Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)

Capítulo 29

Naquele exato momento, uma operação estava em andamento no escritório de Ari Tanaka. Jonathan estava colaborando com o FBI há meses e o dia chegara.

Justamente no mesmo dia em que Savannah havia dado a luz aos seus filhos.

Antes de ter ido para o hospital, ele estava em seu escritório no Haras, fechando os últimos detalhes. Não tinha nem ideia do que estava prestes a acontecer com sua esposa.

Ele disse a Ari que se vingaria dela e assim foi. A operação fora longa e a espera ainda mais. Ele a vigiou durante anos, esperando uma forma de ataca-la onde mais doía: o seu "império".

Não engolira o jeito que as coisas com Heitor terminaram. Ela havia tentado machucar sua filha e Savannah através dele, de novo. Havia conseguido colocar um criminoso nas ruas e ainda financiado seus crimes.

Mas ele havia prometido a si mesmo que não sujaria suas mãos de sangue mais.

A chegada de seus filhos mudara algo dentro dele nos últimos meses. Ter se afastado um pouco de Savannah não havia sido fácil, porém foi um tempo em que ele soube aproveitar para mudar em si o que estava atrapalhando seu casamento.

Ari havia sido presa por corrupção e lavagem de dinheiro. Havia fraudado várias outras empresas, que também colaboraram com a operação. A justiça seria feita.

Se sentindo mais leve do que em dias atrás, ele fora buscar Savannah, mas sua surpresa quando chegou fora uma das piores possíveis.

Ele já havia visto os dois quando chegou no estacionando e conforme se aproximava, vira Savannah tentando se afastar e o como estava nervosa. Não havia dúvidas: ela nunca iria abandoná-lo por Phill.

Já no hospital, a hora mais esperada de todos chegara e que esperavam puderam ser encaminhados para o berçário. Um vidro separava os pequenos recém-nascidos do mundo de fora.

Ali, eles ainda não haviam conhecido as dores e o sofrimento humano. Ainda aproveitavam o calor e a inocência que experimentaram no ventre de suas mães.

Porém, Jonathan ouviu os sussurros da equipe e sentiu um frio na boca do estômago. Algo estava errado e ele sentia que era um dos seus bebês.

Enquanto uma enfermeira aproximava o berçário do seu filho do vidro para que todos o pudessem ver de perto, ele se perguntava onde estava sua menininha.

Ouvir o suspiro de seus familiares ao verem seu filho, aquiesceu o coração de Jonathan. Passou o olhar em todas as crianças e havia apenas uma envolta na mantinha rosa. E não era dele, pois a criança era negra.

- Jonathan, cadê a sua filha? – Lisa perguntou começando a se apavorar também.

Giovana franziu o cenho e segurou as mãos de Leo. Ele a apertou, tentando lhe passar conforto. Outro pesadelo estava surgindo e ninguém conseguia acreditar.

- Se acalmem. As vezes eles a levaram pra fazer algum exame... – Anna sugeriu, mas também com um mau pressentimento sobre aquilo.

Berta estava agarrada ao seu terço enquanto Carlos apertou o ombro de Jonathan e saiu logo em seguida em busca de informações. Henrique, que havia chegado a pouco tempo, estava praticamente com o rosto colado ao vidro admirando o neto, um pouco alheio aos demais.

Jonathan parou a enfermeira que saia da ala e segurou seu braço.

- Posso saber onde está minha filha? – Perguntou sem simpatia.

A enfermeira olhou para a mão dele e ele a soltou.

- Eu comecei meu plantão agora, Senhor Campbell. Mas vou procurar me informar e já lhe aviso. – Saiu apressada logo após.