O Que Desconheço.

Capítulo 48.

 — Por que acha que fui eu? - Sorri.

— Não acho, mas uma hora vou descobrir e quando isso acontecer eu vou... - Paro de falar ao sentir minha cabeça doer, porém dessa vez está mais forte.

— Idiota, você está bem? - Se aproxima.

— Se afasta. - O impeço de se aproximar mais. - Que dor dos infernos.

Me ajoelho no chão quase enlouquecendo, minha vontade é de bater a cabeça na parede e ver se passa. Aperto minha cabeça e olho ao redor, vejo Ryan dizer algo, mas não escuto, é como se meus tímpanos tivessem estourado com a dor, começo a chorar e quando percebo, as janelas do escritório estão todas em pedaços, tem cacos pelo chão e Ryan sumiu. Vejo tudo girar e a única coisa que consigo fazer é levantar e procurar por Ryan, dou passos lentos e logo vejo os moveis saírem do lugar e as janelas quebrarem, o que está acontecendo? Saio de casa em desespero e corro para a floresta, vejo árvores caindo e pedras flutuando, a dor se intensifica e vou ao chão, onde tudo se escurece.

Acordo em um lugar estranho, olho ao redor e talvez esteja dentro de uma caverna, olho para baixo e estou em cima de folhas secas e capim, parece uma cama. Me levanto sem dor alguma na cabeça e caminho até a claridade, já é outro dia, nossa, meu trabalho e a faculdade, que horas será que é? Tapo meus olhos com o braço e o tiro ao me acostumar com a luz. Corro meus olhos ao redor e estou na floresta, porém, aqui parece mais bonita, as árvores são mais vivas e tem flores para todo lado.

— Onde estou? - Digo a mim mesma.

— Em nossa alcateia. - Diz uma voz grossa, me viro e vejo Prince.

— Prince. - Sorri e me aproximo. - O que estou fazendo aqui?

— Estávamos caçando por perto, te encontramos desacordada na floresta e um homem de cabelos vermelhos estava próximo a você, vi que era um vampiro e não era um Henson, então fomos para cima dele para te proteger, como estava em minoria, o mesmo foi embora e te trouxemos para cá, já que não podemos entrar no território dos Henson. - Se senta.

— Cabelos vermelhos? Ramon. - Arregalo os olhos. - Sabe de Ryan? Ele estava comigo na hora e sumiu, será que está vivo?

— Não o vi e também não apareceu por aqui. - Sorri, estranho. - Vivo ele não está, afinal, é um vampiro. - Dou risada de sua piada e me sento em uma pedra ao seu lado.

— Acho que ainda virão atrás de mim, principalmente quando ver que não estou em casa ou na faculdade. - Suspiro. - Que horas são? - O fito.

— Pelo sol, acho que não deve passar das dez, é muito mais fácil ver as horas quando o sol dá as caras, você teve sorte.

— Que bom, pelo menos, só perdi a faculdade. - Me levanto. - Melhor eu ir, antes que aconteça algo.

— O que acha que aconteceria?

— Bom, minha família é vampiro e vocês são lobos... digamos que tem uma rivalidade no meio.

— Sua família? - Diz surpreso.

— Sim, John é meu pai e Marisa minha mãe, ela era a escolhida, então, acho que você não precisa ver se sou a herdeira do poder. - Sorri.

— John é seu pai, isso explica muita coisa, você também é vampira, se não fosse bruxa, eu diria que você fede.

— Vampira? Mas como?

— Se você é uma híbrida, seu outro lado é vampiro, por causa de seu pai.

— Mas nunca tive vontade de beber sangue, não tenho "superforça" e velocidade, e muito menos leio pensamentos.

— Seu poder ficou muito tempo bloqueado, ele vai aparecer aos poucos, porém como a escolhida é bruxa, esse seu lado vai aparecer mais. - Fico pensativa e em silêncio por alguns segundos.