Capítulo 6

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- Ei baby, onde você está? Queria me desculpar por hoje mais cedo... – A voz de Jonathan soava como um bálsamo para Savannah, o que demonstrava que ninguém havia lhe ligado para contar sobre o ocorrido.

Pudera, já ninguém estava ali perto para ter presenciado o tiroteio, Savannah pensou.

Ouvir a voz de Jonathan lhe trouxe um pouco de paz, mas só sua presença lhe daria segurança.

- Amor, preciso que você fique calmo. Aconteceu uma coisa agora e eu preciso que você venha me buscar na universidade porque eu não consigo dirigir nesse momento. – Tentou fazer com que sua voz não soasse trêmula, mas falhou miseravelmente.

- Savie, baby o que houve? Você está bem? Está passando mal? – Perguntou atencioso, mas ela podia ouvir o som da sua caminhonete sendo ligada ao fundo.

Jonathan entrou no modo de alerta ao ouvir Savannah pedir que ele ficasse calmo, pois nunca significava uma coisa boa a partir daí.

- Eu estou bem, quer dizer, razoavelmente. – Suspirou nervosa – Por favor, venha depressa. Estou no estacionamento da ala oeste, perto do prédio de admissões. Amo você. – E finalmente desligou, pois se conhecia tremendamente e sabia que choraria se ouvisse mais um pouco de preocupação vindo de Jonathan, o que lhe deixaria mais nervoso.

Não era daquela forma que queria contar ao esposo que voltaria a estudar, mas agora não tinha mais jeito. Esconder de Jon o porquê de estar ali, estava totalmente fora de cogitação. Não mentia para o seu marido, nunca.

Jonathan dirigia como um louco pela estrada e ao chegar na cidade não se importou com os sinais fechados, nem tão pouco com o carro da polícia que o seguia com a sirene ligada. Savannah nunca agia daquela forma e ele sabia que havia algo errado na voz da sua mulher. Ele pôde ouvir a fungada e a voz de choro que ela tentou esconder.

Em menos de vinte minutos, ele estacionou seu carro em uma vaga qualquer e correu até onde o carro de Savie estava parado. Com os vidros escuros e fechados, ele bateu suavemente, para não a assustar.

- Baby, sou eu. Abre a porta por favor... – pediu em um tom preocupado.

Savannah se assustou com a batida na janela, mas ao perceber que era o marido, tratou logo de abrir a porta e saltar para os seus braços.

A viatura que seguia Jonathan, parou alguns metros atrás e dois policiais seguiram até o casal.

- Oh Jon, foi horrível. Ainda bem que você está aqui...

- Savie, você está sangrando! – Jonathan se desesperou a ver a ferida no braço da esposa, que até então não havia percebido. – Fala pelo amor de Deus mulher, o que aconteceu? – Ele a abraçou com força, de modo que não encostasse na ferida aberta.

Logo retirou um pedaço da barra da camisa e fez um torniquete para estancar o sangue do local. O pano rapidamente se tornou vermelho escuro e ele empalideceu, pois se lembrou novamente da pior noite de sua vida. A noite que Savannah havia sofrido o acidente que quase a levara para sempre.

- Eu-eu... estava saindo do prédio e chegando no carro havia um bilhete. – Se afastou de Jonathan e procurou o primeiro bilhete na bolsa. Ele leu e a raiva tomou o lugar do medo e entregou para os policiais, que agora a escutavam atentamente. Todo incidente do Campbell ultrapassando os sinais de trânsito, agora ficaram esquecidos pelos mesmos. – E quando eu terminei de ler, um carro preto grande passou e começou a atirar. Não sei de onde veio ou quem estava.... Simplesmente me joguei no chão e quase não consegui levantar de tanto medo. Depois que entrei no carro liguei pra você. – Encostou a testa no peito de Jonathan, aspirando seu cheiro de suor e feno. Agarrou sua camisa, com força. O cheiro reconfortante de tantos anos, aquele era seu lugar seguro. – Eu não havia percebido o machucado até agora, ainda devo estar em choque. – Fungou e limpou o nariz na camisa do esposo.

Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora