Capítulo 68.

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 — O que? - Diz boquiaberta.

— Preciso achá-lo... Mas como? - Digo pensativa.

— Você ficou maluca? Ele quer te matar e você vai atrás dele? - Grita.

— No momento é a única coisa que posso fazer madrinha. - Suspiro. - Minha mãe havia escrito como poderia cancelar isso naquela carta, mas o desgraçado do Victor a rasgou e deu um fim, Ramon chegou a ler e ele é o único vivo.

— Meu Deus... Onde acharemos esse maldito? - Diz andando de um lado para o outro.

Me sento no sofá nervosa, de tantas pessoas, tinha que ser logo Ramon? Será que vale mesmo a pena fazer isso? Evan pode ser um bom marido e quem sabe podemos até nos apaixonar. Coloco as mãos em meus cabelos e abaixo minha cabeça com essa dúvida, não sei se deveria, mas a vontade de cancelar o casamento, ainda me consome e sei que é por ainda ter a esperança de ficar com Ryan, infelizmente acabei me apaixonando por ele e esquecer de tudo, não vai ser tão fácil.

– Calma, pensaremos em algo. - Se ajoelha no chão e pega em minhas mãos.

— Ele não acreditou em mim e disse para ficar longe dele. - Digo com pesar. - Talvez me casar não seja ruim, como você disse, Evan é um bom homem, será que vale a pena madrinha?

— Meu bem, sei que gosta muito de Ryan e ele, também gosta de você... Mas arriscar a vida assim por causa de um casamento, não sei se vale a pena, porém, temos sempre que seguir nosso coração, se você acha que será melhor se casar e esquecer essa história, eu estarei com você, a mesma coisa se você decidir o contrário, farei de tudo para te proteger, então, pense bem, conheça mais Evan, talvez você possa lembrar da amizade que tinham. - Sorri. - Estarei com você em qualquer escolha, assim como fiz com sua mãe.

— Ryan é tão impulsivo, que hoje senti medo dele, o jeito que falou para ficar longe. - Suspiro. - Não sei, preciso pensar. - A fito e ela nada diz. - Posso dormir aqui hoje?

— Claro, aqui sempre será sua casa, seu quarto mesmo, está do jeito que deixou. - Se levanta. - Bom, estou cansada, boa noite querida. - Me dá um beijo e vai em direção ao seu quarto.

(...)

Acordo sentindo minha garganta queimar, acho que vou ficar doente, me levanto com dor de cabeça e faço minhas higienes. Minutos depois vou para a cozinha e sinto o cheiro das panquecas que minha madrinha costumava fazer pela manha.

— Que saudades dessas panquecas. - Sorri e ela me serviu com algumas, me sento em seguida.

— Querida, alguém sabe que você está aqui? - Nego com a cabeça e ela suspira. - Miguel apareceu aqui hoje cedo, tinha certeza que você estava aqui.

— Eu não falo com ele a quase um ano. - Engulo seco. - O que você disse a ele?

— Que não estava, que era engano dele, disse que você não vinha aqui a um ano. - Se senta a mesa.

— Isso é estranho, como ele tinha essa certeza? Nem com Ana ando falando, acho que vai fazer seis meses que não tenho notícias dela. - Levo a panqueca a boca.

— Seu sabe que está aqui? - Arregalo os olhos e me levanto.

— Não, ele vai me matar, faz quase dois dias que não o vejo. - Dou um beijo em sua bochecha e faço um portal. - Nos vemos depois madrinha.

Saio do portal e acabo parando na florestá, acho que minha energia está fraca hoje, deve ser porque vou ficar doente, pois minha garganta ainda me incomoda. Vou para a mansão caminhando e paro ao ver um cervo ferido, ele está quase morrendo, vejo seu sangue escorrer pelo corpo e descubro que esse incomodo, é sede por sangue. Fico o fitando e a curiosidade de beber seu sangue me consome, até então, só bebi bolsas de sangue. O vendo sofrer, me aproximo e seu olhar cai em mim, como se estivesse sentindo muita dor. Sinto minhas presas crescerem em minha boca e o mato de uma vez, seu sangue é quente e doce, o animal morreu em segundos e no final fiquei com pena de ter feito isso. Faço um feitiço, onde ele se transforma em uma pequena planta, volto a caminhar e o incomodo em minha garganta foi embora. Respiro fundo ao ver a porta de casa, limpo minha boca e me adentro, assim que fecho a porta, vejo Ryan descer as escadas, nossos olhares se encontram por alguns segundo e logo ele some pela casa, que situação, não queria estar assim, afinal de contas, somos uma família. Vou em direção a escada e paro no primeiro degrau ao ouvir uma voz fria falar comigo, droga, nem preciso olhar para saber que é meu pai, me viro e forço um sorriso, mas ele não muda sua carranca, o que me deixa sem graça na hora.

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