Capítulo 1

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Era uma tarde fresca de primavera, a brisa suave sacudia as folhas das árvores do pomar do Haras Campbell. Sentada no balanço do alpendre, com um livro na mão, Savannah apreciava o cheiro doce das frutas que era trazido pelo vento. Deixando a leitura de lado, ela apoiou a cabeça no encosto do balanço, enquanto admirava seu esposo na arena domando um cavalo. 

Ela mal podia acreditar que seu aniversário de casamento estava chegando em poucos meses, passara tão rápido. Jonathan estava sem camisa e o expediente já havia acabado e somente alguns funcionários ainda estavam acompanhando o patrão. 

A maioria deles só voltava para o barracão quando o sol estava posto no horizonte, no sangue daqueles homens corria um amor inexplicável pelo trabalho e com o passar dos anos, ela acolheu a fazenda de braços abertos.

Seu olhar encontrou o de Jonathan e ele sorriu, vitorioso, quando o cavalo estava agora totalmente sobre seu domínio. O tempo só havia melhorado a sua beleza. Os músculos ainda continuavam firmes e cada vez que ela via aquele abdômen desnudo, ela queria lambe-lo devagarinho. 

Na têmpora, os fios grisalhos já começavam a aparecer e ela suspirou quando ele lhe mandou um beijo no ar e ela podia ver em seu olhar fervente que eles teriam uma longa noite pela frente, emaranhados nos lençóis. Seguiria sempre uma mulher apaixonada e com um temperamento forte, Jonathan nunca poderia domá-la.

- Mãe, você pode parar de babar um pouco e conversar comigo? – a voz de Giovana a tirou dos pensamentos ilícios sobre a noite que estava por vir. Ela sorriu para a linda menina a sua frente.

Giovana desabrochara totalmente, tanto fisicamente, quanto em sua personalidade. Sempre meiga, mas com uma língua afiadíssima que qualquer um que não soubesse que fora adotada, apostaria que a menina tinha o mesmo sangue de Savannah correndo nas veias. 

A ponto de completar dezessete anos, estava empolgada com a ideia da faculdade e Savannahesperava que quando fosse o momento, a filha recorreria a ela para pedir conselhos. Qualquer que fosse a decisão de Giovana, ela apoiaria, ao contrário de Jonathan... que criaria uma pequena batalha. 

Ela observou a linda loira de olhos verdes a sua frente, o cabelo com ondas naturais que batia um pouco abaixo dos seios e a pele alva, chamavam atenção de muitos rapazes mas sua filha nunca havia se interessado por nenhum deles.... Até agora.

- Não foi essa a educação que eu te dei filha... – Savannah repreendeu e deu uma risadinha quando a filha revirou os olhos e sentou-se ao seu lado.

- Eu sei, mas eu te chamei mil vezes até você me escutar. – tirou a mochila das costas e jogou no chão aos seus pés.

- Me desculpe, mas é que quando eu vejo seu pai... – soltou um suspiro, incapaz de completar a frase.

- Eu sei, você se distrai. – Giovana deu um sorriso torto e diante do silencio da filha, Savannah resolveu tomar a frente.

- Então filha, o que você quer conversar? – Encarou a menina mulher a sua frente, o coração apertado de saudade antecipada.

- A senhora sabe que eu nunca tive muitos amigos, na verdade era só o Leo né? – Savannah sorriu em compreensão, pois desde crianças dos dois não se desgrudaram mais. – E namorados então, nem se fala.... Nunca me apaixonei, sabe? Dessa forma que a senhora e o papai se sentem. Sempre vi vocês se amando tanto que eu sempre tive convicção de não aceitar nada menos que isso em um relacionamento. – Sorriu e apoiou a cabeça no ombro de Savannah, que prontamente, começou a acariciar os cabelos da filha. – Eu estou amando mamãe.

Savannah suspirou, sabia que esse dia também chegaria.

- É o Leo, não é? – Perguntou retoricamente.

- Sim. Eu não sei quando nossos sentimentos passaram de amizade pra amor, mas eu sei que é amor porque se não fosse, eu estaria com dúvidas não é? – Levantou a cabeça e Savannah viu o medo no olhar da filha, mas também viu a confiança. Sentia-se grata por ter criado esse laço forte com Giovana. Saber que quando a filha tivesse um problema e que ela seria a primeira pessoa que Giovana procuraria, a enchia de alegria.

- Nem sempre meu amor, mas você é nova e vai descobrir isso. É pra isso que serve o namoro. – Apertou o nariz da menina e recebeu um sorriso em resposta.

- Pois é mamãe, Leo me pediu em namoro, mas ele não quer me dar um mísero beijo antes de falar com o papai. – Falou exasperada.

Savannah chegou ao "x" da questão. Leo era unha e carne com Jonathan, como se fosse seu filho.

- Realmente ele está certo, seria um desgosto enorme pro seu pai que o queridinho dele agisse pela suas costas dessa forma, além do mais, ele está mexendo com a filha do patrão não é? – Segurou o riso quando a filha levantou bufando de frustração.

- Nem me fala mãe, depois que o papai deu esse emprego de meio expediente para o Leo, eu quase fico em segundo plano. Graças a Deus eu sei usar minha persuasão feminina ao meu favor, porque se não estaria perdida.

Savannah não aguentou e gargalhou, se levantou e foi até a filha abraçando-a.

- Eu vou amaciar a carne pra você, fique tranquila. Mas não pense que será fácil querida, você ainda é a menininha do papai... – falou carinhosa.

- Eu sei, mas não vou deixar de ser só porque vou ter um namorado.

- Na cabeça do seu pai vai sim, mas não se preocupe. Eu sei domar a fera. – As duas ficaram sentada na escadaria da varanda, observando Jonathan caminhar em sua direção.

Savannah se levantou e correu, pulando em seu colo e enroscando as pernas em sua cintura. Jonathan prontamente a segurou com as mãos firmes em seus dois globos redondos.

- Tudo que um homem quer no fim do dia é ser recebido assim pela esposa... – sorriu e Savannah envolveu os braços em seu pescoço, mordiscando seus lábios.

- Tudo que uma mulher quer no fim do dia é receber seu esposo depois de um dia de trabalho e satisfazer todas suas vontades. – falou a última parte quase como um sussurro e mordeu o lóbulo da sua orelha. Jonathan gemeu e Savannah pôde sentir a protuberância empurrando em sua barriga.

- Você ainda vai me matar, mulher. – tirou uma das mãos de sua nádega e a levou para dentro do cabelo sedoso cor de chocolate, que caia em uma bela cascata pelas costas da esposa.

- Ai, arrumem um quarto vocês dois! – Giovana fez um som de engasgo enquanto entrava na casa.

Jonathan e Savannah riram e logo as bocas estavam unidas, com as línguas sincronizadas. Savannah explorou o tórax desnudo do esposo sem pudor, ele estava quente e suado, tudo que ela queria era lamber cada pedacinho dele com tamanha voracidade que ela mesma não acreditava que pudesse existir após tantos anos de casamento.

- Acho melhor seguirmos a dica da nossa filha. Preciso tomar minha esposa, agora! – Exigiu ele quando o fôlego faltou para ambos, caminhando com ela ainda em seu colo em passos rápidos para entrar na casa.

Subiu a escada pulando alguns degraus, chegou no quarto e a jogou na cama com um pouco de delicadeza.

- Me dê o seu melhor, cowboy! – Savannah se ajoelhou na cama e começou a desabotoar sua própria blusa xadrez, exibindo a lingerie negra, que contrastava com sua pele morena pelo sol. Jonathan exibiu um sorriso perverso enquanto tirava o cinto.

Era impossível ser mais feliz, ele pensou consigo.

Tremendo engano... determinou o destino.

Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora