28 • O fim de uma última aventura

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Caminhando pela calçada sem nos falarmos, ambos percebíamos o quão bonita era a vista aos arredores. O sol parecia brilhar mais do que nunca, assim como meus olhos toda vez que passavam pelos de Thomas.

Thomas andava na frente e eu o seguia por atrás. Eu queria conversar, mas não sei porque não conseguia soltar uma só palavra da minha boca.

— Quieto aqui, não? — Thomas finalmente disse algo.

— Sim...

— Vamos conversar!

— Vamos! — concordei, acelerando um pouco mais o passo a fim de andar ao lado dele.

— Me fala um hobby seu, Nicholas.

— Hmmm, ouvir música? E você?

— Gosto de ler livros de ciência, mais especificamente sobre o universo. Pareço ser um garoto burro mas posso surpreender bastante de vez em quando, sabe?

Viramos a esquina cujas casas por todo o quarteirão possuíam cercas de arbustos bem volumosos. As árvores da calçada da rua pela qual andávamos eram mais verdes que qualquer uma outra que eu já havia visto.

— Então me surpreenda, Thomas! — eu apostei brincando com o que ele dissera sobre surpreender de vez em quando.

Ele se virou para mim e me empurrou de costas para a cerca de arbustos da calçada de uma das casas. Assustado, meio perdido com toda a situação, fui surpreendido com um beijo logo quando notei tudo o que estava acontecendo. Tudo o que pude fazer foi aproveitar o momento e passar minhas mãos pelos ombros de Thomas, enquanto ele passava as dele pelo meu quadril e as pousava em minha bunda.

— Caramba — ele sussurrou no meu ouvido logo quando o beijo terminou —, você não sabe a fome que estou sentindo agora.

— Devia ter comido antes de sair de casa, garotão! — debochei da situação.

Empurrei levemente ele para trás e continuei seguindo em frente pela calçada até chegar na esquina.

— E então... viramos para a esquerda ou direita agora? — perguntei, ignorando o que tinha acabado de acontecer nos arbustos.

Thomas revirou os olhos e ambos viramos para a direita.

— Agora eu pergunto! — continuei com o lance de perguntas e respostas que Thomas havia iniciado. — Alguma vez você fez algo que nunca fizera antes, e que quando fez, percebeu que gostou e se arrependeu de ter passado tanto tempo sem experimentar feito antes?

— Sim! Beijar homens.

— Uau. — Eu certamente não estava esperando uma resposta como esta.

— É gostoso também beijar mulheres, você iria curtir!

— Eu mesmo acho que não, obrigado.

— Mas e você, Nicholas... qual é a sua coisa que nunca fez e que quando fez se arrepende por nunca ter feito antes?

— Humm, acho que tocar instrumentos musicais.

— Mas que coisa mais sem graça!

— Esta é a minha vida. Seja bem vindo a ela! — Ri da situação.

Finalmente paramos num quarteirão do qual para frente só se via mato, porém, com um pequeno caminho no centro entre as altas plantas em conjunto. O fim daquele percurso me parecia algo misterioso, algo perigoso... eu queria entrar!

— Você não vai me dizer que vamos passar por aqui, certo? — perguntei fingindo estar receoso, porém, com uma enorme vontade de aventuras reprimida em meu interior.

O melhor ano do nosso colegialOnde histórias criam vida. Descubra agora