Capítulo 3

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Jonathan se sentou na poltrona de couro que havia em frente a lareira da sala, Savannah sentou-se no braço da poltrona, afagando seus ombros calmamente enquanto Giovana e Leo sentaram-se no sofá que havia na frente.

Leo estava suando frio e a namorada segurou-lhe as mãos, em forma de apoio. Jonathan cerrou os olhos com tal gesto e Savie enfiou as mãos entre as suas, que estavam em punhos e ele nem mesmo havia percebido.

- Pai, quer parar de dar esse olhar assassino pra cima do Leo? – Giovana pediu tentando manter a calma.

- Jonathan... – Savannah disse em tom de súplica.

Ele desviou os olhos de Leo e observou a Savannah, que mantinha um olhar que ele nunca resistia.

- Droga, mulher. Isso é jogo sujo, você sabe que não aguento quando você me olha assim. – Tentou segurar o sorriso e cruzou os braços, estufando o peito e dirigiu o olhar para os dois novamente, só que dessa vez, mas brando. – Estou ouvindo.

Leo limpou a garganta e puxou a gola da camisa, tentando respirar sem dificuldade.

- Jonathan, eu sei que eu e Giovana começamos errado...

- Muito, muito errado garoto. – Cortou bruscamente.

- Sim, muito errado. Mas agora estamos aqui e eu quero te dizer que o que eu sinto por Giovana é sério e é verdadeiro. Você sabe que eu nunca a machucaria... – olhou para a namorada, que tinha os olhos rasos de lágrimas – Por isso estamos aqui, pedindo sua benção para esse namoro.

Jonathan franziu o cenho e coçou a testa. Sua filinha era muito nova para namorar e ele não queria que ela jogasse todos os planos do seu futuro pela janela, somente por causa de um cara.

Ele queria que ela fosse tudo que ele não foi, queria que ela criasse asas e voasse. Seria um golpe duro, pois ele sentiria falta como o inferno de Giovana. Era como se ela fosse sangue do seu próprio sangue, e ele não podia permitir qualquer pessoa brincando com os sentimentos da sua filha. Nem mesmo Leo, o rapaz que se tornara seu outro braço direito na fazenda, depois de Carlos.

- Sinto muito Giovana, mas minha resposta é não. – falou em um tom duro.

- Jonathan, essa não é uma decisão que você tenha que tomar sozinho. – Savannah disse em tom de aviso e se levantou.

- Papai, você não tem esse direito!

- Claro que eu tenho, sou seu pai e sei o que é melhor pra você.

- Jonathan, eu e Giovana nos amamos. Tente considerar, por favor... – o rapaz pediu e tentou segurar Giovana sentada, mas foi em vão. A garota se aproximou do pai, com a raiva borbulhando.

- O senhor está sendo injusto e sabe disso. Nunca fui nada menos do que uma filha perfeita pra vocês porque sempre tive medo de que se eu fizesse alguma coisa errada, vocês me abandonariam. Mas viver olhando para trás com esse medo não é mais o que eu quero pra mim!

Jonathan nunca havia percebido que Giovana pensava daquela forma, mas olhando dentro dos olhos da filha, soube que era verdade. Ele quebrou um pouco por dentro, porque nunca pensou que tinha dado menos do que tudo que ele possuía para ela.

Ele sabia que Leo era um rapaz bom, de família boa, mas isso seria o suficiente? Nenhum rapaz seria bom o suficiente para sua menina. Ele precisava empurrar os botões corretos, antes de poder autorizar esse namoro.

- Filha, por favor, não fala assim. Sabe que isso nunca aconteceria, nós te amamos. Seu pai está somente espantado, com medo de perder a menininha dele ... – Savannah se colocou entre os dois, aquilo estava se tornando frequente demais para seu gosto.

Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora