capítulo 14

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-Não, para!-Berrei, e dei passos incertos pra trás, mas o homem ostentando um sorriso maldoso e armado com um travesseiro continuou a vir em minha direção

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-Não, para!-Berrei, e dei passos incertos pra trás, mas o homem ostentando um sorriso maldoso e armado com um travesseiro continuou a vir em minha direção.
-Não Tomás, não!

Os meus gritos e apelos não surtiam nenhum efeito, e como o esperado ele me encurralou.

-Retire o que disse. -Ditou, e eu mordi os lábios.-Vamos, Sophia!

Se ele não fosse o Tomás, o homem que tem me feito companhia nós últimos dias e se mostrado completamente diferente do que presumi, eu teria medo. O seu olhar brilhava maléfico, e a suas intenções não me pareciam nada puras, mesmo assim um sorriso despontou em meu rosto.

-Não.

A partir daí, tudo aconteceu muito rápido. Tomás largou a almofada, e se preparou. Eu arregalei os olhos, e o empurrei com ambas as mãos, logo me dando conta do meu erro.
Um gemido escapou pelos seus lábios, e levou as mãos as costelas quase curadas, mas ainda sim, fraturadas.

-Meu Deus... Você está bem? -Dei passos vagarosos, aproximando-me.
E esse foi o meu segundo erro. O trapaceiro magicamente se ergueu, e num movimento ágil grudou o seu corpo nas minhas costas. Esperniei, e tentei atingi-ló de várias formas, mas estava firmemente presa entre os seus braços. Somente pude fechar os olhos e gritar a plenos pulmões.

Para o meu desespero, Tomás sequer dava algum sinal que pararia. Ele somente gargalhava, enquanto as suas mãos passeavam por todo o meu corpo, causando cócegas intermináveis.

-P-para! Para! -Sem fôlego, tentei dizer. -E-eu retiro!

A tortura finalmente cessou, e eu senti as minhas pernas fraquejarem, só não fui ao chão porque ele me segurou.

-Estou esperando.

-Vocênãoéruimdecama. -Disse, num único fôlego.

-O quê? Ham? Eu não ouvi... -Rolei os olhos, mas respirei fundo, e repeti calma e pausadamente.

-Você. não. é. ruim. de. cama.-O seu orgulho masculino parecia ter sido restaurado, e o seu sorriso era gigantesco. Resolvi brincar um pouco mais. -O seu desempenho é, na verdade, impressionante. É um absurdo o seu nome não estar no Guiness Book. Eu definitivamente daria para você.

Os meus olhos automaticamente se desviaram para a porta, e eu o vi.
Miguel estava parado, a expressão escurecida, enquanto parecia digerir as minhas palavras. Senti Tomás soltar o meu corpo, e dá alguns passos para trás, mas já era tarde. Ele já havia tirado as suas próprias conclusões.

Acompanhei todos os seus movimentos, e ele parecia não nós enxergar mais. Fechou a porta com um estrondo, e se dirigiu ao lado esquerdo da sala. Seus punhos firmemente fechados, só se separaram para segurar o copo com uma dose de whisky.

De repente, parecia não existir mais ar respirável. A tensão tomou conta de todo o ambiente, algo que se tornou rotineiro nos últimos dias.
Miguel não parecia estar nada satisfeito com a nossa aproximação, e começava a passar dos limites.

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