capítulo 51

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4 meses depois

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4 meses depois...

—Nada de torcer para o Arsenal. Filho meu vai ser Tottenham, como o pai. Estamos entendidos?

Fingindo dormir, Sophia precisou se controlar para não rir. Não queria que ele percebesse que ela escutava, o que era pra ser uma conversa entre pai e filho. Aquele era o seu pequeno segredo.

— O tio Tomás vai tentar te influenciar, mas eu não vou deixar.
—Sentiu um peso em suas pernas, e sabia ser Miguel deitando ali. Ultimamente esse parecia ser o seu passatempo preferido. Conversar com o filho.— Vamos juntos em todos os jogos da temporada!

Antes de dormir, e logo depois de acordar. Ele sempre arranjava um tempo. E a atitude a deixava emocionada sempre. A sua gravidez estava sendo assim. Um mar de lágrimas e enjôos. Se não estivessem chorando por algum motivo bobo, com certeza estaria debruçada no vaso sanitário, colocando o que não havia ingerido para fora.

—Hoje é um dia especial, mas não faça a sua mãe ter nenhum desejo estranho. Da última vez precisei virar a cidade de cabeça para baixo para encontrar...

Ao longo daqueles 4 meses, ela só havia tido um único desejo. Mas ele era um tanto exótico, e a vontade insana de come-ló surgiu de madrugada. Até tentou se controlar, e dizer a si mesma que poderia esperar amanhecer, no entanto não conseguiu.

"—Miguel? —Chamou, ainda indecisa se deveria ou não prosseguir com aquela atitude. —Amor?

Como não teve resposta, o balançou. E logo tinha os olhos azuis, confusos e abertos, virados em sua direção. Imediatamente sorriu, e o gesto pareceu o acalmar.

—O que foi?

—Eu estou com desejo... —Mordeu os lábios, e confessou.

O homem recém acordado não entendeu. Estranhou, na verdade.
Ela não costumava ser tão direta, normalmente quando o queria, procurava de outra forma. Colocava as mãos dentro da sua camisa, distribuía beijos pelo seu corpo, aproximava-se devagar... Não falava em voz alta. Mas ele gostou da mudança, e não demorou a dar o que achava que ela queria.

Sophia o fitou, cheia de expectativas.
Queria que ele se dispusesse a trazer o que desejava, mas não foi isso que aconteceu. Antes que pudesse piscar, Miguel pairava sobre o seu corpo, passeando com as mãos por todo ele, e procurando pela sua boca. Virou o rosto, intrigada com o assalto repentino, e tentou afasta-lo.

—Miguel... —Espalmou as mãos no seu peito, e questionou. —O que você está fazendo?

—Ué, você não quer fazer amor? Disse que está com desejo.. —Tentou se explicar, confuso. E facilmente Sophia compreendeu o que se passava.

—Desejo de grávida! Quando você sente uma vontade incontrolável de comer alguma coisa, sabe?

Constrangido e sem graça por ter entendido errado, Miguel ainda precisou lidar com o sorriso divertido que Sophia não tinha êxito em esconder.  Limpou a garganta, e sentou na cama.

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