O Que Desconheço.

Capítulo 34.

 — O que você acha? - Me fuzila.

— Não falei por querer, porém não posso explicar o porquê disse aquelas coisas sem a presença de John. - Me aproximo. - Você não é nada do que disse e sabe disso.

— Claro, estou doida para saber então. - Respira fundo e coloca suas mãos sobre os cabelos. - Não acredito que você trocou minha roupa. - A vejo corar de repente.

A fito fascinado, como pode ter tantas personalidades? Sorri e me aproximei, vou tentar não falar sobre o que houve sem a presença de John, pois se algo der errado e ela surtar, não vou saber o que fazer.

— Ei, não precisa ficar sem graça... Você é linda. - Sorri brevemente. - Fiquei muito tentado, confesso.

— Você deve ter adorado né? - Ergue a sobrancelha e dá um sorriso de canto.

— Qualquer um teria adorado, até mesmo seu namoradinho, espero que ele não fique com ciúmes. - Reviro os olhos, desculpe, mas não posso evitar de lembrar disso.

— De quem está falando? - Diz confusa.

— Jack... sabe, por ele está sempre com você, acho engraçado que nunca está quando você precisa não é mesmo? - Digo em tom de deboche.

— Ele deve ter seus motivos, e não somos namorados, a gente só... - Para e medi as palavras.

— Eu já sei! E prefiro não falar sobre isso. - Digo irritado.

Vou até sua cômoda para me controlar, por que toquei nesse assunto? Droga, meus ciúmes parecem aumentar a cada minuto, nem com Jenny sou tão obsessivo. Respiro fundo e passo a mão em meus cabelos, a ouço sentar em sua cama e volto a fitá-la, a mesma está com pensamentos longe, até imagino quais, nunca fui hipnotizado, mas imagino que seja tudo muito confuso depois. Vou em direção a sua cama e me sento ao seu lado, fico olhando para o nada em minha frente, somente para evitar de fitá-la de perto.

— Por que ainda está aqui? - Me fita.

— Para te proteger de qualquer eventualidade... não sabemos quem é aquele cara e muito menos como conseguiu invadir nossa casa. - Sou breve.

— Obrigada por estar aqui... - Sussurra.

— Não precisa agradecer... Você faz parte da família! - Sem saber o que fazer, apenas encosto sua cabeça em meu ombro e acaricio seus cabelos.

— Você é estranho as vezes! - Se afasta e me fita com uma sobrancelha erguida.

— Por que diz isso? - Fico surpreso, já fui chamado de pervertido, bipolar, demônio, mas estranho?

— Você sempre muda de opinião... Por exemplo uma hora você não liga para mim, diz o que não deve e na outra já se preocupa.

— Não sou muito bom com sentimentos, confesso, mas você também não me ajuda, sempre me provoca de alguma forma. - Suspiro.

A mesma nada diz por saber que é verdade, ela sempre arruma um jeito de me deixar louco de raiva, ciúmes e desejo. Nosso assunto se acaba e a mesma abraça seus joelhos com a mente longe, não gosto desse silêncio, porém não tenho nenhum assunto a não ser sobre o que aconteceu. John parece que foi construir uma casa ou até mesmo fazer papel, pois faz quase uma hora que ela acordou e nada dele vir.

— Sarah... O que realmente aconteceu hoje? - A fito e logo seu olhar se encontra com o meu, ele parece vazio e escuro, mesmo com a luz do abajur, pude ver que em seus olhos não há o brilho de sempre.

— Bom... Depois da nossa última conversa, fiquei furiosa e decidi fazer umas compras para relaxar, no shopping eu o vi novamente, tentei sair de lá o mais rápido, cheguei a ligar para John e quando cheguei aqui, Lara estava desmaiada e... - Para de falar e a vejo ficar tensa, parece que a hipnose não funcionou tão bem.