Only Your Babygirl - Camren (Finalizada)

Yes, mommy

"Me perguntei se sabia, de fato, onde estava me envolvendo antes de entrar naquele carro. Pensei em todas as hipóteses possiveis, mas no final, acabei entrando nele. Fugir não adiantaria, pois acabariam,de um jeito ou de outro, me encontrando. Implorar pra ficar não adiantaria, pois assim, tudo continuaria da mesma forma, e por muito tempo sonhei com uma mudança que valesse a pena um recomeço, não que essa seja, não estou esperando absolutamente nada disso tudo."

Eu estava com medo. Tudo em mim gritava por socorro. Meu corpo estava em alerta. Era como se eu fosse surtar a qualquer momento, e eu sei que parece um exagero, mas só quem tem ansiedade sabe o inferno que é sentir tudo isso.

Eu temia por Tudo, e nada ao mesmo tempo. O passado me trazia mágoa, e o futuro me trazia medo. Eu era incapaz de pensar no presente. Me ocupada tanto me culpando pelo o que já havia acontecido, que chegava a me esquecer de viver, e usar aquilo como forma de amadurecimento para que, futuramente, não voltasse a sofrer.

Assim que desci do carro, dei de cara com uma enorme mansão na cor creme, onde na porta, várias pessoas me aguardavam vestidas em um uniforme azul. Eu jamais imaginaria estar presente naquele ambiente.

Sempre gostei de pensar no meu pai, como um homem gordo, bêbado e principalmente pobre. Costumava acreditar que era por esse fato, que nunca havia recebido uma pensão, mas pelo o que estou vendo, isso foi uma bela mentira, assim como a minha vida. Era apenas mais uma para a minha coleção.

Eu estava vestida em uma calça jeans, e um cropped na cor vinho, com um "good girl" escrito no mesmo. Na medida que me aproximava, percebia que algo estava errado. Minha miopia me fazia enxergar um pouco embaçado, e devido a esse fato, só notei que as pessoas que estavam presentes na porta, eram na verdade, verdadeiras prostitutas, quando estava praticamente na frente de todas elas.

Fui acordada de meus desvaneios quando uma enorme limusine parou na frente da pequena escada localizada na porta principal, onde todos estávamos. De lá saiu uma morena, sendo acompanhada por dois guarda costas.

Foi naquele momento que finalmente notei que não estavam esperando por mim, e sim por aquela mulher. Todos estavam estáticos em frente a ela. Parecia um desfile. Era como se ela fosse uma deusa grega, ou algo do tipo.

Pisquei várias vezes, sentindo minha respiração se tornar  mais acelerada a cada passo que essa mulher dava para se aproximar de todos nós.

Ela era um pouco mais alta que eu. Estava vestida em um terninho feminino, o que era extremamente sexy nela. Só percebi que a mesma possuía incríveis esmeraldas verdes, quando ela levantou o óculos, e o colocou em cima da sua cabeça, o deixando ali.

Ela olhava as meninas, de uma a uma, como se fossem uma espécie de objeto, ou algo do tipo, o que me fazia sentir desconfortável. Afinal, o que porra estava acontecendo ali?

Quando seu olhar pousou sobre mim, eu prendi a respiração. Foi como se meu mundo parasse. Minha ansiedade estava no ápice. Eu não sabia o que estava acontecendo, e toda aquela situação estava me desesperando.

Ela me olhou de cima abaixo, com uma de suas sobrancelhas arqueada. Assim que seu olhar se voltou ao meu novamente, ela pediu para que eu me aproximasse, em um ato silencioso, apenas me chamando com a mão.

Eu dei alguns passos a frente. Era como se ela tivesse alguma influência sobre mim, o que era bastante estranho, considerando que se quer nos conhecíamos.

- Você está bem? - Ela perguntou. Sua voz era rouca, o que me causou um certo arrepio.

- Ela está falando com você, menina insolente! -Uma mulher, até então desconhecida por mim, disse em um tom raivoso, o que me assustou, e acabou fazendo algumas lágrimas brotarem em meus olhos.

-Exatamente! Estou falando com Ela, então tome conta da sua vida, pois isso não diz respeito à você. - A morena disse, me defendendo.

Eu olhava para ela sem saber o que fazer. Minhas mãos tremiam de uma maneira descomunal. Eu queria ter uma reação, mas meu corpo simplesmente se recusava a responder os comandos que meu cérebro mandava.

-É ela que eu quero levar. -A morena diz, em um tom arrogante, e passa a mão pela minha cintura em um gesto possessivo.

-Le-levar? -Pergunto finalmente, com muita dificuldade em conseguir expulsar as palavras da minha boca.

-Ela não está a venda. É filha do Alejandro. -A mulher diz, com uma expressão de espanto. As outras meninas permaneciam quietas e eretas, como se fossem robôs.

-Então diga à ele que sua filha está comigo. - A morena diz, aumentando seu tom de voz, o que me assustou.

-Você sabe que não funciona desse jeito. -A mulher retruca, me puxando pelo pulso; ato que logo foi impedido pela dona das esmeraldas verdes, que me puxou pela cintura novamente.

-Não sei quando a trago de volta. Apenas mande ele me ligar em caso de dúvidas. -A morena disse, e eu logo a abracei. Não sei o porquê de ter feito isso, mas senti a necessidade de me sentir protegida por ela.

Eu estava em um ambiente completamente desconhecido, e enfiada em uma situação que eu simplesmente não conseguia compreender.

-Quer vir no meu colo, princesa? - Ela sussurrou no meu ouvido, e assim que eu aceno positivamente com a cabeça, ela me puxa para cima pelas coxas, e se dirige até o carro comigo.

Mesmo após entrarmos, eu continuei grudada no pescoço dela. A limusine era espaçosa e gélida, graças ao ar instalado no mesmo que se encontrava ligado.

-Hey, vamos conversar? -Perguntou a morena, e eu só então me endireitei em seu colo, e olhei em seus olhos.

-Qual o seu nome? Para onde nós vamos? Por que me escolheu? Você é linda. -Solto tudo de uma vez, e acabo me surpreendendo ao notar tudo o que eu disse.

- Uma coisa de cada vez! Meu nome é Lauren. Para onde nós vamos não importa, e o resto não é necessário ser discutido. Tudo o que você precisa entender agora, é que eu sou sua mommy. Me entendeu? -Perguntou, segurando meu queixo com firmeza, me obrigando a olha-la nos olhos, o que me deixou assustada.

-Yes, mommy. -Respondo, e logo em seguida, escondo meu rosto na curva de seu pescoço.