Capítulo 16
Em poucos segundos senti Barbara parar de retribuir o beijo, ficando totalmente paralisada. Inclusive as suas mãos deixaram de me tocar nas costas.
Parti o beijo e a encarei confuso, mas logo vi que chorava silenciosamente. Estava ofegando, mas fui rápido em sair de cima dela e acariciar seu rosto.
—Babe, desculpa! Eu não queria que se sentisse assim, eu só...
—Por favor, eu não quero... — ela chorava de forma desgostosa e senti-me um babaca.
Por um segundo esqueci tudo que ela passou e deixei meu corpo falar mais alto. Deveria ter parado antes, ter evitado deitar sobre seu corpo e lhe causar isso.
—Não vou te tocar, meu amor. Nunca vou fazer o que não quer, babe. Por favor...
Barbara soluçava e logo segurou a minha mão como se confirmasse que me perdoava. Suspirei aliviado e aproveitei o carinho da garota que ainda chorava.
—Não chore, babe. Não devia ter me empolgado tanto, perdão. — disse e ela fungou.
—Eu não queria te provocar. Deveria ter ficado quieta, me desculpe.
—Babe, por favor, não fala assim. Eu amo quando você me beija e... Eu só confundi as coisas, isso não vai acontecer novamente. — disse calmo e ela assentiu.
Estava com medo de perder a confiança que ela tinha em mim e isso com certeza a deixou assustada, mas eu nunca faria nada que ela não quisesse.
Todavia, era difícil para mim assimilar aquilo. Era difícil lidar com isso e com a forma que isso ia nos afetar no futuro.
Digo, eu pretendo ter Barbara comigo, ela ganhou tudo de mim. Só que... Nunca teríamos um contato mais íntimo? Será que um dia ela conseguia deixar que eu a tocasse sem pensar que vou abusar dela ou lembrar do que fizeram com ela?
—Está com raiva? — ela perguntou me olhando de forma culpada e sorri.
—Claro que não, babe. Eu não consigo ficar com raiva de você, okay? — disse e ela assentiu com calma.
—Obrigada por ser tão bom comigo, Zayn. Eu sempre vou ser grata.
—Eu cuido de você do jeito que você merece, meu amor.
Barbara respirou fundo e se encolheu na cama. Olhei para seus pés marcados e dei um longo suspiro.
—Quer dormir? Eu vou buscar as coisas para fazer um curativo no seu pé e volto rápido.
—Eu posso ir com você? — ela pediu um pouco apreensiva e sorri pequeno.
—Eu adoraria, mas é melhor que tente descansar meu amor. Ninguém vai te machucar, você ouviu Rodger, não? Ele vai tomar as providências para com Jelena.
—Ela não gosta de mim... — Barbara sussurrou e se encolheu mais na cama.
—Acredite, o problema não é seu.
Sorri e Barbara suspirou profundamente enquanto me olhava nos olhos e parecia pensar muito sobre algo.
—Quer falar algo?
—Ela disse...
—O que ela disse?
—Que você a beijou. — Barbara disse muito baixo e desviou o olhar do meu.
—O quê? Não! Eu nunca beijei ela!
—Mas ela é tão bonita. — ela falou com a voz levemente embargada.
—Babe, você é linda. Eu só quero beijar você, okay? Não pode acreditar naquela mulher. — disse e ela suspirou.
—Você não queria ser namorado dela?
—Não mesmo. — disse e ri. —Sabe de quem eu gostaria de ser namorado?
—De quem?
—Seu, babe. — disse sorrindo e acariciei seu cabelo.
Barbara ficou instantaneamente corada e tive que rir da sua expressão adorável como uma menina envergonhada.
—Meu?
—Apenas seu.
—Eu... Eu...
—Se você quiser, eu posso ser. — sorri e acariciei suas bochechas rosadas que agora estava mais quentes.
Barbara não sabia bem o que dizer agora, parecia um pouco perdida e confusa, então apenas sorri e assenti.
—Pode pensar o quanto quiser, meu amor. Estarei à sua espera. — sorri e deixei um beijo em sua testa.
—Vai ficar triste comigo?
—Claro que não. Eu olho para você e quero sorrir o tempo todo. — confessei e vi o canto do seu lado mexer um pouco. —Se isso for um princípio de sorriso, eu vou dar uma festa aqui.
Barbara ficou novamente corada e ri de forma sincera voltando a beijar seus lábios com calma e suavidade.
—Vou pegar o kit para fazer seus curativos e já volto, tudo bem?
Barbara assentiu e sorri. Levantei e caminhei até o lado de fora, tendo certeza que ninguém estava ali.
Espero que Rodger tenha dado um jeito naquela mulher, ou não vou me importar de ser preso por crime de ódio.
Assim que cheguei na ala de remédios tomei um minuto para respirar. O meu corpo ainda estava rígido pelo pouco de contato que tive com Barbara.
Deveria ter me contido, mas é bem difícil assimilar as coisas. Nunca estive com alguém que sofreu esse tipo de coisa, nem com tanta intensidade.
Às vezes sinto que não sei como reagir, tento dar o meu melhor, mas nem sempre consigo fazer as coisas do jeito certo.
—Algum problema?
—Não, Nathan. Só preciso fazer uns curativos em Barbara.
—O que houve para querer levá-la daqui daquele jeito?
—A nova enfermeira estava torturando Barbara com choque, como se estivesse nos anos de mil novecentos e sei lá quantos.
—Ela...
—Fala Nathan.
—A senhora Willow teve um ataque cardíaco mais cedo.
—O quê? — perguntei assustado.
—A Jelena tava com ela na hora, e agora que está dizendo isso... Eu não sei, posso estar errado, mas a senhora Willow sempre pareceu bem na medida do possível.
—Ela morreu?
—Não resistiu. — Nathan disse com pesar e grunhi batendo a porta do armário.
—Porra! Cacete, Nathan! Rodger tem que dar um jeito nessa desgraçada! Ela precisa ser presa! Ela tem...
—Rodger? — ele riu ironicamente.
—Rodger me garantiu que daria um jeito na Jelena e que isso não ficaria impune, precisa contar da senhora Willow também!
—Rodger é a última pessoa do mundo que vai dar um jeito na Jelena, Zayn.
—Está zoando comigo? Ele me deu a palavra, Nathan!
—Acabei de entrar naquela sala sem bater e a enfermeira tava pagando o maior boquete pra ele.
Rodger, seu tremendo filho da puta!
[...]
N/a: ARGHHHHH que desgraça!!! Rodger pensando com a cabeça de baixo e esquecendo da coitada de Barbara meu Deus!!!!!!

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Psicopatia • z.m
FanfictionCondenado a cumprir pena com serviço comunitário em um manicômio, Zayn não imaginava que encontraria lá o grande amor da sua vida. Barbara, que já passou por dolorosas situações em sua vida, acaba aprendendo aos poucos a amar através dele e de sua g...