esperado do ano.

O clube do teatro — onde Vini e Gabi estão — ficou responsável por toda a decoração. O Clube de música — do qual eu faço parte — teve o trabalho de cuidar da música do evento. O clube de gastronomia teve uma barraca só para que eles pudessem vender os seus doces.

A escola iria contratar uma empresa específica para vender comidas nas barracas, mas os alunos poderiam vender coisas também, porém, todo o dinheiro arrecadado iria ser disponibilizado para diversas instituições de caridade espalhadas pela cidade.

— Fiquei sabendo que clube dos esportes vai fazer uma barraca do beijo!— disse Vini enquanto aguardávamos nossa vez na fila do almoço.

— Está de olho nos meninos Vinicius Alencar? — perguntou Gabi toda maliciosa para cima dele.

— Por que diabos ninguém se lembra que eu também gosto de meninas?

— Ah, é mesmo...

Eu ri silenciosamente enquanto pegava a bandeja e me preparava para pegar o arroz.

Quando sentamos à mesa eu continuei a conversa sobre a Festa Junina:

— Quando vai acontecer mesmo?

— No final do mês! — respondeu Gabriela parecendo ter ficado mais animada.

— Eu e o pessoal do meu clube de música vamos aprender a tocar instrumentos de Festa Junina para tocarmos no dia...

— Que legal! — comentou Vinicius para parecer gentil.

— Vocês estão conseguindo dar conta de toda a decoração? — perguntei enquanto levava o garfo na boca.

— Bem, — começou Gabi. — Nós já escrevemos tudo que vamos precisar! A escola tem bastante bandeirinha e enfeites de anos anteriores guardados, mas o clube do teatro decidiu que precisaremos comprar mais coisas... este ano queremos caprichar na decoração e parece que dá para garantir que a Dallas nunca teve uma Festa Junina tão boa o quanto a desse ano vai ser.

— Quanta confiança!

— É impossível encontrar alguém mais confiante que essa menina — disse Vini.

— Mas você não se cansa mesmo de me encher o saco hein Vinicius! — debochou Gabriela dando um tapinha do ombro de Vini.

— O que mais poderia me fazer acordar ansioso para vim para a escola? — Vini olhou de modo sedutor para Gabi.

— Eu! — eu disse rindo brincando.

No momento eu tinha dito esta palavra da forma mais ingênua possível, para tirar uma com a cara do Vinicius, mas logo em seguida lembrei das coisas que já havíamos feito um com o outro — como por exemplo se beijar — e notei que tal coisa que eu disse despertou um pequeno clima estranho em nossa mesa. Eu não quis dizer aquilo daquele jeito que todos interpretaram.

— E-eu não quis dizer isso! — tentei me explicar.

— Não... você tem razão! Você é o meu motivo para querer vir à escola todos os dias.

O melhor ano do nosso colegialOnde histórias criam vida. Descubra agora