Capítulo 32.

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Vou até a porta do local e só aí vejo John ir embora, ele realmente é um amor, parece mesmo se preocupar comigo e faz jus as suas palavras de que faço parte da família. Fico alguns instantes parada apreciando o local, que como tudo, é de séculos atrás, mas seu charme é único, com pinturas famosas e algumas estátuas cheias de cultura. Vou atrás de um mapa eletrônico, pois é a primeira vez que entro aqui, só o vi de fora quando passava de ônibus. Para me achar tive que pedir informação aos seguranças mesmo, pois aqui não tem nada de mapa eletrônico, mas aos poucos vou achando as lojas e encontro a que quero, sem rodeios compro meu celular e coloco o novo chip, com o mesmo número claro. Envio uma mensagem para John antes de responder Ana, que apareceu do nada, Nicole e para minha surpresa Nicolae, estava com saudades dele e ele de mim, pois sua mensagem foi muito fofa, até me chamou para sair qualquer dia, o respondi com um "semana que vem", pois essa não consigo e logo respondo as meninas. Guardo meu celular ao senti o cheiro de batata, que maravilha, estou morrendo de fome, pois só comi uma maça hoje. Compro uma média e me sento em uma das mesas do local, fico olhando as pessoas indo e vindo sempre com pressa com o celular no ouvido. Sorri e logo minhas batatas aparecem em minha frente com tudo que tenho direito. Olho ao redor das mesas e vejo os empresários com seus computadores aberto e seus ternos impecáveis, a cada olhar dou risada. Porém minha graça acaba ao ver um par de olhos verdes me fitarem, meu coração praticamente para, não acredito que meu pesadelo voltou.

— Meu Deus, ele está aqui. - Choramingo.

Me levanto rapidamente e tento achar a saída, tenho que sair daqui o mais rápido, paro e olho para trás e o mesmo sumiu, será coisa da minha cabeça? Passo as mãos em meus cabelos e engulo seco, olho para os lados e claramente não estou vendo coisas, ele está realmente aqui, encostado em uma loja, me fitando com aquele sorriso de levar meu coração à boca. Novamente saio em passos rápidos, peço desculpas a algumas pessoas e assim que avisto a porta, pego o primeiro táxi que vejo, o peço para acelerar e assim ele faz. Com as mãos trêmulas tento discar e ligar para John, já não sinto mais meu ar nos pulmões ao ouvir o telefone chamar.

— John ele está aqui de novo. - Digo desesperada ao ouvir sua voz.

No shopping? Onde está agora Sarah? - Diz preocupado na ligação.

— Sim, o vi novamente... E do nada ele sumiu, acabei de pegar um taxi. - Digo quase chorando.

Vá para casa sim? Eu te encontro lá. - Diz firme na ligação.

— Não quero ficar sozinha. - Começo a chorar.

Não se preocupe, Lara está na mansão e chegaremos em alguns minutos ok? - Diz calmo na ligação.

— Ok... - Encerro a ligação e seco minhas lágrimas.

Assim que o taxista para na mansão, o pago e saio correndo para a entrada, porém algo está errado, a porta já está entre aberta, engulo seco sabendo que Lara nunca cometeria esse erro. Termino de abri-la e entro em silêncio, olho ao redor e tudo está em silêncio, onde está Ryan?

— Lara? - Grito por seu nome. - Ryan? - Não tenho nenhuma resposta.

Começo a entrar em choque, pois quando vi aquele homem pela primeira vez, vi que não era normal. Com os olhos marejados caminho com cautela até a cozinha e assim que piso na mesma vejo Lara caída no chão, meu coração acelera e corro para vê-la.

— Meu Deus Lara... Acorde! -Digo desesperada.

Pego em seu pulso e vejo que tem batimentos, ainda bem que está viva, me levanto e tento ligar para a emergência, porém o telefone está sem linha. Enquanto tento pensar, ouço passos atrás de mim, me viro lentamente e vejo meu antigo celular em cima do balcão, ele está sujo de lama, tenho certeza que não estava aqui quando cheguei. Engulo seco ao ouvir o mesmo vibrar, com cautela me aproximo e vejo que tem uma mensagem de um número desconhecido. Ao abri-la coloco a mão na boca e deixo o celular cair, o quebrando em segundos. As palavras ditas ficam em minha cabeça e começo a chorar, "Sarah, agora você não me escapa.". Ouço passos novamente e olho para a porta, sua silhueta vai se formando aos poucos e minhas pernas fraquejam, ele para e me fita, mas logo seu olhar desce para o chão.

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