O Que Desconheço.

Capítulo 47.

Sarah Cropper.

Já vai fazer três semanas que sai da mansão, já estou morando com Nicolae e trabalhando na padaria, a rotina é um pouco cansativa se juntar com a faculdade, mas não quero o dinheiro de meu pai, mesmo ele insistindo para me dar. E falar nele, ainda não somos muito abertos um com outro, as vezes sinto até que estou falando com meu chefe, é difícil estabelecer uma relação de pai e filha tão rápido, mas como ele me apoiou a sair de casa e trabalhar fora, digamos que ganhou pontos comigo. Durante esse tempo, apenas passei perto da mansão, mas não ousei entrar, não vejo nenhum Henson a três semanas, nem mesmo na faculdade Ryan está pisando, graças a Deus. Tirando isso, minha vida está muito boa, eu e Nicolae temos uma ótima amizade e em casa, bom quase não nos falamos, ele sempre está fazendo algo da faculdade e quando não, está trancado em seu quarto estudando, é, medicina parece difícil. Hoje o dia resolveu cair, a chuva lá fora está forte e com isso deixou a padaria vazia, já fizemos tudo, limpamos, fizemos pães e agora, estamos fazendo nada, pois não há clientes para atender.

— Nossa, parece o fim do mundo. - Nicolae comenta encostado no balcão.

— Nem me fale, acho que já contei esse caixa umas 300 vezes. - Suspiro. - Acho que me acostumei com o vai e vem das pessoas.

— Isso é verdade, minha vida é tão agitada, que quando relaxo assim, me sinto doente. - Sorri.

Assenti e continuamos olhando a chuva lá fora, de repente a luz deu algumas piscadas, mas não levou a energia embora, ainda bem, caso isso acontecesse, dormiria nesse caixa.

— Você leu o jornal? Mais um massacre, não sei por que as pessoas ainda insistem em fazer festas na floresta, esse maluco está matando todo mundo. - Nicolae me fita.

— Também não sei, se fosse eu, nunca mais pisava na floresta, não sabemos com o que estamos lidando. - Suspiro, esse já é o quarto ataque, e pelo que diz nos relatos, só pode ser de vampiros, espero que Ryan não seja o responsável por isso.

— Deve ser vampiros. - Sorri de canto e arregalo os olhos, será que ele sabe?

— Isso não existe Nicolae, não seja bobo.

— Lembra quando você chegou e te contei aquelas histórias? Bom, eu não estava brincando. - Sorri com maldade. - Essa cidade é muito sinistra, talvez um vampiro te pegue ao esperar o ônibus.

— Cale a boca Nicolae. - Jogo o jornal nele. - Isso é bobagem. - Coloco a mão em minha cabeça sentindo dor. - Droga, essas dores estão cada vez piores.

— Deixa-me ver. - Dá a volta no balcão e se aproxima. - Onde doí? Aqui? - Aperta alguns pontos de minha cabeça.

— Isso, bem aí. - Faço uma careta quando ele aperta as laterais de minha cabeça.

— Hum, pode ser enxaqueca, você deve passar em um médico formado, para te passar uma receita. - Sorri. - Por enquanto, só posso dar um beijinho para sarar. - Beija minha testa e sorri com a atitude.

— Idiota. - Sorri.

O sino da porta toca e nós viramos curiosos para saber quem entra, quase perdi meu queixo e meu coração ao ver quem está nos fitando. Nicolae se afasta e antes de sair, me dá boa sorte. Ryan se aproxima totalmente seco e me fita com intensidade, só me faltava essa.

— Boa tarde, em que posso ajudar? - Sorri, pois é meu trabalho.

Ele sorri com deboche e fita os doces, após alguns segundos volta para perto de mim e continua a me encarar, mas que coisa, garoto irritante.

— Quero 3 sonhos e uma torta de limão, mas só se não tiver sido feita por você irmãzinha. - Dou um sorriso forçado.

— Desculpe senhor, mas não faço tortas e sonhos. - Vou até a vitrine e pego seu pedido, que raiva.