Saímos da sala da diretora, passamos pela sala da secretária, demos um sorriso simpático à moça, saímos e paramos em frente à porta logo depois de a fecharmos.
— Agora... o que fazemos? — Gabi perguntou e olhou para Vini e eu.
— Bom... — ele respondeu, — agora acho que tenho que levar isso aqui para meus pais assinarem! — Concluiu estendendo o papel da advertência.
— Me desculpe. — Me senti na obrigação de dizer.
— Você foi um bom motivo, Nick! — Ele sorriu e piscou. — Posso te chamar assim?
— Ai meu ship está vivo! — Gabi exclamou muito animada.
Nós três rimos.
— Quer dizer que você estava apaixonado por mim, Vinicius Alencar? — Brinquei.
— Ah cala a boca! — Ele riu e deu um tapa leve no meu ombro.
Eu iria dizer para ele uma hora ou outra que eu também gostava dele... mas eu teria que esperar muito bem, pois agora era Caroline com quem ele estava.
Encarei os dois por um tempo e ambos fizemos o mesmo, até o momento em que os reuni para mais um abraço triplo, desta vez mais intenso.
— Como é bom estarmos juntos de novo! — admiti com a maior sinceridade que eu poderia ter no mundo.
— É sim, parceiro! — ele concordou enquanto ainda nos abraçávamos.
— Até esqueci como é ser amiga de você, Vinicius! — Gabriela riu.
— Acredita que eu também esqueci como ser de você?
— Ah fique quieto!
— Pessoal não briguem... acabamos de nos reconciliar... ou seja lá o nome disto que estamos fazendo agora. — falei.
— Se eu pudesse passar o resto da minha vida abraçando vocês... — Gabi comentou, — eu correria para bem longe, porque caramba, já estou cansada! Melhor nos soltarmos.
Nós três finalmente finalizamos o abraço triplo e ajeitamos nossos uniformes. Vinícius até limpou a garganta e Gabriela arrumou o cabelo.
— Seu olho roxo te trás um certo estilo, Nick! — Vini admitiu.
— Ah vai se foder!
Nós três rimos e decidimos que mesmo faltando pouco segundos para o café da manhã, ainda sim precisávamos ir para a aula. Gabi foi sozinha para sua respectiva sala, enquanto eu e meu velho novo amigo íamos juntos para a nossa.
Eu olhava para ele de tempos em tempos. A sala de aula nunca esteve tão longe. Eu queria fazer perguntas sobre que tipo de relacionamento ele tinha com Caroline e como aquilo funcionava. Queria perguntar também se ele ainda gostava de mim, ou se fazia de bobo que nem eu ao tentar esconder os sentimentos. Comecei a raciocinar muito em minha cabeça... algumas vezes eu pensava se eu gostava de Thomas, ou se estava apenas... hum, carente? Talvez Vinicius também estivesse carente e estivesse usando Caroline como uma droga para tirar da realidade? Será que comigo agora como amigo de novo ele não se sentiria mais carente e então assim terminaria com ela? Não sei, não tenho como saber... na verdade tenho, perguntando, mas isto era algo que ainda não tínhamos a intimidade necessária para me permitir. Intimidade... e dizer que há um tempo atrás éramos praticamente transparentes um com o outro e agora... tenho receio de falar qualquer coisa com ele.
Pelo canto do olho eu notava que ele também olhava para mim periodicamente. No que será que ele estava pensando? Nesta ida à sala de aula eu mesmo já pensara mais do que eu esperava que fosse pensar... agora e ele?
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O melhor ano do nosso colegial
Novela JuvenilNicholas é um garoto gay que acaba de sair da sua antiga cidade para viver uma aventura em São Paulo junto com a mãe Joana, que luta para encontrar um emprego e manter uma vida estável com o filho, logo após um trágico divórcio. O jovem amante de mú...