New Life

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"Eu estava me sentindo Como nunca antes. Sentia como se Lauren tivesse algum poder sempre mim. Apesar de não conhecê-la direito, decidi me entregar. Eu já estava em pedaços mesmo, me quebrar mais ou menos não fazia tanta diferença. Que problema tinha se eu tentasse novamente? Se eu ainda esperasse que tudo em algum momento pudesse passar a dar certo? Que mal tem em esperar o bem das pessoas? Infantilismo não era novo pra mim, pois eu já havia lido alguns livros sobre isso. Eu estava disposta a ver onde isso tudo podia ir."

Abri os olhos calmamente, e pisquei algumas vezes, esperando que assim, minha visão focasse, o que não aconteceu, já que quando percebi onde estava, meus olhos começaram a lacrimejar.

Estava sozinha em um quarto enorme, e bem sofisticado, muito diferente do que eu costumava ter na minha antiga casa; na minha antiga vida.

Eu chorei tanto, que realmente acho que poderia criar minha própria praia particular usando minhas lágrimas.

-Lauren?! -Eu gritei, esperando que assim, ela aparecesse. -Mommy?! -Eu gritava, e quanto mais alto minha voz ecoava, mais desesperada eu ficava. Cada vez mais os soluços saiam. Meu corpo convulsionava e tremia.

P.O.V.  Lauren M. Jauregui

Eu estava em meio a uma reunião de emergência que acabou surgindo no momento menos oportuno possivel. Como eu tinha meu escritório particular localizado dentro da minha casa, aproveitei o momento que Camila havia dormido, para resolver alguns assuntos pendentes sobre o novo hotel dos Jauregui, que iria ser aberto dentro de apenas duas semanas, na capital do Brasil.

Resumidamente, estava tendo uma reunião em minha casa.

-Bem, nós temos que observar bem se o hotel se encaixa nesse local, senhorita Jauregui. Andei pesquisando bastante, e acho que seria melhor para o desenvolvimento dele se o abrissemos em São Paulo, ou até mesmo no Rio De Janeiro. -Henry disse, colocando três pilhas gigantescas de um projeto dele em cima da minha mesa, o que me fez suspirar.

-Eu sei o que você está pensando. Brasília não tem praias ou algo que seja realmente interessante para que haja um movimento tão grande quanto no Rio De Janeiro, mas olhando por um outro ponto de vista, há dezenas de politicos que sempre tem de... -Comecei meu pequeno discurso sobre meu ponto de vista, algo que foi interrompido por um de meus funcionários.

-Ir e voltar da cadeia sempre. Vocês ficaram sabendo daquele Lula? Nunca vi alguém entrar e sair da cadeia tantas vezes em tão pouco tempo. - Falou Cameron, em meio a uma irritante gargalhada, ato que foi imitado por todos os que estavam presentes no escritório, menos por mim, que apenas lhe lancei um olhar de reprovação. -Desculpe, senhorita Jauregui.

-Se você quer falar sobre fofocas, vá até um salão de beleza. Aqui não é lugar para se ficar brincando e rindo.  Estamos em uma reunião de negócio. Há milhões em jogo. Se não sabem lidar com esse fato, apenas me avisem, pois quero estar ciente de que não estou pagando o salário de vocês todo mês a toa. -Falo calma e pausadamente, sentindo minhas veias pulsarem, e uma raiva descomunal surgir em mim. A sala toda ficou em silêncio, e foi graças a isso que pude ouvir algumas batidas contínuas em minha porta.

Levantei-me e segui até a porta, onde encontrei minha Hailee, uma senhora grisalha, que trabalhava em minha casa desde a minha infância. Ela parecia um pouco nervosa, então a deixei tomar fôlego por alguns segundos, até que finalmente pudesse me falar o motivo da interrupção.

-Chelly, a menina está aos berros dentro do quarto. Pensei em ir até lá, mas acho que a assustaria mais, já que ela ainda não me conhece. -Ela diz baixo, quase que em um sussurro.

-Obrigada por me avisar. Vou ir até lá, não se preocupe. -Falo simples, e ela logo assente, e segue até a cozinha. 

Encaro todos os que estavam presentes naquela sala, e logo solto um suspiro cansado. Essas reuniões sempre me estressavam, principalmente quando eram em meu domicílio.

-Normani, dê continuidade a reunião. Volto daqui uns minutos. Com licença. -Falo calmamente, e me retiro do ambiente. Sempre procuro manter meu tom de voz balanceado. Nem tão calmo, nem tão firme. Assim consigo ser receptiva e conseguir respeito ao mesmo tempo.

Segundos depois, eu estava a caminho do quarto da minha pequena babygirl.

-Camila? -Falo, assim que adentro o quarto. Estava meio ofegante, resultado final que obtive depois de subir correndo três lances de escada.

Ali estava a pequena, encolhida em cima da cama, com seu corpo trêmulo. Sorri largamente ao ver o quão fofa a menina conseguia ser. Tinha certeza de que tinha escolhido a pessoa certa.

Aos poucos, ela foi tirando as mãos do rosto. Seu rosto estava completamente marcado pelas lágrimas, ela estava vermelha, e soltava um soluço a cada segundo.

A menina me encarava com os olhos arregalados. Ela estava com medo, eu podia ver isso. Eu queria a proteger do mundo. Queria que ela se tornasse minha, e queria que fizesse isso por escolha própria.

-O que houve? -Perguntei, me aproximando; mas a cada um passo que eu dava pra frente, ela dava dois pra trás.

-Você me deixou sozinha. -Ela disse, com uma voz manhosa, e logo em seguida, sua boca se formou em um bico, e ela ameaçou voltar a chorar.

-Hey! Eu não te deixei sozinha! Eu estava lá embaixo o tempo todo, sweetie. -Falei, tentando acalma-la, ato que pareceu falho, já que a menor apenas cruzou os braços em resposta. -Vai ficar fazendo birra? -Perguntei, e quando não obtive resposta, segui até a porta.

-Mommy?! -Chamou de maneira manhosa, e logo abriu os braços em minha direção.

-Eu podia te deixar ai, né?! -Perguntei, mas a menor fez uma carinha tão fofa, que não resisti em voltar, e a pegar no colo.

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Dei continuidade na reunião com Camila em meu colo. Todos estranharam de começo, mas logo passaram a ignora-la, e dar atenção para a reunião que, de fato, era de estranha importância.

Enquanto todos falavam, Camila mantinha seu rosto escondido na curva do meu pescoço. Eu simplesmente amava a forma que ela já era entregue a mim, mesmo sem querer.

-Mommy? -Sussurrou a menor, se remexendo em meu colo. Soltei um "hm" baixo, e logo senti uma pequena e gélida mão em meu rosto. - Quero atenção. -Disse, me fazendo suspirar.

-Daqui a pouco. -Respondi, mas ela não pareceu contentada com a reposta. Segundos depois, lágrimas ameaçavam rolar pelo rosto angelical da pequena baby. -Hey! Estou aqui com você! Não precisa chorar! -Falei, e passei a balança-la devagar. Minutos depois ela estava dormindo.

Only Your Babygirl - Camren (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora