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Capítulo 4

Enquanto Barbara adormecia lentamente, pude ver um dos caras na porta segurando a tesoura que pedi e uma maleta que julguei ser para reparar os ferimentos dela.

—Entra aí. — disse baixo e ele entrou.

Com Barbara deitada de forma suave na cama estirei seu braço sangrando em minha perna. Peguei gazes e antisséptico da maleta e com cuidado comecei a limpar seus ferimentos.

—Você é da área da saúde ou algo assim?

—Não. Mas minha mãe era. — disse e sorri fraco lembrando dos cuidados dela. —Ela era enfermeira.

—Ela faleceu?

—É. — disse baixo e peguei algumas bandagens na mesma.

—Sinto muito.

—Valeu.

—Vou levar os remédios dos pacientes da ala B, precisa de ajuda? — ele perguntou.

—Não cara, valeu. Eu me viro.

—Okay, qualquer coisa, meu nome é Nathan.

—Okay Nathan, eu sou Zayn.

Sorri educadamente e logo Nathan saiu do cômodo, deixando-me sozinho enquanto tratava dos ferimentos violentos de Barbara.

Terminei o primeiro braço com dificuldade e passei para o outro, que tinha menos ferimentos. Foi mais rápido ali e então peguei a tesoura.

Respirei fundo e peguei sua mão delicada. Com cuidado limpei seus dedos sujos de sangue com a gaze e depois comecei a cortar suas unhas enormes em tamanhos pequenos o suficiente para que não se machuque.

Podia ouvir Barbara sussurrando "me soltem" enquanto dormia e sentia um grande pesar em meu peito por ver alguém numa situação tão delicada.

Espero que nesses seis meses que eu fique aqui, possa a ajudar de alguma forma.

Terminei de cortar suas unhas e sorri pequeno vendo que seu sono estava mais tranquilo agora. A cobri e em seguida caminhei para fora levando tudo que trouxe.

Segui até a ala dos funcionários, lavei as mãos sujas de sangue e em seguida me joguei no sofá sentindo um cansado fora do comum.

* * *

—Acorda, cacete! Tá achando que tá numa colônia de férias? — ouvi a voz de Rodger e abri os olhos lentamente. —Anda, baitola!

—O que é, merda?

—A única enfermeira, fêmea, que tínhamos aqui se demitiu.

—E o que eu tenho a ver com isso?

—Está na hora do banho dos doidos. — ele disse fazendo cara de nojo e esfreguei o rosto impaciente.

—E o que você quer que eu faça, droga?— perguntei estressado e olhei no relógio que marcava cinco e meia da manhã.

—Dividi três pacientes para cada dois funcionários, e bem, como me disseram que você anda meio amiguinho da Bárbara, vai ficar com ela, senhora Willow e o Burke.

—É sério que vou ser responsável pelo banho de duas mulheres, Rodger? Isso é desrespeitoso com elas! — disse indignado.

—Acha que o governo manda verba para contratar outra pessoa assim? Temos que nos virar! Anda logo e tenta não ficar de pau duro com a senhora Willow.

Rodger disse rindo e nem esperou que eu dissesse nada. Isso era tão desrespeitoso e errado! Era para ter enfermeiras, mulheres de fato, para ajudar as outras no banho.

Psicopatia • z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora