Capítulo 29 - Como se ama pela metade?

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Camila's Point Of View

No domingo as coisas já não foram tão legais quanto na sexta e no sábado. Peguei Frankie, Annie e sua mãe falando mal de mim no quarto delas. Não que aquilo tivesse de fato me incomodado, não me importava com que elas pensavam de mim, mas era desagradável quando meu pai saia para trabalhar e eu tinha que ficar sozinha com as duas. Eram seres cruéis! Ao invés de ofender pela frente elas adoravam tirar sarro pelas minhas costas. Se não fosse por minha mãe me ameaçando pelo telefone eu já teria enfiado a mão na cara das duas. Não sabia nem ao menos dizer qual das três era mais insuportável.


Já estava na sexta feira da minha última semana. Havia tentado me dar bem com as duas, mas era impossível. Ângela não gostava de mim, mas ao menos tentava ser simpática. Eu estava passando pelo quarto de Annie para descer as escadas quando escutei meu nome sair de lá.

— Eu não a suporto Frankie! — Annie dizia para a irmã — Está sempre se fazendo de santinha! Sem contar que ela não larga o papai para nada! — as duas não haviam conhecido o pai, então quando ele e Ângela se casaram ele as adotou e era dessa maneira como o viam, como um pai.

Eu tinha ciúmes, claro. Mas admirava meu pai por fazer aquilo, afinal, toda garota precisa de um pai. Mesmo eu tendo ficado tanto tempo longe do meu, Mike supriu essa falta quando se casara com minha mãe.


— Mamãe me contou a história dos pais dela... — Frankie falou com soltando um risinho sarcástico. Continuei encostada na parede enquanto escutava pela fresta da porta. — Ela era a empregada da casa dele... Alguma coisa assim. Eles fugiram e ela engravidou muito jovem dessa daí. Os pais dele a repudiaram dizendo que ela havia lhe aplicado o golpe do baú...

Uma delas gargalhou. Acho que foi Annie. Eu estava confusa. Sabia que mamãe havia engravidado muito cedo, mas, quanto a todo o resto da história...

— A família dele jamais aceitou aquela bastarda! É por isso que quando papai nos leva para visitar a vovó ela nunca pergunta da neta.


— E essa mãe dela... Uma vagabunda interesseira. O que ela pretende agora? Já está casada com um homem rico! O que ela quer mandando a filha pra cá?!

Aquela fora a gota d'água! Naquele momento soube diferenciar muito bem as vozes. Que falassem o que quisessem de mim, mas ofender a minha mãe já era demais para a minha paciência que vinha se esgotando com o passar dos dias. Irrompi pela porta enquanto ambas me olhavam assustadas. Peguei Annie pelos cabelos e a levantei a força da cama enquanto ela berrava de dor. A empurrei contra a parede e a segurei pela gola da camiseta que ela usava.

— Quem você pensa que é para sair falando mal da minha mãe?! — murmurei irritada.

Sentia meu rosto queimar de raiva e meu peito arfar. Não dei tempo para que ela me insultasse ou gritasse. Frankie não havia interferido.

— Minha mãe não é nenhuma vagabunda e quem dirá interesseira! A única vagabunda que eu vejo aqui é a mãe de vocês! Foi ela que apareceu estragando nossas vidas, tirando meu pai de casa! Meu pai, e não de vocês! — soltei Annie e caminhei em direção a porta — E antes de tocar no nome da minha mãe eu espero que vocês lavem suas malditas bocas com muito sabão!

Tentando evitar chorar na frente das duas eu corri para o meu quarto e fiz as malas o mais rápido que pude. Não separei roupa suja de roupa limpa e nem me incomodei em pegar as roupas que estavam no varal. Desci as escadas sem olhar para dentro do quarto e saí pela porta da frente. Caminhei o mais rápido que pude até o lugar mais distante que eu fui capaz de ir. Era final de tarde o sol sumia aos poucos. Entrei em uma lanchonete e tirei o celular do bolso. Minhas mãos ainda tremiam. Disquei o primeiro numero que me veio à cabeça.

— Alô. — apenas o timbre rouco de sua voz já fora capaz de me acalmar um pouco.

My Life With Lauren Jauregui [Camren]Onde histórias criam vida. Descubra agora