Capítulo 66.

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 — Por que está me chamando assim? - A fito desconfiado.

— Porque é o que você é. – Esbraveja. - É um idiota também, se aproveitou da minha perda de memória e foi para os braços daquela... daquela cobra, maldita. - Vem até mim e começa a me bater. - Você me enganou, como pode fazer isso? - A deixo me bater, pois sei bem do que está falando e a deixo descarregar. - Isso explica porquê você ficou estranho quando disse que queria tentar de novo. - Se afasta e fica de costas para mim, ouço seu respirar ficar profundo. - Você é um idiota, maldita hora. - Fica em silêncio por alguns segundos e logo se vira para mim. - Você não vai dizer nada? - Esbraveja.

— Não sei como você é tão boba, como pode pensar algo assim? Não passou pela sua cabeça que ela poderia ter feito isso para te atingir? - Sorri. - Se eu estivesse com ela, não precisaria me esconder, faria isso na sua frente, como no aniversário de Jenny. - Me aproximo e ela fica parada. - Eu não preciso mentir e muito menos ter outra, eu quero você e sabe disso. - Acaricio seu rosto. - Já que está mais calma, poderia me dar um abraço?

— Você já ganhou um quando cheguei. - Diz ainda brava, então a puxo para mim e a abraço. - Para, me solta. - Diz em um fio de voz, a aperto e logo sou retribuído.

— Agora pode me dizer a verdade, sobre o que estavam falando a mesa? E não adianta dizer que era aquilo, que não vou engolir.

— Não é nada. - Desvia o olhar e suspiro.

— Você não sabe mentir, já disse isso. - A fito e posso sentir medo nela, mas do que? - Você está com medo? - Ergo a sobrancelha.

— Sim...

— De mim? - A fito confuso.

— Não... - Sorri.

— Que pena... Eu gosto de te deixar com medo, você fica parecendo meu alimento. - Sorri e me aproximo, já que ela não está relaxada para me dizer, vou aproveitar que não está mais brava comigo.

Fico a fitando por alguns segundos e ela sorri, que saudades desse sorriso, desses olhos, que mesmo de outra cor, não muda o brilho que sempre teve. Ergo seu queixo com minha mão e selo nossos lábios em um beijo lento, quero me lembrar de cada detalhe e sensação. Nos separamos e a deito em meu peito, fecho meus olhos e ficamos em silêncio, apenas curtindo o abraço um do outro.

— Promete que não vai se apaixonar? - Diz ainda em meu peito.

— Por quem?

— Por mim... - Suspira e a fito.

— Não posso prometer o que não vou cumprir, pois já é tarde demais, sabe disso.

— Você tem certeza disso Ryan? - Me fita com pesar.

— Tenho, pois quando você foi embora, meus dias foram uma bosta e quando estou com você, nada mais importa. - A fito. - Parece que só você faz meus dias melhores. - Coloco as mãos em seu rosto e acaricio seus lábios. - E quando eu te beijo... Eu me sinto mais humano, não sei. - A mesma me dá as costas e sai andando em direção a mansão, uso minha velocidade e paro em sua frente. - O que foi? Disse algo errado?

— Não... Você não disse, na verdade eu adorei o que disse, só que nesse momento isso é ruim. - Diz acariciando meu rosto.

— O que está acontecendo Sarah? - Suspiro e fecho os olhos por alguns segundos.

— Nada Ryan. - Se vira de costas para mim e a viro novamente.

— Olha pra mim Sarah... Por favor me deixa te ajudar. - Aperto sua mão.

— No momento você não pode, ninguém pode. - Sinto pesar em suas palavras e sei que ela descobriu algo, para ser mais exato, o que Samantha nos avisou.

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