Capítulo 29

263 53 8
                                    

Algumas provas cruciais e um bom advogado foi suficiente para declarar legítima defesa, a ironia de tudo isso era que a surra que a mulher tomou absorveu John de alguns anos de prisão, cada marca era uma prova contundente para o doutor permanecer ...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Algumas provas cruciais e um bom advogado foi suficiente para declarar legítima defesa, a ironia de tudo isso era que a surra que a mulher tomou absorveu John de alguns anos de prisão, cada marca era uma prova contundente para o doutor permanecer sendo um médico e não perder o direito de salvar vidas. 

Não só ouvir mas como está presente perante o delegado quando esse falou que o marido teve muita sorte por não achar digitais do próprio na arma de fogo, deixou a mulher atordoada, John quase perdeu a carreira e consequentemente anos de prisão, era insuportável passar por tanta coisa em tão pouco tempo, e no fundo, bem dentro de si tinha a convicção de ser a culpada. 

_ Bom, sua esposa está passando pelo processo de culpabilização da vítima. 

Depois de sair do hospital e ir direto na delegacia dar depoimento e passar por séries de perguntas os dois voltaram para casa cansados mentalmente, mas a diferença que Alice sofreu radicalmente com tudo que ouviu da acusação, de como eles colocaram a conduta do marido dela a prova, querendo realmente o acusar de bater em um homem até a morte, mesmo que esse não tenha morrido e seu estado ser delicado no hospital. John percebeu e ouviu o melhor amigo que aconselhou ele a levar em uma psicóloga, no outro dia estava dentro do consultório da melhor na área de psicologia. 

_ De certa forma sente que as pessoas ao redor a culpa pelo acontecido, podem até culpar mesmo, as pessoas tende a ser cruel além da conta, como por exemplo culpa a vítima pela roupa curta ou o batom sensual demais para justificar um abuso.   

A psicóloga suspirou resignada balançando a cabeça incrédula de como o mundo é tão cruel, como alguém viola a inocência da outra pessoa e todos julgam a vítima por instigar algo no outro? E acham ter o direito de julgar quem teve a maior marca da violação alheia, era muito cruel, desumano até. 

_ Querida... 

Devagar foi até o casal sentados no sofá da sua sala, Alice estava bem distante deitada no ombro de John, abatida e culpada. 

_ Não se martirize por isso... 

Ajoelhada de frente ao casal a doutora tocou o rosto da jovem linda, a pele ainda realça as marcas da covardia, mas a mulher já veterana via uma jovem doce tão bela e que tinha um futuro incrível pela frente, não poderia deixar ela sair daquela sessão com tanta bagagem. 

_ Você não teve culpa, de forma alguma. 

Sorriu para a mulher a sua frente, dizendo docemente o que deixava seu coração fragilizado. 

_ Fique bem menina Alice, é linda e doce, não deixa o ser humano mau tirar isso de você. 

A sessão chegou o fim e sozinho deixando Alice no sofá John foi até a mesa da psicóloga fazer o pagamento, a mulher a sua frente aproveitou e sussurrou apenas para ele ouvir. 

EzraOnde histórias criam vida. Descubra agora