Quando Savannah acordou naquela manhã, Jonathan já havia partido. Não havia um bilhete, uma mensagem, nada. Ela suspirou, tirando o cabelo do rosto. Mas sorriu em seguida, por pensar no milagre que estava carregando. Ela não sabia de quantos meses ao certo estava, mas já se sentia mãe daquele serzinho que crescia em seu ventre.
Pulou da cama animada e passou uma mensagem para que Dean fosse busca-la dali a duas horas para leva-la em Houston. Ela parou na frente do enorme espelho do banheiro de mármore do seu quarto e levantou a camisola bordô de seda que vestia. Franziu a testa quando passou a mão pelo ventre, pois não havia nenhuma mudança significativa que pudesse demonstrar que ela estava grávida. Ela pegou o óleo que mandara fazer especialmente para sua pele e o cheirou, decidindo que aplicaria logo após o banho.
Tomou um banho demorado, desfrutando da solidão em que o esposo a deixara. Chorou um pouco, devido à situação. Ela queria tanto contar para Jonathan, mas tinha tanto medo do que ele pudesse fazer. Sabia que ele a amava e que tinha medo, mas eles podiam enfrentar qualquer situação juntos. Ela saiu do banho e secou o cabelo, deixando as ondas caírem até sua cintura. Se animou, quando viu novamente o óleo e espalhou pela barriga.
- Mamãe está tão feliz por ter você aqui, meu bebê. Mamãe te ama muito...Seu pai também te ama, ele ainda não sabe. Teremos que ser pacientes meu amor, mas eu sei que ele logo vai se acostumar com a ideia. – Falou com o filho pela primeira vez. - Eu te desejei tanto. Sonhei várias vezes com esse momento...Você ainda não consegue me entender, mas eu vou gravar tudo e um dia, se você quiser, te mostrarei. - Ela pegou o celular e começou a gravar, filmando seu reflexo do espelho, acariciando a barriga. - Não vejo a hora te segurar em meus braços, te beijar, te abraçar e ver você dormir...contar os dedinhos dos seus pés e das suas mãos. - Seus olhos brilharam mais uma vez, segurando as lágrimas. - Agora eu preciso ir ao médico, tio Dean irá me levar e vamos ver se está tudo bem com você. Te amo meu bebezudo. - Disse, emocionada.
Era uma sensação nova, estranha. Nunca havia experimentado aquele tipo de laço, que a havia envolvido tão fortemente. Continuou acariciando o ventre e falando com o neném, até que viu que estava atrasada.
Decidiu que tomaria café em Houston com Dean, depois que o médico passasse todas as vitaminas e imaginou que ela teria que tirar sangue para os exames. Vestiu um jeans, sabendo que teria que aproveitar pois logo não caberia. Ela sorriu com o pensamento. Queria ficar tão grande quanto fosse possível, para que seu bebê nascesse gordinho. Ela riu sozinha. Não que ser gordinho e fofinho fosse sinônimo de saudável, mas ela gostaria de pensar que sim.
Como prometido, Priscilla ficara em pé na varanda observando-a entrar no carro sem dizer uma palavra. Do lado de fora, não se podia ver quem estava no carro, já que os vidros eram todos escuros. Savannah entrou no Suv preto de Dean, lhe dando um beijo na bochecha.
- Pronta, mamãe? – Ele perguntou, saindo dos enormes portões do Haras.
- Mais do que tudo no mundo. – Estava nervosa.
Queria muito que todos os exames mostrassem que seu bebê era saudável.
- Ei, fica tranquila. Vai dar tudo certo. – Dean afirmou, olhando-a de soslaio, mas concentrado na estrada.
- Eu sei, eu só... a última gravidez que eu tive foi...complicada. – Mexeu na alça da bolsa, sem jeito.
Desde foram ao túmulo de Ava no dia do seu casamento, ela ia lá todas as semanas colocar flores novas, junto com Jonathan. Mas eles não falavam mais sobre e ponto.
Dean ficou calado e pensativo. Não sabia o que falar naquele momento e nada que pudesse, também, poderia mudar a situação. Ele nunca sentiu esse tipo de perda, logo, não sabia qual era a sensação. Mas como bom amigo, resolveu deixa-la alegre.
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Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)
RomansaJonathan e Savannah casaram rápido depois que se conheceram e, sete anos haviam se passado desde então. Tudo fora uma grande explosão de sentimentos entre os dois e ainda não conseguiam manter as mãos longe um do outro por muito tempo. Eles eram fel...