Capítulo 77

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Ele não estava achando que eu ia aceitar aquele convite, estava?
- Você está louco? – eu comecei a dar risada.
- Qual o problema? Vai me dizer que você não tem curiosidade de entrar em uma sauna?
- Até tenho, mas eu não vou com você no meu "mocotó", né Víctor?
- E qual o problema? – ele repetiu a pergunta. - Acha que eu vou te estrupar?
- Sinceramente? Tenho quase certeza. Melhor não arriscar – ri de novo.
- Do jeito que você está ficandogostosinho, é provável que eu te agarre mesmo – ele sorriu.
- Sai fora! Quero isso pra mim não, meu.
- Será? Duvido que você resista à minha pegada!
- Que pegada? Você não tem pegada, meu.
- Como sabe? Quer experimentar?
- Não, obrigado. Meu pau não sobe com você.
- Ah, até parece que não. Lembro muito bem daquele dia que a gente estava lá na minha casa e eu quis ficar com você.
- Nem me lembre daquele dia. Estou traumatizado até hoje. Você não queria ficar comigo, você queria me estrupar, isso sim!
- Aham. Não seria má ideia – ele piscou de brincadeira.
- Deus me livre! Agora falando sério, não vou pra sauna não. Se você quiser ir, pode ficar à vontade.
- Querer eu quero, mas sozinho eu não tenho coragem. Deixa de ser chato e me faz companhia?
- Não, obrigado. Estou bem aqui nesse sofá, descansando o meu corpinho.
- Chato!
- Mas você me ama mesmo assim.
- Amo? Não sabia. Estou desinformado, hein?
- Tanto me ama que está doidinho pra me dar uns pegas!
- Ah, faz favor! Menos, Caio.
- Nem tenta disfarçar, que eu sei que é verdade.
- Ultimamente você tem se sentido demais, garoto.
- Eu? Claro que não!
- Claro que sim. Você está metidinho demais.
- Nunca serei metido, meu filho – eu era super humilde!
- Uhum. Quem não te conhece que te compre.
- Para de graça. Eu vou ao bar, quer alguma coisa?
- Não, obrigado. Vê se não bebe muito que nem ontem, hein?
- Só não vou beber muito porque estou sem dinheiro, senão ia beber tanto ou mais que ontem.
- Toma cuidado, Caio. Você está virando um alcoolatra!
Eu tive que dar risada. Existia uma diferença muito grande entre beber por diversão e ser um cachaceiro compulsivo. E eu era controlado demais para saber a hora de parar.
- Exagerado! – dei risada e saí andando.
Não tive trabalho algum de chegar ao bar porque o caminho estava literalmente vazio. Acho que as únicas pessoas que estavam naquele salão éramos o Víctor e eu – além dos funcionários, é claro.
- O que vai querer? – o barman perguntou.
- Uma Smirnoff Ice, por favor.
- Aqui – ele me entregou o pedido rapidamente.
- Obrigado.
Que delícia! O líquido estava tão gelado que todo o meu estômago ficou na mesma temperatura que a bebida. Totalmente refrescante, do jeito que eu gostava.
- Quer? – ofereci de novo.
- O que é isso?
- Smirnoff Ice. Uma delícia!
- Deixa eu experimentar, vai...
Ele fez uma cara de repulsa tão engraçada que eu não contive o riso.
- Como consegue beber isso, moleque? Que horror...
- Delícia!
Acabou que o Víctor e eu ficamos totalmente entediados, porque não havia nada a ser feito naquele local. Nós só conseguimos nos animar quando as pessoas começaram a chegar.
- Agora sim, está ficando cheinho – ele falou.
- Daqui a pouco começa a bombar, você vai ver.
- Espero que seja bom mesmo, hein? Senão eu te mato.
- Vai gostar. Principalmente do dark room.
- Assim espero, assim espero.
- Me empresta seu celular? – estiquei a mão.
- Pra quê?!
- Quero jogar um pouco, o tempo não está passando.
- Pelo amor de Deus, você não vai fazer isso, vai?
- Qual o problema? – eu imitei a pergunta que ele havia feito no começo. – Não tem nada pra fazer mesmo!
- Só você pra me fazer pagar mico na balada – ele me entregou o aparelho.
- Olha quem fala! Você me faz pagar muito mais mico, moleque.
- Nem vou comentar.
- Acho bom.
- Vou dar uma volta, já volto.
- Já vai caçar?
- Claro! Não estou aqui para ficar jogando no celular, né?
O telefone do Víctor era um Nokia 2280, daqueles que nem câmera tinha, mas mesmo assim era um bom aparelho. Eu acessei o menu de aplicativos e me diverti horrores com o joguinho do balão.
- Divertindo-se muito? – ele voltou em 5 minutos.
- Da hora esse jogo do balão, hein?
- Como você achou?
- Ué, fuçando!
- Caraca... Curioso, hein?
- Ué, só abri os aplicativos e encontrei. O que há demais nisso? Até parece que eu sou um gênio só porque achei esse joguinho.
- Não tem nada de interessante nesse lugar, Caio. Acho que você está me enganando!
- Quer segurar a periquita e esperar? Não são nem 23h30, ainda tem muito tempo pela frente. Nós só vamos sair daqui lá pelas 5 horas.
- Se eu não ficar com ninguém, eu quebro seus dentes.
- E a culpa vai ser minha se você não ficar? A minha parte eu já fiz, que foi te trazer aqui. O resto você se vira.
- Olha lá como fala comigo, hein?
- - Cala a boca e me deixa curtir esse joguinho aqui.
- Se acabar com a minha bateria eu te mato.
- A bateria está cheia, não seja chorão!
Mas é claro que eu não fiquei jogando por muito tempo, afinal eu estava em uma boate. Se tinha algo pra ser feito ali, com certeza não era mexer no celular.
Conforme eu imaginara, por volta da 1 da madrugada as coisas começaram a esquentar e a pista começou a ficar cheia. Consecultivamente, meu amigo ficou mais animado e eu também me soltei um pouquinho mais.
- Agora sim isso aqui está ficando legal – ele sorriu.
- Eu disse, não disse?
- Arrasou, gatão.
Ali nós poderíamos soltar a franga sem sermos julgados ou criticados pelas pessoas. Naquela danceteria, eu não tinha motivos para criticar o jeito do Víctor falar ou se portar, afinal ali todos éramos iguais.
- Vou dar mais uma volta, agora não é possível que eu não arrume alguém.
- Vai na fé! – incentivei.
- Não vai, não? Vai ficar aí sentado que nem um velho?
- Eu me solto mais tarde, amor.
- Hum, essa eu pago pra ver.
Não era exatemente o que ia acontecer, porque quando eu me soltasse, nós estaríamos na escuridão do quarto escuro, então ele não iria me enxergar.
A minha moleza chegou ao fim em um determinado momento da madrugada. De repente, as músicas começaram a ficar mais animadas e eu não consegui mais ficar sentado naquele sofá preto. Fui obrigado a me levantar e a cair na pista de dança, mesmo sem saber dançar muito bem.
Decidi ficar um pouco mais "solto", então não pensei duas vezes em beber mais alguma coisa para me animar um pouquinho mais. E a bebida escolhida foi uma batida de alguma coisa com leite condensado. Muito boa, mas um pouco doce demais, o que acabou me deixando meio tonto.
- Bebendo de novo, Caio? – ele apareceu e parecia estar contente.
- Quer?
- O que é isso?
- Batida. Experimenta.
Daquela vez ele não fez cara de nojo e pareceu gostar.
- Essa é melhorzinha. É doce, né?
- Uhum. E aí, pegou?
- Peguei!!! – Víctor abriu um sorriso imenso.
- Graças a Deus! Isso merece até uma oração de agradecimento!
- Como você é sem graça...
- Pegou quem? Me mostra?
- Você acha mesmo que eu vou encontrá-lo no meio dessa muvuca?
- E foi bom? – bebi mais um gole da minha bebida.
- Foi, foi bom. Não foi o melhor beijo do mundo, mas foi bom.
- Mas ele é bonito?
- É gatinho. Até parece que eu vou ficar com um cara feio, né Caiô?!
Às vezes algumas pessoas tinham a mania de me chamar de "Caiô". Eu já estava até acostumado.
- E você? Não pegou ainda? – ele tomou o copo da minha mão e se apossou da minha batida.
- Ainda não, mas calma que é cedo e eu não estou tão necessitado como você, colega.
- Ah, desculpa aí se você pode vir aqui todo final de semana, né?
- Não venho todo final de semana, venho no máximo duas vezes ao mês.
- O que já é suficiente.
- Tá, tudo bem. Três vezes ao mês – confessei.
- Já aumentou?
- Ah, tá bom! Eu confesso: eu venho mesmo todos os finais de semana.
- Viu só?
- Brincadeira, bobo. Acho que nunca fiz isso. Ou fiz? Ah, sei lá. Sempre que me dá vontade eu colo aqui.
- Safadinho...
- São os hormônios – dei risada.
- Idiota!
Meu melhor amigo e eu nos rendemos ao som e nos jogamos na dança. Até que não estávamos mandando tão mal assim...
- Aqui não toca funk não, né? – Víctor questionou.
- Nunca ouvi tocar não. Espero que não toque, senão eu vou embora.
- Te faço companhia. Se bem que você está morando no Rio de Janeiro; já deve estar acostumado a ouvir essa porcaria.
- Pior que não estou. Não consigo me acostumar com um bagulho tão ruim assim.
- Verdade!
Esporadicamente eu era obrigado a ouvir esse tipo de música, mas nunca fiquei confortável nessas situações. Que me perdoem as pessoas que gostam de funk, mas na minha humilde opinião, esse tipo de música é uma ofensa aos nossos ouvidos!
- Agora sou eu que vou dar uma volta, beleza? – eu queria respirar um pouco. – Já volto.
- Não demora.
- Não controla meu tempo, faz favor.
Saí perambulando pelo meio dos caras e como a pista estava um pouco apertada demais, foi inevitável não esbarrar em um ou outro pelo caminho.
- Desculpa – falei a um cara muito, mas muito alto.
- Tudo bem – ele não se importou comigo.
Se ele não chegasse a 2 metros de altura, estava próximo. Me senti um anão de jardim perto daquele gigante. Fiquei imaginando quanto mediria o...
- Que horror, Caio – eu mesmo me repreendi e em seguida dei risada sozinho.
Aproveitei que estava perto do banheiro e entrei para lavar o rosto e tirar a água dos joelhos. Segui para o mictório, mas para o meu total desagrado, um senhorzinho de meia-idade se alojou ao meu lado e ficou de olho no meu companheiro.
- Algum problema? – fiquei irritado. – Perdeu alguma coisa?
- Oi? – ele ficou sem graça.
- Quer parar de olhar, por favor? – eu coloquei o braço em cima da divisória que separava os mictórios para dificultar a visão dele.
- Posso segurar?
- Não!!! Tá louco, irmão? Se liga! – me revoltei mais ainda e parei de fazer xixi na metade do caminho. – Era só o que me faltava!
Saí daquele local e fui para um dos boxes. Pelo menos lá eu tinha certeza que iria ter privacidade.
Quando eu saí da cabine, o cara já não estava mais dentro do banheiro. Pelo menos ele tinha se tocado, né?
Lavei as mãos e em seguida joguei um pouco de água no meu rosto. Precisava me refrescar porque estava sentindo muito calor.
- Está passando mal? – um funcionário perguntou.
- Não. Por quê?!
- Está lavando o rosto...
- É calor – eu me justifiquei e ri.
- Ah, que susto. Que bom que está tudo bem. Desculpa o incômodo.
- Imagina!
Se eu não tivesse tanta certeza que ele era hetero, teria dado um jeito de atacá-lo ali mesmo. O cara era lindo, mas hetero. Só de olhar para ele, a gente sacava que ele não curtia a coisa. E se curtia, sabia disfarçar muito bem.
A noite passou que passou voando. Quando eu percebi, já era mais de 2 da manhã e eu ainda não havia ficado com ninguém.
- Quantos? – perguntei ao Víctor.
- 6 – ele se gabou. – E você?
- Nenhum, mas a diversão começa agora.
- Por que diz isso?
- Vou subri pro dark. Vem comigo!
Eu segurei na mão do meu parceiro e nós subimos os dois lances de escada que davam acesso ao quarto escuro. Lá já estava começando a ficar movimentado, mas ainda não estava completamente lotado de pessoas.
- É aqui? – ele se chocou.
- Não, é ali em cima. Tem que subir esses degraus.
- Mas claro assim?
- As luzes são apagadas mais tarde, Víctor. Não se precipite.
- Se você está falando...
Assim, sem mais nem menos, eu senti duas mãos fortes me puxarem para trás e de repente me vi nos braços de um cara forte. Nós começamos a nos beijar ali mesmo e eu nem me preocupei com a presença do Víctor ao meu redor. Eu não tinha nada para esconder dele mesmo...
- Como é seu nome? – ele perguntou depois de um tempão.
- Caio e você?
- Marcelo.
- Prazer, Marcelo – eu falei.
- Prazer é meu. Quer ir para um lugar mais calmo?
- Não posso, estou com meu amigo.
- A gente leva ele também.
- Não, não – ri. – Valeu.
- O que seu amigo curte?
- Não sei, nunca perguntei, mas não rola. De verdade.
- Tem certeza? Eu dou conta dos dois, hein?
- Tenho certeza absoluta. Valeu.
- Que pena. Vocês iam gostar.
- Imagino – me afastei e dei um tapinha amigával no braço do cara. – Até mais.
- Não acredito que você dispensou essa delícia, Caio – Víctor reclamou.
- Ele queria sair com nós dois ao mesmo tempo. Sai fora!
- Como é? – ele arregalou os olhos e abriu a boca.
- Acho que ele queria pegar você e eu ao mesmo tempo. Pelo menos foi isso que ele disse e deu a entender.
- E por que você não me falou, filho da puta? – ele me deu um soco de brincadeira.
- Está doido? Até parece que eu ia querer, né?
- Mas eu sim!
- Você é você, eu sou eu. Sai fora!!!
Subir as escadas e ficar naquele corredor me deu sorte. Pouco tempo depois de ter dispensado o Marcelo, já estava ficando com outro e o Víctor não ficou atrás.
- Você beija bem – o moleque falou.
- Valeu – agradeci. – Você também.
- Qual a sua idade?
- 18 e a sua?
- 20. Vamos ali em cima?
- Uhum.
E eu ia recusar um convite daqueles? O carinha era todo delícia, eu é que não ia perder a oportunidade de tirar uma casquinha dele.
O boy me jogou contra a parede e me beijou de uma maneira alucinante. A língua dele percorreu toda a minha boca e é claro que com isso eu fiquei pra lá de excitado.
- Já ficou duro? – ele segurou no meu volume por cima da calça.
- Pois é – eu confirmei.
- Safadinho... Posso ver?
- Já?!
- Pra que perder tempo?
- Só espera as luzes apagarem. Eu sou meio tímido...
- Ah... – ele me deu um selinho. – Não tem ninguém aqui...
- Não. Eu tenho vergonha – e se alguém aparecesse?
- Quer ver o meu? – ele começou a desabotoar a calça.
- Você ainda pergunta?
Não era o maior que eu já tinha visto; diria até que era pequeno, porém dava pro gasto.
- Segura?
Eu segurei e nós imendamos outro beijo. Fiquei batendo uma bem de leve pra ele não gozar, não queria que ele sujasse a minha roupa.
- Chupa? – o carinha perguntou.
- Claro assim não.
O local estava começando a ficar cheio e em seguida as luzes foram apagadas.
- E agora? Chupa?
- Agora sim.
Eu ajoelhei e coloquei tudo na boca, o que não foi difícil de se fazer. Conforme eu chupava, eu sentia o pau dele endurecer na minha boca e isso foi me deixando louquinho de tesão.
- Só isso? – ele reclamou quando eu levantei.
- Cansei de ficar agachado, pô.
- E agora? Vai colocar o seu pra fora, ou tá difícil?
- Ele já está – eu peguei na mão dele e coloquei por cima do meu pau.
Em menos de um minuto senti ele abocanhar todo o meu sexo. Foi um boquete rápido, todavia muito gostoso.
- Delícia – eu mordi meu lábio e empurrei a cabeça dele pra baixo.
Depois que ele subiu, nós nos beijamos novamente e só depois de muito tempo foi que lembrei de perguntar como ele se chamava:
- André e você?
- Caio.
- E aí, vamos sair daqui?
- Não, não estou sozinho.
- Está com quem?
- Com meu amigo.
- Ah, entendi. Então eu vou nessa, quero algo a mais hoje.
- Beleza. Boa sorte.
- Valeu.
Antes mesmo dele sair de perto de mim, outro já se aproximou e começou a me beijar. O bom de ficar no dark room era que a gente não ficava sozinho por muito tempo, sempre tinha com o que se ocupar.
E foi assim por muito tempo. Perdi as contas de quantos caras me chuparam e perdi as contas de quantos pediram para eu chupar, mas aquela velha dor na consciência falou mais alto e eu não fiz sexo oral em mais ninguém, porque por incrível que pareça, nenhum quis usar camisinha.
- Sem camisinha eu não faço – bati o pé e o cara ficou arredio.
- Para de bobagem, meu – ele forçou a minha cabeça pra baixo.
- Não rola – eu o empurrei de leve.
- Falou então...
- Falou!
- Caio? – ouvi a voz do Víctor me chamando.
- Aqui – eu falei. – Onde você está?
Ele não respondeu, mas quando alguém segurou na minha mão direita, eu sabia que era ele.
- E aí? – perguntei. – Se divertindo muito?
- Demais – ele soltou um profundo suspiro. – E você?
- Bastante. Só meio frustrado.
- Com o quê?!
- Nada demais, coisa boba.
Foi quando o meu amigo me abraçou que eu notei que ele estava sem camisa. Só não entendi porquê ele tinha jogado o corpo contra o meu.
- Quer me esmagar? – reclamei.
- Desculpa, me empurraram.
- Por que está sem camisa?
- Porque tiraram e eu estou com calor também.
Ele estava mesmo um pouco suado.
- Não perdeu a camiseta não, né Víctor?
- Não. Ela está bem segura aqui. Nossa, que delícia... – ele segurou o meu volume.
- Solta – fiquei com vergonha.
- Não mesmo – ele continuou brincando com o meu pau, mas não colocou pra fora.
- Para de graça, você é meu amigo!
- Não estou fazendo nada demais. Pode ficar tranquilo que eu não vou fazer nada além disso.
- Assim espero.
Não vi maldade no que ele estava fazendo. Era só uma brincadeira entre amigos e eu tinha certeza absoluta que aquele feito não atrapalharia a nossa amizade, pelo contrário.
- Quanto mede, mano? – ele perguntou no meu ouvido.
- Ah, não sei – devo ter ficado muito vermelho. – Por quê?
- Parece ser grande...
- Não é. Ele é normal.
- Não acho...
Mesmo estando um pouco sem graça, eu também segurei no dele, só que por cima da calça, assim como o Víctor estava fazendo.
- Isso aí, não passa vontade não – ele brincou.
- Palhaço. O seu também é grande.
- Acho que eles devem ter o mesmo tamanho. Vamos medir?
- ATÉ PARECE – eu caí na gargalhada e ele acabou retribuindo.
- Como você é idiota.
- Você que é,
- Ui, tem alguém me bulinando, Caio! – exclamou.
Senti vontade de sair correndo quando eu senti a calça do Víctor ser abaixada. O que será que ia acontecer?
- Puta que pariu – eu reclamei quando o pau dele saiu pra fora da cueca.
- A culpa não é minha, juro – ele tentou colocar a cueca, mas não conseguiu.
- Coloca isso, Víctor – eu pedi.
- Ah... – ele soltou um gemido e agarrou nos meus ombros.
- O que foi?
- Tem alguém me chupando – ele sussurrou no meu ouvido.
- Ai, SOCORRO! Deixa eu sair daqui... – fiquei desesperado.
- Para, você tá me servindo de apoio!
- E eu lá tenho cara de quebra-galho? Tô fora!
Com muita dificuldade, eu consegui andar pro lado e me desvencilhei do corpo do Víctor.
- Você me paga, Caio!
- Estou sem dinheiro.
Mas de nada adiantou fugir do Víctor, pois assim que eu me afastei dele, alguém me empurrou contra outro alguém e uma suruba começou a acontecer.
- Ui – soltei um gemido de surpresa quando alguém começou a me chupar.
Se existia algo melhor que aquela pegação, eu desconhecia. Enquanto um me chupava, outro me encoxava e ao mesmo tempo eu batia para mais dois. Era a descoberta de todos os prazeres ao mesmo tempo.
Para completar a minha farra, o que estava atrás de mim virou o meu pescoço e começou a me beijar. E que beijo delicioso ele me deu!
Comecei a ouvir gemidos vindos de todas as partes. Todas as partes mesmo: do meu lado direito, do meu lado esquerdo, na minha frente e atrás de mim. Uma verdadeira putaria sem fim.
- Para, para, para – eu afastei o rosto do cara que estava me chupando. – Senão eu vou gozar!
Ele se levantou e me beijou feito um louco. Senti algo bem duro bater na minha barriga e não me fiz de sonso: tratei logo de pegar e começar uma punhetinha pra ele.
- Me chupa?!
- Só se tiver camisinha!
E ele tinha. Finalmente um que era prevenido. Quando o pênis ficou completamente coberto, eu ajoelhei e comecei a chupar. Não foi algo muito legal sentir gosto de plástico na boca, mas melhor aquilo do que contrair uma doença sexualmente transmissível.
Ele gozou no exato momento em que a música parou. Senti a ponta da camisinha ficar mais pesada e me senti aliviado em saber que eu não ia receber nenhuma gota daquele esperma.
- Ah... – ele gemeu pela última vez e eu me levantei. – Tesão...
Não precisou de muito para eu gozar. Bastou ele bater duas ou três vezes no meu dote para eu ejacular no chão daquele quarto escuro. Senti as minhas pernas amolecerem quando eu o orgasmo ocorreu.
Quando as luzes acenderam, eu vi o Víctor pegando dois carinhas ao mesmo tempo. Que safado! Mas eu não podia condená-lo, afinal já havia feito aquilo antes.
- E aí, gostou? – o homem que estava comigo perguntou.
- Muito – fui sincero.
- Você vem aqui direto, né?
- Às vezes. Por que? Já me viu aqui?
- Algumas vezes – ele sorriu. – E espero te ver de novo.
- Provavelmente verá sim.
- Que bom. Até mais então, gostosinho.
- Até mais, gostosão – eu brinquei, ele sorriu e foi embora.
- Vamos embora? – o meu amigo estava suado, despenteado e com a aparência de cansado.
- Onde você estava, criatura? Lutando na 2ª Guerra Mundial?
-- Hã? Não entendi!
- Você está horrível...
- Ah, obrigado! Amo a sua sinceridade.
- É verdade, vai se olhar no espalho. Quantos?
- Só 15 e você?
- Sei lá, depois do quarto eu não contei mais.
- Espero que não tenha pêgo mais do que eu.
- Sem rivalidade, por favor. Vamos embora que eu estou só o pó.
- Somos dois!
- Vai se arrumar, pelo amor de Deus. Não vou sair com você zoado desse jeito.
- Já vou, inferno!

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