Praticamente chegar em casa era uma longa viagem, quase um hora seu trajeto que sempre era feito de metrô. Ela estava tão cansada e ao mesmo tempo faminta, não tinha nada pronto na geladeira, chegava ser uma grande ironia para quem cursava culinária a geladeira em falta. Respirou pegando apenas um corpo d'água, bebericou o conteúdo devagar pensando poder enganar a fome.
_ Chegou tarde.
Sua amiga bocejou entrando na cozinha.
_ Perdi o metrô e tive que esperar meia hora o próximo.
Depositou o copo na pia e logo quis saber o que a amiga fazia em casa.
_ O que faz aqui, Ana?
Elas dividiam a mesma casa já algum tempo, era um lugar simples de dois quartos porém aconchegante, cozinha americana, área de lavar e uma pequena varanda, era o que cabia no orçamento das duas amigas.
_ Não quero sair hoje.
Abriu a geladeira fazendo a mesma careta que Alice minutos atrás. Ana se apoiou na divisória da cozinha e a sala, encarou Alice sorrindo sugestiva.
_ Nem vem, amanhã posso até cozinhar, mas hoje nem pensar!
A morena de cabelos comprido negro muxoxo os lábios fingindo uma leve decepção, os olhos castanhos suplicavam brilhantes.
_ Um macarrão?
Alice acabou aceitando pedindo para ela picar as coisas enquanto tomava uma chuveirada rápida. Ana colocou a mão na massa literalmente, não sabia fritar um ovo mas picar não era um bicho de sete cabeças.
_ Ai!
Na verdade era, tirou uma lasquinha do dedo indicador, como? É difícil de dizer já que a mesma usava o ralador.
_ Você se cortou usando o ralador?
Alice estava incrédula quando viu a amiga levar o dedo na boca para estancar o sangue.
_ Ele é um assassino!
_ Que horror, faça o suco então.
Ordenou tomando seu lugar na frente da pia, em menos de vinte minutos tudo estava pronto. Elas sentaram na mesa e conversaram enquanto jantavam.
_ Ele te ligou?
Alice soltou o ar encolhendo os ombros, aquele assunto mexia com ela terrivelmente.
_ É o que ele mais sabe fazer, não para de importunar.
Se referia ao ex namorado, estava ressente o término, ela não sofria com a distância e sim pela presença inconveniente nas mensagens de texto e chamadas no seu celular, ela não queria o ver nunca mais, não depois de toda a humilhação.
_ Você não acha perigoso?
Ana perguntou, Alice não entendeu a palavra perigo assimilada ao nome do ex.
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Ezra
عاطفيةViver um trauma intensamente assustador todos os dias é extremamente aterrorizante. Johnny é um homem adulto de trinta e dois anos que frequentemente vivência aquela maldita noite. O coração crepitar e muitas noites sozinho com a sombra de um passad...