Assim que cruzo a porta do refeitório desabotoo os botões superiores da camisa. "Calor infernal!" Se tem algo que detesto as vezes em meu corpo é a quantidade de calor que consigo emitir. Não apenas eu me irrito com isso, mas todos que convivem comigo. Parte boa? Difícil ficar doente. Cura quase impecável e metabolismo excelente.
- Cara, podíamos ir para o telhado hoje. - Elliot diz. Assinto.
- Ótima ideia, estou queimando e preciso de ar. - digo e passo a mão na nuca. Coloco a mão no bolso e puxo um elástico. Prendo o cabelo em um coque. Ludi aparece a distância correndo desesperada pelo corredor e assim que ela passa ao meu lado seguro seu braço.
- Ei! - alerto e ela tenta se soltar.
- Me solta! Tenho que chamar o doutor! - sorrio. "Não vai mesmo... A menos que eu solte..." Ela parece preocupada e soca meu braço. - Solta Jásper! Cristtal está sufocando. - pisco confuso.
- Cristtal? - pergunto para saber se ouvi bem. - Onde?
- Perto do dormitório! - solto seu braço e ela volta a correr. "O doutor não vai tocar ela mais... Não confio nele e acho que agora sei por que!" Elliot corre em direção ao corredor e suspiro. Caminho normalmente em direção ao dormitório. Alguns segundos depois Elliot aparece carregando ela nos braços. Paro ele no meio do caminho.
- Sai da frente mano! - ele grita e nego. Ele parece furioso, mas estende os braços. Me aproximo e pego ela nos braços com cuidado. Ela está pálida e começando a ficar roxa. "Veneno?" Franzo o cenho e caminho em direção a sala de Mephisto. Sinto Elliot segurando minha capa. - Velho! O que pensa que está fazendo!? Ela tem que ir para a enfermaria! - continuo andando e a capa começa a me enforcar. Abro o feixe e ela cai. Elliot fica para trás.
- Iaunae magicae! - assim que abro os olhos novamente estou na sala de Mephisto. Ele se levanta da mesa e olha com preocupação para ela. Coloco ela deitada sobre o sofá e ela abre a boca e começa a convulsionar. - Salva ela e depois faça algo com o médico ou eu mesmo farei... - digo pausadamente e com tranquilidade. Mephisto me afasta. Ela começa a espumar pela boca e sangrar pelo nariz. Mephisto olha um pouco para ela e em seguida caminha para perto das prateleiras. Ele pega um frasco preto e tira a rolha. Ele volta a se aproximar dela.
- Segure ela. Firme! - me aproximo e seguro sua cabeça. Mephisto vira o conteúdo do frasco na sua boca e ela cospe um pouco junto com a espuma. Ela faz sons estranhos como quem realmente estivesse morrendo. "Bom, ela está!" Faço uma careta. "A morte pode ser horrorosa..."
Ela aos poucos para de convulsionar e Mephisto me entrega um lenço.
- O que houve? - ele pergunta. Pego o lenço e me sento no chão ao lado do sofá. Ela parece dormir. Giro seu rosto em minha direção e começo a limpar onde a espuma escorreu. "Que cena horrenda!"
- Ela passou mal agora a tarde... Levaram ela para a enfermaria. Fui lá ver como ela estava e perguntei ao médico... - suspiro e sorrio. - Sabe como amo mentiras? - volto a ficar sério. - Ele mentiu quando perguntei o que ele tinha dado para ela. Tentei me aproximar da cama dela para conferir o soro, mas ela não deixou... Isso que dá quando alguém não me escuta. - digo. Mephisto se senta no braço do sofá aos pés dela.
- Por que será que não acredito quando diz que ela está com seu cheiro apenas por que andou dando seu sangue a ela, tem certeza que não...
- Mephisto! - Interrompo. Termino de limpar seu rosto.
- Garoto... - olho em direção a ele. - Você não é do tipo que se preocupa... É estranho não é? Você salvando a vida dela... Teria o caminho livre se ela morresse. - também não entendo o por que estou tomando algumas decisões, mas não sou desumano como parece. Realmente não gosto de ver os outros sofrendo.
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WITCHES - Puro Sangue
Romansa#Suspense #Adulto #Romance #Fantasia O que faria se tivesse que escolher entre salvar seus pais ou o amor de sua vida? E se para viver, antes, tivesse que morrer? Cristtal é a última bruxa de puro sangue e acaba descobrindo sua ancestralidade por...