Capítulo 23

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Jonathan fez questão de deixar Savannah na porta de sua sala. Feliz pelo gesto do esposo, ela nem mesmo se importou quando ele tentou persuadi-la mais uma vez. Despediram-se com beijos e ela finalmente sentou-se em sua carteira.

Dean já estava na sala e sorriu quando a amiga chegou. Ambos começaram a conversar sobre o jantar de Ação de Graças, rindo das gracinhas de Henrique, e as broncas de Jonathan com Leo e Giovana.

Até que eles foram interrompidos por Angelina, uma pequena loira que também fazia parte da turma, mas até aquele momento, nunca havia trocado uma palavra com Savannah.

- Nossa Savie, seu marido é tão romântico. - Disse Angelina com um suspiro. Savannah apenas sorriu e assentiu, enquanto abria seu material de revisão. - Você deu sorte de conquista-lo. Ainda lembro de quando ele era o solteiro mais cobiçado da cidade...

Savannah naquele momento, lhe deu um olhar atravessado e um sorriso forçado. Fingiu se concentrar em suas anotações, mas Angelina não parava de tecer elogios à Jonathan.

- Ele não conseguia parar com ninguém. Todo dia aparecia no bar do Tim, por falar nisso, ele está bem sumido de lá né? - Ela continuou e Savannah revirou os olhos, já sem paciência.

- Angel, acho que você está ultrapassando os limites aqui. Jon é casado com a Savie não há nada de interessante pra ele lá. - Dean fechou o caderno com um baque e Angelina se assustou, pois até aquele momento, ele nunca demonstrou ser bruto. - Agora sobre o passado dele, é apenas isso. Passado. E eu agradeceria se você respeitasse o casamento deles.

Antes que Angelina pudesse revidar, o professor entrou na sala e Savannah agiu como se nada tivesse acontecido e Dean que estava sentado atrás dela, apertou seu ombro em forma de apoio. Por dentro, sua raiva estava em ebulição, por ter ouvido Angelina e suas ideias.

Obvio que ela sabia que o seu esposo era cobiçado por muitas mulheres na cidade, ainda mais pela fama de conquistador que um dia ele tivera.

Só que uma coisa era a imaginação e outra era expressar com palavras tudo o que pensavam, desrespeitando assim, não somente ela, mas o seu casamento também, como se não significasse nada.

As duas horas se passaram voando e antes que ela se dessa conta, o professor já estava encerrando a aula. Com rapidez, ela juntou suas coisas e saiu porta a fora, ainda à tempo de ouvir Angelina e Dean chamando seu nome.

Ela estava correndo de brigas ou algo que alterasse sua pressão fragilizada. Tocou a barriga e respirou fundo.

Pelo bem dos bebês, pensou ela.

Andou apressada pelos corredores e olhando para trás, tentando saber se a outra estava à sua procura. Com o amigo ela poderia se resolver depois, mas não estava afim de ouvir mais nada que saía da boca de Angelina. Sem querer, esbarrou em um corpo, fazendo todo seu material cair no chão.

- Desculpa Savie, eu estava distraído. - Falou Phill de forma gentil.

Ele se abaixou e começou a catar seus livros e Savannah rapidamente retirou tudo das suas mãos.

- Tudo bem, a culpa foi minha. - Savannah estava relutante em conversar com o ex, então tratou logo de despachá-lo. - Você por acaso está me seguindo? - Perguntou logo, sem rodeios.

Phill cruzou os braços e sorriu de lado.

- Desculpe? Eu trabalho aqui Savie e disso você já sabe. - Falou como se fosse óbvio.

A verdade é que ele não estava procurando Savannah, mas quando a viu pelos corredores, tratou logo de tentar um contato mais próximo para aproveitar a situação.

- É, mas você dá aulas de fisioterapia e que eu saiba, não tem nada a ver com literatura ou língua inglesa. - Falou Savannah, com confiança. Porém, Phill riu e aquilo a irritou. - De que você está rindo idiota? Falei alguma mentira por acaso? - Bufou.

- Não, Savannah. Mas pelo que eu pude ver, você parecia fugir de alguém e nem mesmo percebeu que veio para o lado dos blocos da área da saúde no campus. - Demonstrou com a mão e Savannah olhou ao redor com raiva.

- Pois bem, eu não estava fugindo de ninguém e não tenho nada o que fazer aqui... - Ela saiu apressada em direção ao estacionamento e Phill correu para alcançar seus passos.

- Alguém estava perseguindo você Savie? Onde está sua segurança? - Ele olhou ao redor com curiosidade, mas nem sinal da mulher que andava atrás de Savannah para todos os lados.

- Deve estar por aí em alguma moita. Que te importa hein Phillipe? Na verdade, eu nem sei porque estou falando com você. Adeus. - Disse ela de maneira brusca e ele segurou uma de suas mãos com delicadeza.

- Savie, me ouve ok? Pelo menos uma vez... - Ele pediu e Savannah olhou em seus olhos, retirando sua mão das dele.

- Você tem um minuto. - Determinou, marcando em seu relógio de pulso.

Phill sabia que não iria ser fácil reconquistar a confiança de Savannah, porém, aquilo era um começo. Ela estava arisca e irônica, algo que ele nunca havia presenciado, porém, estava lhe interessando mais.

- Você mudou, isso qualquer cego consegue ver. Mas eu queria te dizer, que eu também mudei. Não posso provar pra você isso, mas você não precisa virar a cara toda vez que me vê. Nós dois somos adultos e podemos ser civilizados. Me perdoa pelo que te fiz passar, ok? Eu fui idiota e egoísta, reconheço isso. Trégua? - Ele estendeu a mão e Savannah continuou encarando-o.

Ela sabia que não deveria confiar nele, mas estava curiosa aonde aquilo iria dar. Bem, era melhor deixar que ele pensasse que ela estava de acordo. Então, ela deu um sorriso simpático e retribuiu o aperto de mão.

- Tudo bem, bandeira da paz. Mas isso não significa que seremos amigos ou qualquer cosia do tipo. Agora eu preciso ir... - Deu um aceno e em passos rápidos, seguiu para o estacionamento. Ouviu os passos da sua segurança atrás de si. - Nem um pio para Jonathan sobre isso ok? - Falou sem olhá-la e recebeu o silêncio em resposta.

Correu para os braços do marido que a esperava encostado no carro. Jonathan subiu um pouco seu chapéu e a pegou no colo, segurando-a pelas nádegas.

- Senti sua falta baby. E senti a falta dos meus nenéns também... - Ele sugou os lábios dela, colocando-a novamente no chão. Beijou sua barriga com carinho e a acariciou.

- Também senti sua falta, meu amor. Será que podemos passar na livraria antes de irmos pra casa? Preciso falar com as meninas... - Ele colocou seu braço sobre o ombro dela, conduzindo-a para a porta do carro.

- Claro que sim baby... - Ele abriu a porta e Savannah entrou. Jonathan se apoiou na janela, com um sorriso irônico nos lábios. - Mas antes, eu quero saber o que tanto você conversava com Phillipe pelos corredores da faculdade.

O sorriso de Savannah sumiu e seus olhos se arregalaram pela surpresa, porém, Jonathan interpretou aquilo de uma forma totalmente errada.

Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora