Capítulo 4

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Ao ouvir a palavra "grávida" o sangue de Jonathan, que estava borbulhando de excitação pela esposa, havia gelado. Ele tentou se conter e não dizer algo que ele sabia que o colocaria em problemas com Savannah, mas por conhece-la tão bem, sabia que ela não iria deixar aquele assunto de lado.

A mulher era pura teimosia, ele tinha que admitir. Na maioria das vezes ela conseguia o persuadir a fazer suas vontades, mas daquela vez ele iria bater o pé até o fim.

- Como assim não é não? Você está ciente que são duas pessoas que precisam tomar essa decisão, não é?

Jonathan se mantinha calado e resolveu voltar ao trabalho, ele precisava descarregar toda a pressão que estava sentindo e só tinha um jeito. Com trabalho braçal duro. Mas Savannah, como ele supôs antecipadamente, não havia desistido.

Enquanto ele se dirigia para a porta, ela seguiu atrás. Estava confusa e queria conversar, mas Jonathan não estava lhe dando nenhuma vaga ideia do que se passava em sua cabeça.

Com o passar dos anos ela aprendera que às vezes ele se tornavam um pouco introspectivo, ela sempre respeitara e o amava apesar desse seu jeito peculiar.

- Jonathan, esse assunto é muito sério pra você determinar sozinho e me deixar falando sozinha. Porque você ficou assim amor? Achei que ficaria feliz com um bebê, já que logo a Gigi estará indo pra faculdade... – explicou, enquanto descia as escadas atrás dele.

Savannah viu seus ombros ficarem tensos por debaixo da camisa com a menção da palavra bebê.

Ele parou no último degrau e lhe dirigiu um olhar gelado. Savannah não se assustou, presenciou aquele olhar muitas vezes enquanto ainda namoravam. Mas lhe deu um pequeno calafrio ao pensar na época em que eles haviam ficado separados, mesmo que por pouco tempo.

- Eu estou muito satisfeita com a filha que nós temos, Savannah. Por favor, tire essa ideia da sua cabeça o quanto antes pois dessa vez eu não voltarei atrás. – Falou pausadamente e saiu porta a fora.

Savannah segurou as lágrimas enquanto observava Jonathan voltar para o trabalho. Ela não deixaria de nenhuma maneira aquele assunto morrer ali, por um veredicto tomado somente por ele.

Ela fazia parte dessa relação e merecia saber o porquê de Jonathan estar tão relutante em ter um filho com ela. Talvez esse fosse o problema, talvez ele pensasse que ela não seria uma boa mãe para um recém-nascido, afinal eles adotaram Giovana em uma idade já avançada.

Será que ele pensava que ela não seria capaz de lidar com um bebê? Não, não poderia ser isso. Será que ele pensava que ele não seria capaz de lidar com um bebê? Ela sabia que se fosse isso, seria uma completa besteira. Jonathan era um ótimo pai, ele nascera para ser pai.

Ela deixou sua cabeça divagar em várias direções, enquanto tomava o rumo da cidade. Fazia alguns dias que não ia em sua livraria, mas era tão bom cuidar da sua casa na fazenda que ela raramente sentia falta da movimentação. Mas agora, seu coração pulsava por algo mais.

Ela queria ter um filho, um filho de Jonathan. Mas enquanto o assunto não fosse colocado em pratos limpos, ela tentaria se manter mais ativa em sua loja.

Lisa e Anna e estavam fazendo um trabalho esplêndido em todos aqueles anos. Ela não poderia estar mais feliz pelas amigas. Dois anos atrás fora um pouco duro para ambas, pois a avó de Anna havia falecido enquanto dormia. Todos na comunidade sentiram falta de Helena, ela era doce, carinhosa, gentil e cozinhava os melhores doces da região.

Anna quase havia entrado em uma profunda depressão depois da perda da avó, mas Lisa sempre esteve ao seu lado e a ajudou com a recuperação. Agora as duas estavam bem e o que restava em seus corações era somente a saudade deixada pela pessoa querida que havia partido tão silenciosamente.

Em Nome da Dor - Livro 2 (Série Em Nome do Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora