Psicopatia • z.m

13

Capítulo 13

—O que você tá fazendo, caralho?

—O que eu já fiz. — ela disse e riu.

Barbara chorava baixo, mas notava seu desgosto enquanto a enfermeira levantava segurando seu cabelo negro e longo.

—Por que cortou o cabelo dela? Ela queria isso por acaso? — perguntei irritado.

—É mais fácil de cuidar assim. Só eu que cuido das meninas aqui, não tenho tempo de lavar um cabelo de senhora de igreja. — ela disse e ia saindo, mas segurei seu braço.

—Você não pode fazer isso com ela! Ela é um ser humano e tem escolhas! Se ela não queria, você não pode fazer esse cacete! — quase cuspi e ela riu.

—Guarde seus conselhos para seus colegas de cela na prisão, seu drogadinho de merda. — ela disse e a soltei.

A garota estúpida saiu da sala e me apressei em sentar ao lado de Barbara e ela ainda chorava escondendo o rosto.

—Barbara...

—Meu cabelo... — ela chorou mais e me olhou.

Seu queixo tremia e seu rosto estava muito molhada por lágrimas que ainda caiam de seus olhinhos negros.

Ela passou a mão pelo cabelo e chorou mais ao chegar nas pontas. Seu cabelo agora não passava muito da metade do pescoço e por ser cortado por uma pessoa sem nenhuma habilidade, estava um pouco torto.

—Ei babe... — acariciei seu rosto, mas ela se encolheu na cama.

—Eu não queria! Eu não queria! O meu cabelo! Eu não queria!

—Eu vou conversar com Rodger, essa babaca não pode fazer isso com você. Okay?

—Estou horrível. — ela balbuciou puxando seus próprios cabelos com violência e segurei suas mãos.

—Ei! Não! Você é linda! — disse segurando seu rosto e ela chorou ainda mais. —Você é linda e ficaria linda de qualquer jeito, tudo bem?

Barbara chorou mais ainda e voltou a passar a mão em seus cabelos agora extremamente curtos enquanto tremia muito.

—Cabelo cresce, Barbara. E você está linda, okay? Eu vou...

—Eu quero dormir. — ela disse ainda entre lágrimas e soluçou.

Notei que estava praticamente me expulsando dali e grunhi. Meu coração batia tão forte e eu desejei ser uma mulher por dez minutos e bater naquela enfermeira até ela ficar roxa.

—Babe...

—Eu quero dormir. — ela repetiu chorando e suspirei.

—Tudo bem. — sussurrei e a vi deitar chorando e segurando em seu cabelo.

Senti um peso terrível em meu coração por saber que Barbara parecia nunca ter paz nesse lugar e em lugar nenhum. Suspirei e a cobri delicadamente.

Vi ela se agarrar ao meu casaco que deixei com ela outro dia e deixei um beijo delicado em sua bochecha.

—Vou resolver essa droga. Você vai sair desse inferno.

* * *

—Essa filha da puta cortou o cabelo de Barbara contra a vontade dela! — entrei na sala de Rodger gritando e ele saltou de susto.

—O que você...

—Aquela vadia desgraçada foi lá e passou a tesoura no cabelo da garota que foi dormir chorando!