Algumas provas cruciais e um bom advogado foi suficiente para declarar legítima defesa, a ironia de tudo isso era que a surra que a mulher tomou absorveu John de alguns anos de prisão, cada marca era uma prova contundente para o doutor permanecer sendo um médico e não perder o direito de salvar vidas.
Não só ouvir mas como está presente perante o delegado quando esse falou que o marido teve muita sorte por não achar digitais do próprio na arma de fogo, deixou a mulher atordoada, John quase perdeu a carreira e consequentemente anos de prisão, era insuportável passar por tanta coisa em tão pouco tempo, e no fundo, bem dentro de si tinha a convicção de ser a culpada.
_ Bom, sua esposa está passando pelo processo de culpabilização da vítima.
Depois de sair do hospital e ir direto na delegacia dar depoimento e passar por séries de perguntas os dois voltaram para casa cansados mentalmente, mas a diferença que Alice sofreu radicalmente com tudo que ouviu da acusação, de como eles colocaram a conduta do marido dela a prova, querendo realmente o acusar de bater em um homem até a morte, mesmo que esse não tenha morrido e seu estado ser delicado no hospital. John percebeu e ouviu o melhor amigo que aconselhou ele a levar em uma psicóloga, no outro dia estava dentro do consultório da melhor na área de psicologia.
_ De certa forma sente que as pessoas ao redor a culpa pelo acontecido, podem até culpar mesmo, as pessoas tende a ser cruel além da conta, como por exemplo culpa a vítima pela roupa curta ou o batom sensual demais para justificar um abuso.
A psicóloga suspirou resignada balançando a cabeça incrédula de como o mundo é tão cruel, como alguém viola a inocência da outra pessoa e todos julgam a vítima por instigar algo no outro? E acham ter o direito de julgar quem teve a maior marca da violação alheia, era muito cruel, desumano até.
_ Querida...
Devagar foi até o casal sentados no sofá da sua sala, Alice estava bem distante deitada no ombro de John, abatida e culpada.
_ Não se martirize por isso...
Ajoelhada de frente ao casal a doutora tocou o rosto da jovem linda, a pele ainda realça as marcas da covardia, mas a mulher já veterana via uma jovem doce tão bela e que tinha um futuro incrível pela frente, não poderia deixar ela sair daquela sessão com tanta bagagem.
_ Você não teve culpa, de forma alguma.
Sorriu para a mulher a sua frente, dizendo docemente o que deixava seu coração fragilizado.
_ Fique bem menina Alice, é linda e doce, não deixa o ser humano mau tirar isso de você.
A sessão chegou o fim e sozinho deixando Alice no sofá John foi até a mesa da psicóloga fazer o pagamento, a mulher a sua frente aproveitou e sussurrou apenas para ele ouvir.
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Ezra
RomanceViver um trauma intensamente assustador todos os dias é extremamente aterrorizante. Johnny é um homem adulto de trinta e dois anos que frequentemente vivência aquela maldita noite. O coração crepitar e muitas noites sozinho com a sombra de um passad...