- Você sabe, não tinha a necessidade de ter vindo me buscar. Eu não estou tão bêbado que não possa dirigir. – Jonathan exibia uma carranca, enquanto Carlos o levava pra casa.
Sua caminhonete fora deixada no estacionamento do bar e fora decidido por Carlos que algum peão a levaria de volta para o Haras na primeira hora do dia. Jonathan se surpreendeu quando viu o amigo e suspirou quando se deu conta de que ele estava ali para leva-lo embora.
Não havia acontecido nada, era óbvio. Ele era um marido apaixonado e um pai devotado. Apenas queria um momento para si mesmo. Conversar com alguém diferente que não estivesse naquele rodamoinho que era sua vida.
Colocar o papo em dia com Angelina fora bom, mas seus pensamentos a todo momento voltavam para Savannah.
Poderia não estar certo em conversar com outra mulher, mesmo que não estivesse flertando e fosse uma conversa amigável, mas ele sabia que seria bem pior se ele e Savannah tivessem ido para casa juntos.
Eles iriam discutir, ela iria jogar coisas nele e, por fim, ela passaria mal.
A única coisa que ele pensava era em manter saudável sua mulher e os bebês.
- Eu queria saber o que te leva a fazer tanta burrice de uma vez. Deixar sua mulher grávida e sozinha em casa, para vir beber em um bar! – Carlos falou com todo desgosto. Não aprovava nada as atitudes do patrão. – Sabe o que fica parecendo? Que você é um desses tipos vagabundos, que engravidam uma moça e depois a abandona com medo da responsabilidade... – Bufou, concentrado na estrada. – Imagina se você tivesse bebido além da conta e tivesse sofrido um acidente, já parou pra pensar em como Savannah ficaria?
- Carlos, eu não estou afim de ouvir os seus sermões. Eu não estou bêbado e não sofreria um acidente. Pare de chamar desgraça, homem... – Jonathan resmungou, já sem paciência.
- Não estou fazendo isso. Mas você é tão infantil às vezes que deixa eu e Berta de cabelo em pé. – Rebateu o capataz.
- Infantil? – Jonathan caçoou, esfregando a testa. – Eu apenas queria um minuto longe disso... Eu me afastei apenas para não brigar com a Savie. Ela por um acaso, te disse que estava de conversa com Phill, o ex noivo dela? – Disse enfático, dando um olhar gelado para Carlos.
O homem deu uma olhada rápida para Jonathan, voltando a se concentrar no trajeto. Carlos apenas suspirou, sabendo do que aquilo se tratava.
- Ah, não vai dizer nada? Porque quando ela conversa com outras pessoas é normal? E quando eu faço, não é? – Cruzou os braços.
Sabia que dessa vez realmente estava agindo como uma criança mimada, mas não conseguia evitar o monstro do ciúme toda vez que a cena passava em sua cabeça.
Savannah e Phill. Juntos. Ela estaria casada com ele agora, se ele não houvesse a deixado. Não fora ela que o deixou. Fora ele.
Será que teriam se casado se Phill tivesse se apresentado no dia? Ele nunca teria conhecido Savannah.
Eles nunca teriam vivido tantos anos maravilhosos juntos e construído uma família. Nunca teriam adotado Gigi e nem mesmo estariam esperando os gêmeos.
Ele seria um solteirão de quase quarenta anos vivendo em uma fazenda vazia, apenas com seus funcionários.
Ele não teria visto o sorriso preguiçoso de Savannah todas as manhãs e nem mesmo sua risada vinda da cozinha, enquanto ele trabalhava no escritório.
Ele não teria adorado o rubor dela, cada vez que ele dizia algo pervertido ao seu ouvido em público. Ele apenas não teria vivido.
Uma vida sem Savannah, não era nada.
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Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)
RomanceJonathan e Savannah casaram rápido depois que se conheceram e, sete anos haviam se passado desde então. Tudo fora uma grande explosão de sentimentos entre os dois e ainda não conseguiam manter as mãos longe um do outro por muito tempo. Eles eram fel...