Capítulo 1

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                                                                                                                    Geórgia, Atlanta

                                                                                                                                     20:03 PM

 Minha arma já estava em mãos, olhei para o meu parceiro e ele já estava colocando o capuz, fiz o mesmo. Nos olhamos e respiramos fundo, não era a primeira vez que vamos fazer isso, não era a primeira vez que iriamos assaltar alguma mercearia. Na verdade, fazemos isso o tempo todo para sobreviver. Sem isso, não teríamos dinheiro para comer ou sustentar o nosso apartamento em um bairro pobre de Atlanta. Sabíamos dos riscos, sabíamos que a polícia viria atrás de nós dois, mas não importávamos, eu pelo menos não estava nem ai.

-Está pronta, Penélope? -Marcos falou, e eu assenti já saindo do carro. Marcos era um amigo que eu conheci na rua depois do orfanato, ele que me ensinou praticamente tudo.

Caminhamos até a mercearia em nossa frente com a armas escondida ainda. Marcos entrou primeiro apontando a arma para o senhor que fumava atrás do bancão. Ele levantou a mão com os olhos arregalados. Eu sentia dó de roubar o sustento dessas pessoas, mas não podia fazer muita coisa, eu precisava.

-Passa o dinheiro rápido! -Gritei fazendo o seu cigarro cair no chão. Ele me olhava com medo, suas mãos estavam trêmulas. Comecei a ficar sem paciência e percebi que Marcos não estava mais comigo em frente ao palcão.

-Não atire, por favor! -Ele disse e eu destravei a arma para colocar o dinheiro no saco que estava em sua frente. Comecei a sentir um cheiro diferente vindo de algum lugar que eu não consegui decifrar. Dei um bobeira e o velho conseguiu pegar a minha arma, o olhei e ele estava com uma espingarda apontada para mim, o olhei espantada e sem ter o que fazer. Senti o meu corpo sendo levado rapidamente para fora daquele lugar enquanto o homem atirava.

-Vamos, Penélope, vamos! -Marcos gritava e caímos no chão vendo o cara tentando nos acertar. Marcos pegou sua arma e começou a atirar na direção do homem e logo ouvi uma explosão muito alta. Tampei meu rosto com meus braços e Marcos subiu em mim para me proteger. Eu não estava entendendo nada, estava em estado de choque. Olhei o lugar pegando fogo e depois olhei para Marcos que estava com um sorriso de vitória vendo o velho morto no chão.

-Que porra que está acontecendo aqui? -Falei me levantando com dificuldade já que levamos um tombo feio.

-Eu matei ele, eu sabia que ia conseguir.

-Você está maluco? Quem era esse cara? O nosso combinado era só pegar o dinheiro e vazar! O que você tem na cabeça, porra?

-Ele era um velho filho da puta que machucou uma amiga minha. -Ele disse se levantando com a mesma dificuldade que eu.

-E o que eu tenho a ver com isso? Agora os tiras vão vir atrás de nós dois. -Falei batendo no peitoral dele.

-Se antes não vier o Bieber. -Marcos falou e eu parei de dar socos em seu peitoral. O olhei incrédula e não entendendo nada. Engoli em seco.

-O Bieber? -Perguntei com a voz falha.

-Esse território é dele, ou você não sabia? Atlanta é a cidade das drogas, e adivinha quem está por trás disso. -Marcos falou debochado e eu o olhei negando com a cabeça. Antes que eu pudesse falar algo, nós dois avistamos carros pretos vindo na nossa direção, eram carros de luxo. Olhei Marcos.

-O dono da cidade chegou! -Marcos falou pegando na minha mão e correndo pela rua. Eu corria com um pouco de dificuldade, já que minha perna doía muito. Marcos corria mais rápido que eu e atirava para trás. Olhei rapidamente e havia homens de terno vindo atrás com um armamento pesado. Senti um frio na barriga só de pensar que o Bieber poderia me pegar, só ele sabia o que  iria fazer comigo.

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