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Capítulo 30

A minha surpresa com o gesto de Barbara foi explícito, já que meu queixo quase vai ao chão. Respirei fundo para não acabar fazendo mais merda e então me mative a olhando apenas nos olhos.

—Babe...

—Está... Eu... Está tudo bem. — ela disse baixo, mas notei claramente a sua voz vacilante.

Sorri para ela e acariciei seu rosto delicado lentamente, vendo-a fechar os olhos por um longo momento.

Aproximei-me mais de Barbara e tratei de deixar um beijo extremamente lento, apaixonado e carinhoso em seus lábios macios.

Assim que o parti Barbara me olhava apreensiva e sorri novamente para lhe passar tranquilidade.

Abaixei-me e peguei a blusa do chão, entregando-a para Barbara que ficou claramente confusa com meu gesto.

—Eu achei que...

—Sei que você não está pronta. — disse calmo e respirei fundo novamente.

—Mas você... Eu sei que você...

—Sim, babe. Eu quero você, e muito. Mas eu nunca faria nada que te deixasse desconfortável, nunca faria algo apenas para o meu bel prazer.

—Z...

—Eu posso esperar por você, meu amor. Não quero que pense nem por um segundo que precisa me dar o seu corpo para me compensar por algo, você é preciosa e nunca mais vai ser tratada como foi. — disse sereno enquanto observava aqueles lindos olhos negros que me faziam suspirar e os vi marejando.

Barbara se aninhou em meu peito e sorri a abraçando forte sentindo meu coração batendo mais tranquilamente apenas pelo fato de tê-la em meus braços.

Porém, tinha muita coisa fora de ordem. Queria saber se ela estava bem de verdade, porquê pensou que meu pai era o maldito que fez tudo isso com ela e a razão de estar tão mais vulnerável do nada.

—Eu estou com tanto medo. — ela confessou baixo.

—Do quê está com medo, meu amor?

—Do meu pai. — ela disse e suspirei.

—Ele está morto. Todo aquele pesadelo acabou e você está segura comigo. — disse acariciando suas costas nuas.

—Mas era ele.

—Você está com medo, precisou relembrar todas as coisas ruins, pode estar confusa meu amor.

—Estou confusa? — ela perguntou e se afastou um pouco do abraço para me olhar nos olhos. Sorri e acariciei seu nariz com o meu.

—Sim, mas isso vai passar. Vamos dormir, amanhã comprar roupas para você, fazer a sua tatuagem e depois vamos no doutor Styles, tudo bem?

—O desenho? — ela perguntou dando um sorriso quase que imperceptível e retribuí.

—Sim, meu amor.

Barbara assentiu rapidamente se mostrando um pouco mais animada e a selei.

Tomei sua mão e caminhei com ela até o quarto, em seguida tratei de forrar — do meu jeito nada habilidoso — a cama.

Quando a olhei novamente estava de costas — ainda nua, para minha tortura — analisando os inúmeros desenhos aleatórios que eu fazia nas paredes.

—Eu gosto desse aqui Z. — ela disse baixo passando os dedos por cima do desenho de gato com olhos verdes que fiz, sorri e a abracei por trás.

—Obrigado meu amor, se quiser pode desenhar nas paredes também.

—Posso? — ela perguntou implicitamente animada e ri fraco.

—Claro, meu amor. Você pode fazer o que quiser.

—Obrigada Z, você é muito bom. — ela virou de frente para mim e sorri.

Barbara demorou me encarando enquanto parecia analisar meus traços atentamente, a ponto de me fazer sentir um pouco constrangido.

Até que ela suspirou e tocou minha testa, em seguida deslizou os dedos lentamente até a ponta do meu nariz — exatamente como fazia no hospício — e não pude não sorrir.

—Babe... Eu amo quando faz isso.

—Seu sorriso é tão bonito. — ela disse e sorri ainda mais largo.

—Eu amo você. — sussurrei e beijei sua testa.

Abracei-a forte e senti ela retribuindo na mesma intensidade. Suspirei sentindo a paz que ela me dava — apesar dos nossos problemas — e sorri.

—Vamos deitar?

—Sim. — ela sussurrou e suspirou.

***

Acordei ouvindo o choro silencioso de Barbara e meu coração tratou de acelerar mil vezes ao não sentir ela deitada em meu peito como estava antes que eu adormecesse.

—Barbara... — a chamei olhando pelo escuro do quarto, mas não a vi.

—Você voltou! Você voltou para me machucar pai! Eu nunca fiz nada! Por que você me machucou tanto? — ouvi a voz dela enquanto chorava e fiquei mais assustado.

Sentei e só então consegui ver sua silhueta perto da porta do banheiro e como se estivéssemos num filme de terror segurava uma faca.

—Babe...

—Eu não vou deixar você me machucar pai! Você não vai me machucar nunca mais! — ela disse entredentes e ergueu a faca em minha direção.

—Barbara! Babe! Sou eu! Barbara!

—VOCÊ PRECISA MORRER OU EU NÃO VOU TER PAZ! — ela gritou e então veio em minha direção rápido demais para que eu conseguisse desviar.

[...]

N/a: att dupla aaaaaa!!! De presente quero muitos comentários! Mamãe ama muito vocês e espero que estejam gostando ❤️❤️❤️❤️❤️

Psicopatia • z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora