Capítulo 25

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Para esfriar a cabeça, Savannah pegou Seth e sentou-se novamente na poltrona, alimentando o afilhado com uma mamadeira, enquanto Lisa e Anna voltaram ao trabalho.

De canto de olho, podia ver Priscilla tomando uma xícara de café. A segurança a olhou e rapidamente se aproximou.

- Precisa de alguma coisa, Savie?

- Por favor, peça para algum funcionário da fazenda vir nos buscar. - Pediu, sem desviar a atenção de Seth.

Se Jonathan queria algum momento a sós, ela o daria. Quando ele chegasse em casa, eles fariam as pazes e tudo ficaria bem.

Priscilla se afastou para fazer a ligação e Savannah sorriu para Seth.

- Tudo vai ficar bem, eu sei que vai. - Falou para o bebê, que em sinal de concordância, soltou um resmunguinho.

Ela o colocou para arrotar, não vendo a hora de ter os seus bebês em seus braços.

Meia hora depois, ela se despediu de Anna, Lisa e Seth, com o pedido que eles fossem visita-la o quanto antes. As amigas acariciaram sua barriga e ela entrou no carro com o emblema do Haras Campbell.

Pensou que Carlos iria busca-las, mas pela ausência de Jonathan no Haras, ele comandava tudo, então outro funcionário estava no volante.

Um tempo depois, ela e Priscilla já estavam na fazenda. Savannah começou a se preocupar, já que Jonathan não atendia o celular e nem retornava suas mensagens.

Ela tentou dormir, mas só conseguia rolar pela cama de um lado para o outro, com impaciência. Ao olhar no celular, viu que era mais de meia noite e ele não havia chegado.

Ela vestiu seu robe por cima do pijama e desceu as escadas com cuidado. Como ela esperava, Berta e Carlos estavam na cozinha, de chamego.

Ela limpou a garganta e os dois se ruborizaram como adolescentes.

- Carlos, Jonathan ligou pra você? - Perguntou com a voz trêmula.

Sua cabeça começou a doer novamente. Era uma dor compressiva, que a deixava tonta.

- Não, Savie. Ele até agora não voltou? - Carlos trocou um olhar preocupado com Berta e rapidamente se levantou, pegando o chapéu em cima da mesa. Ela negou. - Onde ele disse que estava?

- No bar do Tim. - Ela falou magoada e piscou para afastar as lágrimas.

Sua garganta ardia, a vontade de chorar era grande.

No minuto seguinte, Carlos partia até a cidade atrás de Jonathan. Sabia que ele estava magoado e que ela errara, mas deixa-la preocupada dessa forma era demais.

E se estivesse passando mal? E se algo tivesse acontecido a ela e os bebês? Ele não havia respondido uma mísera mensagem!

A preocupação começou a dar lugar a raiva que estava sentindo e Berta lhe ofereceu uma xícara de lente quente, que ela aceitou a contragosto.

- Você não pode se alterar, Savie. Pense nos bebês. - Berta se aproximou e afagou seus cabelos.

Ela deitou a cabeça no ombro da governanta, fungando o nariz.

- Nós brigamos hoje mais cedo e ele disse que resolveríamos quando chegássemos em casa. Eu odeio quando ele age assim Berta, odeio... - Soluçou e sem querer, as lágrimas começaram a embaçar sua visão e escorrer por seu rosto.

- Oh menina, vocês dois irão se entender logo, logo. Os homens também ficam confusos com a chegada de um bebê e no caso de vocês, são dois. O menino Jonathan é muito intenso, mas tudo vai dar certo. - Beijou a cabeça de Savie e ela assentiu, se agarrando as palavras de Berta.

Ela apenas olhou para o relógio na parede da cozinha, contando cada segundo para que Jonathan regressasse para a casa e eles pudessem conversar e se acertar.

Jonathan não conseguia parar de pensar em Savannah conversando com Phill. O modo como eram íntimos e como ele estava sendo amigável, fazia seu sangue ferver. Primeiro fora Dean e agora Phillipe, pensou com desgosto, tomando sua quinta cerveja.

Resolveu esfriar a cabeça em um ambiente diferente. Ele apenas não queria ninguém perguntando sobre sua vida ou o porquê ele e Savannah brigaram novamente.

Também não queria tratar mal seus funcionários e principalmente Savannah. Levou todo seu controle ter que ignorá-la daquela maneira no carro, mas por fim ele conseguiu.

Ele não queria brigar, mas a mulher não lhe dava uma folga!

- Campbell, você por aqui... - A voz feminina lhe chamou à atenção e quando se virou, viu Angelina sorrindo para ele. - Quando tempo você não aparece. - Ela pediu a Tim uma cerveja e ele rapidamente lhe entregou uma garrafa.

Tim não estava gostando nada do comportamento de Jonathan. Era como se a mesma cena se repetisse novamente, mas não seria ele a falar nada. Todos sabiam que brigas de casais ninguém pode se meter, afinal.

- É, estive bem ocupado. - Respondeu de forma distante a ex companheira de colegial.

Ele e Angelina estudaram na mesma classe durante anos, até mesmo haviam sido amigos na adolescência. Mas ela havia casado e saído da cidade com o marido. Ele não sabia o que a levara a voltar e nem estava interessado, mas ela não pensava o mesmo.

- Eu sei, casamento né? Eu me divorciei a seis meses e decidi voltar pra cá. Aliás, estou na mesma sala que a sua esposa. - Ela quebrou uns amendoins disponíveis para petisco, engolindo-os em seguida.

Sorriu quando conseguiu chamar a atenção de Jonathan, que ao ouvir sobre Savannah, se interessou.

- Jura? E como ela está se saindo? - Ele bebeu mais um pouco.

Mesmo com raiva das atitudes de Savannah, seu olhar exibia orgulho pela mulher.

Ele brigava e tentava impedi-la de ir para a faculdade, mas sabia que ela gostava quando ele fazia isso. No fundo, estava orgulho de ter casado com uma mulher que corria atrás de seus objetivos e que não deixava nem mesmo ele, impedi-la de conseguí-los.

- Ela é uma ótima aluna, muito inteligente. Mas acho que ela tem muito mais potencial do que apresenta sabe... - Angelina tomou outro gole de sua cerveja, empolgada de como Jonathan estava concentrado em suas palavras. Aos poucos, ela conseguiria sua amizade.

- Como assim? - Sua voz soou um pouco ameaçadora, então limpou a garganta. Queria arrancar tudo que pudesse de Angelina.

- Ah, se ela andasse menos com o Dean eu tenho certeza que iria chegar mais longe. Mas você sabe, as conversas, trocas de bilhetes, etc, atrapalham até mesmo os melhores alunos né? Fora ele, ela é bem popular.

- Então eles ficam de conversinha né? - Ele desviou o olhar, apertando com força a garrafa. - Popular...- ele repetiu a palavra como se estivesse engolindo algo amargo.

- Não me entenda mal, por favor. Eu adoro a Savannah... - Tocou de leve o braço dele. Jonathan encarou a mão sobre o seu bíceps e Angelina retirou rapidamente, corando em seguida. - Eles só são muuuito amigos.

- Tim, me vê um uísque duplo. - Se ele tivesse que escutar sobre o quanto sua mulher ficava de conversa fiada com outros homens, era melhor que estivesse bêbado pra isso.

E pensando bem, se ela poderia ter amigos, porque ele não?

Então, da forma como Angelina queria, a primeira semente fora plantada com sucesso.

Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora