capítulo 34 - parte 2

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SEM REVISÃO.

Cinco dias, cinco longos e angustiantes dias é o tempo que Emma está em casa. E em nenhum momento, desses 7200 minutos que compartilhamos ela falou comigo, pelo menos não voluntariamente, e nem por falta de tentativa.

"Ela está traumatizada!" "Ela precisa de um tempo!" "Ela só está assustada".
São boas desculpas, mas só serviriam se eu não enxergasse a verdade. Quando digo que ela não fala comigo, é literal. Ela fala com todos, menos comigo.

Emma não é a garota mais falante do mundo, mas ela conversa, brinca e sorri, mas somente se eu não estiver por perto, aí ela se torna retraída, cabisbaixa e muda. Mesmo eu tendo feito tudo para agrada-la, tentado conversar e entender, ela me rejeita. Passei noites acordadas pensando o quê de tão errado eu fiz, no entanto, ainda não descobri. Eu sou simplesmente a pior pessoa do mundo para ela.

E posso não dizer nada, mas isso machuca. Por um curto espaço de tempo, quando a vi pela primeira vez, imaginei que pudéssemos ser uma família. Mas eu já deveria estar acostumada, nada na minha vida é fácil, ou acontece com o único e simples objetivo de me fazer feliz. E também, porque uma criança deveria me amar?

—Soph... Está pronta? —Miguel me pergunta, lembrando-me que estamos de saída. Para onde não sei, Emma e sua rejeição tem me deixado tão sobrecarregada, que não tenho guardado informações tão simples.

—Sim... —Respondo, e ele se aproxima. E desse jeito o seu perfume chega até mim, forte e marcante, como ele. Não resisto a vontade e afundo meu rosto no seu pescoço, aspirando o que se tornou meu cheiro preferido. —Você está cheiroso.

—Obrigado. Você está bem?
—Questiona, e eu suspiro. Apertando-me ainda mais contra ele, tentando suprir um pouco da carência que se instalou no meu peito.

—Sim.—Murmurro. Fechando os olhos antes de completar. —Só estou cansada...

Ele sabe, e eu também. Isso não é verdade, eu não estou nada bem. E gostaria de contar-lhe o que me aflige, mas ainda não sinto que estou preparada. O leve cafuné que ele faz no meu cabelo, enche o meu coração de um sentimento que não sei explicar, e acho melhor parar antes que não seja mais capaz de segurar as lágrimas.

—Vamos, senão nos atrasaremos!

Já na sala, vejo a interação dele com Emma, que assistia tv. Os dois desenvolveram uma espécie de relação de respeito e amizade. Ele fala e ela obedece. Tão simples, e eu repito para mim mesma que não estou com inveja.

—Iremos sair, mas voltamos logo. Obedeça a Dorothy, sim? —Fala, fazendo-me sorrir. Nesses últimos dias, olhando as atitudes dele, tenho certeza. Miguel será um ótimo pai.

Depois que ela assente, ele levanta vindo ao meu encontro, não sem antes bagunçar seus cabelos, um gesto que para quem recebe é irritante, mas que só transmite amor.

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