Capítulo 26 - A Descoberta

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Camila's Point Of View

Uma semana se passou desde a convulsão de Lauren e finalmente ela pôde ir para casa, mas teríamos que ficar de olho. Em seu terceiro dia em casa as coisas começaram a ficar estranhas. Estávamos todos a mesa enquanto jantávamos e conversávamos sobre qualquer coisa quando Lauren calou-se para voltar a comer e segurou o garfo que deslizou de sua mão ao levantá-la. Ninguém havia percebido, estavam todos rindo e conversando ainda. Ela franziu o cenho enquanto encarava o garfo que caíra dentro do prato e o pegou novamente e novamente ele deslizou de sua mão. Ergueu-a até a altura de seus olhos e tentou flexionar os dedos e muito lentamente ela conseguira.

Lauren percebeu que eu a notara e franziu o cenho. Seu semblante fechou. Raiva, tristeza e preocupação se misturando em seus olhos verdes.


— Vou dormir. — ela murmurou rouca e sem mais arrastou a cadeira enquanto rastejava-se até o andar de cima.


Aquilo fora o começo de uma luta que ao que parecia seria longa. Fomos ao doutor Giulio no dia seguinte que recomendou que Lauren começasse a fazer fisioterapia ao menos duas vezes por semana. Um psicólogo também fora indicado pelas mudanças constantes de humor dela e diante de toda aquela situação nós nem ao menos havíamos cogitado contar algo para nossos pais, apesar de que minha mãe estava agindo estranho desde o dia em que eu tirara Lauren do hospital.

[...]


Mais uma semana e Lauren já havia começado com as sessões de fisioterapia. Tudo desandou em uma quinta-feira quando estávamos na varanda de casa em um final de tarde. As garotas estavam lá também, era uma típica tarde sem nada para fazer enquanto ficávamos sentados conversando e tocando violão. Menos Lauren, cuja mão direita não se movimentava muito bem.

— Vou buscar algo para beber, vocês querem? — perguntei me levantando de um degrau. Todos assentiram.


— Eu te ajudo. — Lauren se prontificou.

Mas, ao se levantar seus joelhos cederam no mesmo instante e ela caiu sentado no degrau novamente. Todos nós paralisamos e ficamos a olhá-la sem reação. Sua expressão era igual à de quando o garfo caiu de sua mão. Curiosidade. Tentou se levantar novamente e novamente caiu. Agora seu rosto estava retorcido de preocupação.


— Lauren? — a chamei. Minha voz falhou. — Levante-se. — pedi.

Seu peito arfou.

— Não sei se consigo. — sua voz saíra em um silvo baixo. — Vá chamar meu pai!

Dinah e Normani se levantaram e puxaram Lauren. Os dois o carregaram para a sala enquanto eu disparava escadas acima para chamar Mike que estava em seu quarto. Abri a porta em um rompante, com meus olhos já completamente úmidos.


— Lauren não consegue mais andar! – eu disse abrindo a porta do quarto em um rompante.


[...]

— Precisa dar um tempo a ele Mike. — minha mãe cochichava pelos cantos da casa — A garota está passando por um momento difícil.


— Mas precisa lutar Sinu! Por Deus! Lauren está trancada naquele quarto há dias... E enquanto não levar aquela maldita fisioterapia a sério não vai voltar a andar. — resmungou Mike com a voz frustrada.

Senti algo puxar meu vestido. Fechei a porta da cozinha por onde eu espiava e me virei deparando-me com Taylor com seu lindo e impecável vestido azul de bolinhas brancas.

— Lauren não quis abrir a porta pra mim. — resmungou chorosa. A peguei pela mão e a levei para a sala.


— Ela não está bem, Tay. — disse sentando-me no sofá e a pegando no colo em seguida. — Ela está... Está triste.


— Por causa das pernas? — ela perguntou franzindo o cenho. Assenti forçando um sorriso. Aquilo não era justo com a família dela. — Eu não ligo se ela não puder andar. Meu pai disse que ela me ajudou a caminhar quando eu era um neném... Posso ajudar ela a caminhar também, não posso?

Segurei as lágrimas que vieram com as palavras inocentes daquela criança. Ela só queria a irmã. Era pedir demais?

My Life With Lauren Jauregui [Camren]Onde histórias criam vida. Descubra agora