— Finalmente hoje vamos ter a nossa primeira aula de música! — Eu disse para Vinicius enquanto andávamos pelo corredor principal até meu armário.
— Veja só quem agora está ansioso, nem parece que há poucos dias era você quem estava reclamando da minha ansiedade.
Ri de deboche, ficando sério logo em seguida quando vi Antoine parado com mais amigos que da última vez bem em frente do meu armário. Ele estava diferente. Seus cabelos loiros estavam um pouco mais escuros que o normal por causa do gel que usava em seu cabelo, apenas para ficar um pouco mais estiloso. Agora ele usava um moletom beije e vermelho, o que indicava que ele havia sido aceito em algum time de algum esporte da escola.
— Caramba, de onde Antoine tirou tantos amigos em tanto pouco tempo de aula? — Vini comentou.
— Não sei... e meu Deus, eles estão bem na frente do meu armário. Certamente é de propósito...
— Você sabe que o ser humano tem tendências maldosas quando está acompanhado de um grupo de pessoas certo?
— Obrigado Vinicius pela ajuda, com certeza agora estou com muito mais coragem de ir até meu armário.
— Tamu aí pra isso, amigão.
— Ah quer saber, seja o que Deus quiser.
E então fui até meu armário, claro que com Vinicius junto, afinal ele não seria louco de me deixar passar por tudo aquilo sozinho.
— Com licença rapazes, preciso alcançar o meu armário. — Eu pedi educadamente.
Sempre odiei gastar minha educação com pessoas que não a mereciam, mas precisei diante de tais circunstâncias.
— É esse aí pessoal! — Antoine disse para que todo o grupo pudesse ouvir — Esse é o viadinho que eu contei pra vocês!
Todos do grupo riram, menos eu e Vini claro.
Antoine estava bem em frente ao meu armário. Estava de costas apoiado nele e com seus braços cruzados. Ele mascava um chiclete. Antoine claramente estava achando que já tinha alguma autoridade naquela escola.
— Com licença! — eu repeti.
— Pode passar... — ele disse não saindo do lugar.
— Caralho, mas onde será que estão os inspetores quando mais se precisam deles? — eu disse não me importando a respeito de quem conseguisse ouvir.
— Vai falar de mim é? — Antoine disse me empurrando para trás várias vezes até eu ficar de costas com os armários do outro lado do corredor, — vai correndo pra mamãe falar alguma coisa? Pra diretora? Você vai chorar pra alguma delas? Eu já... eu já sei porque você é tão gay Nicholas, deve ser porque você não deve ter um pai.
Todos começaram a rir novamente.
E foi aí que sem pensar duas vezes eu bati na cara de Antoine com a palma da minha mão, o que fez com que sua bochecha ficasse vermelha instantaneamente. Todos da roda ficaram calados.
Ele franziu suas sobrancelhas e sorriu do jeito mais maldoso que eu já tinha visto na vida.
— Eu vou te ensinar a bater como um homem!
E quando seus punhos já haviam se cerrado, o mesmo inspetor do primeiro dia de aula magicamente apareceu.
— Ei, ei, ei, ei... o que está acontecendo aqui?
— Graças a Deus, — sussurrei comigo mesmo de olhos fechados. Certamente Vini tinha ouvido.
— N-n-nada senhor! — Antoine respondeu se afastando de mim e encarando profundamente os olhos do inspetor.
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O melhor ano do nosso colegial
Teen FictionNicholas é um garoto gay que acaba de sair da sua antiga cidade para viver uma aventura em São Paulo junto com a mãe Joana, que luta para encontrar um emprego e manter uma vida estável com o filho, logo após um trágico divórcio. O jovem amante de mú...