capítulo 38

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Depois de mais ou menos duas horas de viagem, finalmente estávamos pisando em solo italiano

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Depois de mais ou menos duas horas de viagem, finalmente estávamos pisando em solo italiano. Mais precisamente na Sicília, a maior ilha do mar Mediterrâneo. E também onde está localizado a sede da Cosa Nostra.

Por toda área ser domínio de Giacomo, precisamos vir por uma rota alternativa. Apenas Leonardo voou de forma legalizada, sem se esconder. Tudo para não correr o risco de Giacomo descobrir o que planejamos. O queremos alheio, curtindo os seus últimos momentos de diversão.

Catânia é o nosso verdadeiro destino, o qual seguiremos de carro assim que anoitecer. Sorte a minha, pois não sei se aguentaria outra viagem neste momento. Sinto-me estranha, o meu corpo pesa, e todo essa maresia causa-me enjôo. Cheiros fortes andam me perseguindo, foi assim com o perfume de Tomás e com o hambúrguer extremamente gurduroso que o Miguel resolveu comer do meu lado.

Só de pensar... Sinto náuseas!

Apresso-me, a cada passo dado parece que o hotel fica mais longe, e a minha bexiga mais cheia. Sendo que fui pelo menos três vezes ao banheiro no avião. Isso não é normal, digo para mim mesma, fazendo a nota mental de procurar um médico assim que toda essa loucura terminar.

O banheiro tinha uma única mulher, que estava mais preocupada em gritar com a pessoa do outro lado da linha, então me senti livre para liberar meus pensamentos até então aprisionados.

Morto. Oscar estava morto. E isso mudava tudo. Passei mais de dez anos da minha vida fugindo, me escondendo, e simplesmente não preciso mais. Não corro o risco de encontrá-lo por aí, e nem de ter sua presença novamente em minha vida. Ele se foi, mas as suas marcas continuam.

Eu vou continuar a ter pesadelos, vou continuar a andar assustada pela ruas, e vou continuar sem ter a minha mãe comigo. Gostaria de ver a sua reação, quando se desse conta, que o seu tão estimado marido não vai mais voltar. Saber se ela se arrepende.

Poderia dizer que a perdoaria e que sinto muito por ela, mas seria uma grande mentira. Não sei se isso torna-me uma pessoa ruim, mas espero que ela sofra pelo menos um pouquinho do que sofri todos esses anos.

Ando de volta para o saguão, e só agora fui capaz de reparar na decoração. Não é nem de longe o melhor hotel, afinal não queremos chamar atenção. Mas tudo é de muito bom gosto, e condiz com todo ambiente. E se não fosse a maldita maresia, eu com certeza adoraria voltar aqui a passeio.

—Você está bem? —Pergunta-me o Miguel, ao mesmo tempo que coloca nossos documentos no balcão para o chekin. Tomás não está mais aqui. Limito-me a um aceno de cabeça mentiroso. Não estou nada bem. E com certeza ele percebe, pois no minuto seguinte estou sendo praticamente carregada para o quarto.

Seguro em seu corpo, como se ele fosse capaz de fazer a minha cabeça parar de girar. E felizmente, a medida que adentramos o hotel o clima vai ficando mais fresco, e eu começo a parar de suar frio. Sou colocada na cama, e ele logo começa a tirar minhas botas.

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