Capítulo 61.

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Ryan Norhan.

Demorei um pouco para saber o que estava acontecendo, minha última lembrança foi de ter atacado Jack. Olho ao redor e estou em uma floresta, para ser mais exato, na montanha onde falo com minha mãe ao pôr do sol. Olho meu corpo e estou em minha forma humana e sem roupas, por que estou sem roupas? Após voltar com meus poderes, sinto um perfume conhecido, olho para frente e Sarah está caída, suas mãos parecem queimadas e seu nariz está sujo de sangue, a viro e tento escutar seu coração, porém não o ouço bater, pego em seu pulso e nada também. Fico em choque por alguns segundo e só volto a realidade ao senti algo me cobrir, olho para cima e vejo meu pai, ele me colocou um cobertor. Samantha por sua vez, começa a mexer com Sarah, ela está desesperada e posso vê-la chorar, não posso acreditar que ela se arriscou por mim, mesmo não lembrando dos sentimentos que tinha.

— Samantha, ela está... - John para de falar.

— Ela precisa ir pro hospital agora, posso tentar dar um choque em seu coração, mas não vou conseguir segurar sua vida. - John a pega nos braços e corre para o carro, Samantha vai logo atrás e eu? Eu não sei o que fazer, então continuo sentado no chão, por que não estou desesperado? Ela está morrendo.

— Filho? - John pega em meu rosto e o fito. - Temos que ir. - Me levanto e entro no carro.

Olho para o banco de trás e Samantha acaricia os cabelos de Sarah, ela chora ao fazer isso e estou estranhando meu comportamento, é como se tivesse perdido todos os sentimentos que Sarah me deu. Após alguns minutos, o carro para e John sai com Sarah em seus braços, ambos entram no hospital e permanece no carro. Não pude evitar de me questionar, não é possível, eu me lembro dela e do quanto gosto, mas meus sentimentos não vem, e isso me recorda muito minha infância. Saio de meus devaneios ao ver a porta do motorista se abrir, John entra com cautela e me fita, seu olhar está cheio de pesar e sem que eu espere, sou abraçado com força.

— Não sabe o quão estou feliz em te ver. - Desfaz o abraço. - Ela vai ficar bem. - Sorri e nada digo. - Você se lembra de nós?

— Sim, não perdi minha memória. - Franzo o cenho. - Por que não consigo sentir nada? De sentimentos.

— Não se preocupe, deve ser por ter ficado muito tempo em sua forma demoníaca, acredito que logo você voltará a ser o que sempre foi. - Pega em meu ombro.

— A quanto tempo? - O fito.

— Quase quatro meses. - Suspira. - Vamos para casa, você deve querer um banho e roupas. - Assenti.

(...)

Após tomar um banho demorado e colocar roupas, pego meu celular em cima da cômoda e o mesmo está desligado, o coloco de volta sabendo que não vai ter nada de interessante. Vou até minha janela e fico olhando o jardim, lembranças me vem a mente e pude sentir uma pontada em meu coração, sim, eu sinto muita falta dela. Todos esses meses, acho que não teria aguentado se não tivesse enfeitiçado. É estranho, mas acho que a amo, pois esse sentimento, é diferente de todos os outros que senti um dia, é diferente dos sentimentos que tive por Nicole. Porém não posso contar isso a ninguém, nem mesmo a ela, sei que algo vai nos impedir de ficar juntos, Samantha não me diria aquelas coisas atoa, talvez o melhor seja me afastar de vez e não conquistá-la mais uma vez, mesmo sabendo que conseguiria, pois a conheço, conheço seus gostos, mas por que ela arriscou sua vida? Devia ter me deixado como estava, não me lembraria mesmo. Respiro fundo e por um momento a maldiçoo por ter me trago de volta, pois não vejo mais sentidos em minha vida, não tenho vontade de outras garotas e muito menos de matar, é como se eu vivesse para alimentar esse amor não correspondido. Ouço um bater na porta e peço para entrar, pelo jeito que anda, já sei que é Jack, me viro para fitá-lo e não sei por onde começar.

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