Capítulo 19

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Acordo e esta frio, abro os olhos e vejo tudo turvo, algo está acontecendo ao meu redor, mas não consigo me dar conta dos acontecimentos, meu corpo está anestesiado.

De repente sinto uma mão em meu rosto e minha visão clareia mais um pouco, a mão é de uma mulher.

Suas roupas estão rasgadas, mas parecem ser quentes. Existe algo em sua aura que me faz ter um pouco de receio, tento não focalizar no seu rosto, mas meus olhos são puxados para o olhar penetrante dela. Imensos olhos brancos me encaram e me encolho na cama ofegando.

Sinto  uma tontura impressionante e sou puxada novamente para a posição de descanso. Ela pega algo na escrivaninha e passa no meu ferimento. Agonizo.

- Quem é você? - ela me encara por um tempo incerto e depois vira o rosto. As bolas brancas do seu olho são assustadoras e prefiro ouvir uma voz calma, mas sinto que essa criatura não é de longe um anjo bonzinho.

- Vou te ajudar, mas pela manhã tem que ir embora. - a voz dela é doce apesar de tudo. Seu toque também é delicado. Assinto.

- Não sei como vim parar aqui... - ela sorri.

- Eu sei. - meu coração acelera e tento me encolher novamente. Ela toca minha testa e parece como se todas as minhas preocupações fossem embora. - Você quer respostas... Esperava que aparecesse, mas não em uma noite de tormenta. - pisco várias vezes.

- Tor-tormenta?! - paro para escutar os barulhos e sentir as vibrações. Realmente é como se estivesse caindo pedras do céu.

- Eles não sabem ainda e nem  você, mas seu papel tem dupla importância na guerra que está se armando. - ela se levanta. - Descanse. Amanhã te acordo para que vá embora. - Assinto.

Estranhamente sinto sono depois que ela deixa o quarto escuro e frio. Observo o piso e me pergunto como ele suporta o peso das pessoas mesmo que seja tão desgastado e velho.

Adormeço.

***

Acordo com um solavanco e olho em volta. Nada. "Ela disse que viria para me acordar quando fosse a hora de ir..." Me sento na cama e coloco os pés no chão com cuidado. Meus sapatos estão do lado e coloco eles, assim que estou de pé caminho para a porta.

Assim que abro a porta vejo minha vassoura encostada na parede do lado de fora. Antes que eu possa fechar a porta ela se tranca. Pego a vassoura e tento abrir a porta novamente. Trancada.

Desisto.

Pego a vassoura e alço voo de volta para o Colégio. Olho em volta e parece que a segunda guerra mundial aconteceu aqui. Suspiro. "Tormenta..."

Sobrevoo o campo verdinho e depois a bela floresta que esta abaixo. Chegando na entrada do Colégio,  desço e tento não parecer tão afetada, mas claramente estou bem ferida. Meu rosto e meu corpo mostram isso.

Carrego a vassoura em meu braço e me pergunto o que aconteceu com minhas malas. Se mamãe continuou me procurando. Se papai pensou sobre mim. Como a família dos Drycophor reagiram com minha petulância.

Mas a pergunta que martela sem parar é "Com que cara vou olhar para Jásper!" Começo a caminhar apressada e entro no Colégio. Suas paredes parecem maiores.

Caminho apressada e logo estou em frente a sala. Entro e me sento. Sinto meu braço latejar e uma forte dor de cabeça. Levo a mão na testa e sinto uma dor profunda, mas o curativo não deixa sangue escorrer pelo meu rosto.

WITCHES - Puro SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora