O Que Desconheço.

Capítulo 09.

Sarah Cropper.

Não sei nem o que dizer de minha primeira aula, foi tão intenso o jeito que Ryan dançou comigo, o jeito que me levou foi surreal, pude sentir suas mãos gélidas em mim e seus olhos me fitarem com fogo, eu duvidei mas ele sabe dançar e muito bem por sinal, até seu final foi extraordinário, o jeito que me encurralou entre seu corpo e a parede e me excitou por completo, não sei ao certo, mas seu olhar se perdeu por alguns minutos, e se não fosse John entrar na hora, poderia ter o beijado naquele momento, mesmo sabendo que é meu patrão, mas ficou na cara o que ele estava querendo. Assim que John entrou, o mesmo se afastou, como se seu pai não pudesse saber que estávamos juntos naquele momento, enquanto fitava as duas garotas em minha frente, Ryan não tirava seus olhos de mim, pude até ver um sorriso brotar de seus lábios discretamente. John me apresentou a Jenny, que tem cabelos platinados aos ombros, olhos âmbar e um tom branco de pele, como se a mesma não tomasse sol nunca, o que não duvido, já que por aqui o sol não aparece sempre. Lorena é de uma beleza surreal, tem cabelos loiros até a cintura, olhos amarelos, magra e branca como todos aqui, ao apertar sua mão em um cumprimento, vejo o quão gélida é, chega me arrepiou. Depois das apresentações todos me deixaram a sós com Jenny, gostei dela, não é o cão como seu irmão, vejo que a mesma é apaixonada por dança, um pouco egocêntrica, mas nada que tire sua simpatia, descobri também que a mesma não tem 15 anos e sim que vai fazer 16 em alguns meses, isso explica seus pensamentos maduros, ela não gostou nem um pouco de seu pai a tratar como criança, ainda mais no anúncio de emprego, mas tirando esses detalhes, nossa aula foi agradável e parece que vamos nos dar muito bem. Já estava tarde quando sai da mansão Henson, porém antes de chegar ao hotel, Lorena foi me cutucar no salão de dança e logo depois, Ryan foi me encher a paciência, mas confesso que em certo momento ri de suas piadas naturalmente, foi estranho, parecia que nos conhecíamos a anos e não em horas.

(...)

Acordo com meu despertador tocando freneticamente, o desligo e são 6 da manhã, hoje começa as aulas na faculdade e se eu dizer que estou tranquila com isso, é mentira, pois minhas borboletas não param no meu estômago, não conheço ninguém além da recepcionista, os Henson e Nicolae, mas acredito que ele estuda em outro lugar. Me levanto e vou para um banho quente, faço minhas higienes e assim que coloco meu uniforme, dou risada, como assim saia? Lembro do uniforme da minha última escola, calça larga e blusa branca, bem simples.

— É realmente essa cidade se perdeu no tempo! - Sorri ainda me fitando no espelho.

Até que me caiu bem, valorizou minhas pernas, saio da frente do espelho e pego meu material, ao sair do quarto, dou bom dia a recepcionista e corro para a padaria, tenho alguns minutos para tomar café, me sento em uma mesa e Nicolae me atende.

— Bom dia universitária. - Sorri. - Café forte e panquecas?

— Exatamente. - Sorri.

— Você ficou muito bem com o uniforme de lá... E olha que ele parece ser de outro século. - Anota meu pedido.

— Sério? Obrigada. - Fico sem graça. - Você não tinha que está na faculdade também?

— Estudo no período da tarde, mas vou tentar mudar para uma universidade mais perto, assim posso mudar meu horário para manhã e trabalhar a tarde.

— E pretende se transferir para onde? - O fito.

— Essa. - Coloca a ponta da caneta no símbolo da minha blusa e sorri. - Vou buscar seu pedido para não se atrasar.

Assim que meu pedido chegou, o comi rapidamente e fui para o ponto de ônibus, como Nicolae estava muito ocupado, não quis atrapalhar, mas seria legal se ele se mudasse para a mesma faculdade que eu, não custa nada sonhar um pouco. Chego nesse castelo que todos chamam de faculdade e só falto babar ao vê-la de dia, a grama é mais verde, tem flores em alguns cantos e principalmente movimento de gente entrando e saindo, parece que estou sonhando, mas a insegurança teve que me lembrar que existe, mordo meu lábio e respiro fundo, entro no local dizendo a mim mesma que tudo vai ficar bem. Caminho pelo lugar com facilidade, como me perdi no dia da matrícula, achar meu armário vai ser fácil, quem diria, para quem só tinha mesa toda rabiscada e inteira se tiver sorte, agora tenho um armário novo em folha, não demorei para encontrá-lo no meio de tantos. Enquanto arrumo meus livros dentro, vejo uma garota ao meu lado, a mesma tem olhos verdes, usa óculos e tem cabelos castanhos até os ombros, eu diria que é muito estudiosa pelo seu jeito, provavelmente é minha vizinha de armário.