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Capítulo 10

Meus instintos estava gritando por ela e eu não conseguia ouvir meu cérebro me ordenando para me afastar.

Segurei sua cintura e abri a boca indo em direção a sua e já podia sentir até mesmo o toque de sua boca, mas antes que eu concretizasse aquilo ela afastou seu rosto.

—Me solta. Por favor. — pediu com a voz embargada e o fiz.

Barbara começou a chorar e abraçar o seu próprio corpo. Ainda não estava entendendo nada, mas fui rápido em pegar o roupão e envolver seu corpo.

—Está tudo bem. Não vou te tocar. — disse baixo e ela me olhou com seus olhos negros suplicantes.

Assenti sorrindo para que ela se sentisse mais confortável e a mesma enxugou o rosto como se fosse uma criança perdida.

—Você está bem, okay?

Barbara apenas assentiu e a guiei para fora dali, levando-a com calma pelo corredor com sua nova muda de roupa em mãos até entrar em seu quarto.

—Está com frio? — perguntei e ela assentiu se encolhendo. —Bom, eu vou pegar o meu casaco no armário para você. — disse e sorri. —Quer mais alguma coisa?

—Pente.

—Hm, bem lembrado. — sorri. —Mais alguma coisa? — perguntei e ela negou com a cabeça.

Sorri da forma mais gentil e então a deixei ali para que se trocasse. Ao fechar a porta apoiei-me na parede para respirar normalmente.

Barbara quase me beijou e eu quis mais que tudo que ela o tivesse feito. Eu desejei provar dos lábios de Barbara com todas as minhas forças.

Mas ela não quis.

Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote, ou a intimidade, ou ela apenas queria demonstrar um tipo de carinho e eu me confundi.

Respirei fundo e segui até a ala dos funcionários. Abri o meu armário e tirei de lá o meu casaco e também perfume. Peguei na dispensa um pente e meias para ela.

Abri os ferrolhos e ela estava sentada na cama encarando as paredes atentamente. Suspirei e encostei a porta.

—Trouxe meu perfume também, se você quiser.

—Quero. — ela disse muito baixo e sorri.

Aproximei-me dela e sentei ao seu lado. Barbara pegou o meu perfume e começou a senti-lo pela tampa.

—Não quer pentear o seu cabelo primeiro? — perguntei e ela suspirou.

—Pode me ajudar? — perguntou e sorri.

—Não sou muito talentoso Barbara, e se eu te machucar?

—Não vai. — ela disse baixo e virou de costas para mim. —Você nunca me machuca.

Sorri largo e me posicionei para começar a pentear seus longos cabelos negros, mas era desajeitado demais para isso.

Comecei pelas pontas como via minha mãe fazer com minhas primas e tentei repetir, mas confesso que eu era uma desgraça e estava com medo de a machucar.

Barbara virou e tomou o pente das minhas mãos começando a pentear. Tive que rir, já que ela era mil vezes mais habilidosa.

—Trouxe meias, se sentir frio de madrugada.

—Eu sinto. Faz muito frio. — ela respondeu baixo enquanto penteava e balançou seus pés como uma criança.

Ri sincero e peguei as meias, colocando em cada um de seus pés. Ela estava tão linda arrumando seu cabelo que me vi encantado.

Psicopatia • z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora