Quando cheguei em casa nada estava fora do normal. O que de um certo modo me decepcionou, não sei o que eu estava esperando talvez o tal do Jason me olhando e me querendo ou então o Carlo morrendo no chão por falta de ar, mas tudo estava igual.
Talvez o vazio nunca mude com a variedade do nada.
Quando acordei fui direto para cafeteria onde trabalho, sou formada em contabilidade, porém números não são exatamente a minha praia, mas café é.
Como de costume na hora do almoço voltei para minha casa onde comi o básico, depois de fazer a digestão comecei a relembrar o acontecido na noite anterior o que me fez reviver boas gargalhadas para o grande eco da imensidão da minha casa onde eu moro sozinha. Talvez eu vire mesmo uma louca dos gatos sem um gato, ou então talvez quebrado paradigmas que sempre tentei evitar eu adote um.
Eu nem sempre fui assim, já fui feliz em algum momento,mas agora eu apenas assisto a felicidade alheia da janelinha do meu quarto.
Acho que estou cansada de sentir pena de mim mesma. É que as vezes uma onda de empolgação me invade numa velocidade, porém se vai tão rápido quanto.
Então coloquei na minha cabeça que iria voltar hoje a noite e beber naquele bar! Quem sabe o rapaz esteja lá e ainda esteja Interessado? Provavelmente não, mas quem sabe? Como eu vou saber se ficar toda a eternidade me escondendo do mundo?
Ou talvez eu apenas entre no meu carro e fique na porta do bar, onde posso observar e ficar segura. Nossa! Essa ideia é super melhor, até porque não tenho boas memorias de sair com amigos e ir pra balada, por exemplo, as vezes esse estilo de vida nasceu para alguns, mas não para outros.
Ao anoitecer comecei a me arrumar, mesmo ficando dentro do carro não custa nada se arrumar, então coloquei uma calça preta, uma regata branca e minha jaquetinha preta. Resolvi usar minhas botas cano curto. Não me maquiei apenas passei um lápis azul o que já era rotina, meu cabelo é liso e isso é chato porque não posso fazer muita coisa com ele, então apenas fiz um rabo de cavalo.
Pronta.
Eu estava pronta para a noite que iria mudar a minha vida!(Sim estou exagerando!).Como hoje é sexta o lugar estava lotado, vendo isso meu primeiro pensamento era voltar para a minha casinha e assistir minhas séries e quem sabe até um filme, ou até a saga toda de Star Wars, que amo de paixão. No entanto eu falharia na minha missão e não gosto muito de falhar.
O que não faz muito sentido já que estou dentro de um carro vendo pessoas entrarem em um bar! O que estou fazendo da minha vida?
Quem sabe só uma olhadinha e até uma cervejinha. Sim! Isso eu posso fazer e assim o fiz.
Fui em direção ao bar, geralmente não gosto de beber, mas eu precisava de um pouquinho de coragem.
- Posso lhe ajudar em alguma coisa?- Perguntou um rapaz embaixo do balcão prestes a levantar e quando o fez ambos estávamos com uma expressão engraçada.- Fulana de tal.- Disse ele sorrindo.
- Carlo.
Ele limpava um copo e sorria de um jeito até cômico.
- Então decidiu dar uma chance pro meu amigo medroso?
Não consegui evitar uma pequena risada.
É claro que eu não iria facilitar para o destino, até porque nem sabia a intensão dele no início, então tive que dar aquela enroladinha básica.
- Me perdoe, mas realmente não estou Interessada naquele cantor.
Ele levantou a sobrancelha e me lançou um olhar malicioso.
- Então você deve estar interessada no...-Ele jogou o cabelo ao "vento" e mordeu o lábio inferior.- Belo rapaz hispânico logo a sua frente.- Logo depois ele piscou para mim, eu não aguentei e dei uma gargalhada vergonhosa que chamou a atenção das pessoas ao meu redor.
- Perdão, mas também não.
- Sim, sim é claro.- Ele se aproximou um pouco do meu ouvido.- Não pode estar interessado no rapaz hispânico, mesmo, sabe por quê?-Rindo eu neguei com a cabeça. - Porque sou colombiano.
Comecei a rir ainda mais.
Sinceramente não consigo me lembrar da última vez que tive mesmo que uma parcela dessa sensação.
-Ah! Já entendi, você é lésbica!
É sério minha barriga já estava doendo de tanto rir.
- Não. Mas também não tenho nada contra.
- Bom então apenas não está interessada... Muito bem, me diga o que vai querer...?- Eu não fazia ideia, talvez felicidade? - Olha, mais uma coisa, tenho certeza que fulana e seu primeiro nome, o que aliás é lindo só que você não teria outro ou talvez um apelido?
Eu encarei ele sorrindo para parecer simpática, Carlo parecia um cara legal.
- Olivia Jones.
- Carlo Rodriguez.- Ah ele é tão fofinho! Não sei se devia estar pensando isso, mas ele era. -Posso te chamar de Live? - Eu fiz uma careta que o fez desmanchar seu sorriso.- É só que Olivia é muito sério.
Ele ficou meio sem graça e deu um sorriso amarelo para disfarçar.
- Faz sentido.-Sorri de volta.
- Então Live, me diga, o que vai ser?
- Me surpreenda.
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Quando a Hora Chegar
Teen FictionAs vezes precisamos aceitar o destino, mesmo que doa, mesmo que te mate. Olívia Jones nunca gostou muito de conversar ou qualquer tipo de interação,era certinha, tímida e um pouco fria. Nascera em Virgínia e aceitava a vida que levava até que Jason...