capítulo 28

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O grande dia finalmente havia chego

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O grande dia finalmente havia chego. Depois de dois dias de preparação intensa Miguel sentia-se quase aliviado. Tudo estava indo bem.
A lista de convidados havia sido analisada minuciosamente, homens de confiança haviam sido infiltrados com êxito, e caso houvesse necessidade de sair rapidamente, uma rota de fuga mapeada os esperava.

Mas nada disso parecia ser o suficiente. Nenhuma da milhares de medidas de segurança que tomou parecia aliviar a tensão que corroía o seu corpo.

Nunca antes esteve tão nervoso em uma situação como essa. Jamais se sentiu tão fora de si como agora.
Há muito se acostumará com as missões, havia aprendido a controlar os sentimentos que a precediam, mas não está noite. O medo, a apreensão, o nervosismo... Tudo estava presente.
E ele sabia que tudo isso se devia a uma pessoa. Ultimamente tudo se resumia a ela.

A loira que se arrumava no quarto ao lado.

A mulher que lhe negava as respostas de suas perguntas sem nenhum remorso.

A responsável pelas suas dores de cabeça.

Alinhou a gravata borboleta preta que usava, e sem demora abriu uma das gavetas. Tirou de lá não uma, mas duas pistolas e as guardou, deixando-as quase imperceptíveis em meio ao tecido do smoking.

Notando que em poucos minutos estaria atrasado, saiu do quarto.
Ao aproximar-se da sala, vozes se fizeram ouvir.

—Mas que disparate é este? Eu não irei voltar em outro momento! —A fúria era mal contida, e fez Miguel cerrar os olhos. —Vá agora mesmo chamar o seu patrão, velha imprestável!

—Senhor... —Fingindo não ouvir as ofensas, a governanta tentou se pronunciar, mas novamente foi interrompida.

—Além de tudo é surda? Vá, agora!

Um passo foi dado antes que Miguel pudesse se conter. A sua vontade era ir até lá, lhe calar e o fazer engolir cada palavra. Se impediu no último momento. Ainda não era a hora.
Precisava se controlar, e lembrar que mais cedo ou mais tarde o seu esforço seria recompensado.

—Não será preciso. O que você faz aqui, pai?

A pequena palavra saiu amarga por entre seus lábios. Totalmente deformada, devido a má vontade com que falou.

Antony se virou, e abriu um sorriso, que passaria como feliz se não olhassem atentamente. Sua postura era altiva e autoritária, como se estivesse em seu território, a frente de seres desprezíveis, isso enfureceu ainda mais o mais novo.

—Vim fazer uma visita para o meu filho. Não posso?

A governanta soltou o ar que prendia desde que aquele homem surgiu em sua frente. Sem nenhuma surpresa, constatou que ele continuava o mesmo ser odioso de anos atrás.
Ela já havia visto muita coisa que preferia esquecer, e sabia que o melhor a se fazer, era se manter longe. Então saiu dali.

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