É difícil pensar em como em um piscar de olhos, em uma fração miníma de segundo, muita coisa pode mudar.
Tudo aconteceu tão depressa, e ao mesmo tempo eu vi tudo em câmera lenta.
Tivemos um momento lindo, tudo estava indo tão bem, seus olhos tinham esperança, os meu tinham amor, e então de repente, ela fechou os dela.
- Jason, o que aconteceu com a minha neta?
- Eu não sei, mas não é nada bom.
Connor imediatamente correu para a emergência.
Bem acho que é exatamente isso que um médico faria, correria para salvar seu paciente.
Eu queria ir atrás, eu devia ir atrás, mas a única coisa que fiz foi desabar no chão como um covarde.
Estava me sentindo tão inútil, e isso é um sentimento horrível. Me lembro da primeira vez que me senti desse jeito, foi quando Ben morreu, quando ele me deixou, quando devia ter sido eu e não ele, a culpa, o medo, a raiva, estava tudo voltando para minha mente, para o meu coração mais uma vez, eu sei que não tenho culpa pela doença da Olívia, mas não consigo evitar esse sentimento.Acho que agora entendo o Patrick, tudo isso pode acabar enlouquecendo alguém, talvez ter ido embora foi a única maneira que ele encontrou de salvar a si mesmo.
- As vezes quando me sinto inútil em relação a situação dela, eu me lembro que sou apenas humana e não a nada que eu possa fazer... o que eu podia fazer... não posso, não geneticamente, por mais que eu me odeie por isso.. a culpa não pode ser possivelmente minha e muito menos possivelmente sua.
- Por que está me dizendo isso?
- Porque sei exatamente o que está se passando nessa sua cabecinha, Jason.
- Com todo respeito, não, não você não faz ideia do que se está passando na minha cabeça.
- Jason...
- Não! Não! Você não sabe! Ninguém sabe...- Acabei explodindo.- Sabia que minha irmã encheu meu celular de mensagens porque foi me visitar e minhas coisas estavam todas na rua! Todos os meu pertences na droga da rua! Eu fui despejado e nem estava lá, sabe onde eu estava?- Perguntei retoricamente.- Estava aqui...
- Com a minha neta.
- Sim, com a sua neta! Não estou dizendo que me arrependo, não, longe disso... é só que... desde que ela entrou na minha vida...eu... eu... nem se trata de mim... tem o Carlo também! Sabia que ele quase morreu! Sabia que eu fui um idiota a merda da minha vida inteira e não percebi que... que ele... eu não... simplesmente tudo... tudo... eu... eu amo a Olívia, mas, eu... eu...
- Está perdendo o controle da situação.
Fiquei mudo de repente, estava surtando de verdade.
- Eu não acho que já o tive alguma vez.
Pode parecer loucura, mas sempre me pareceu que eu sentia as coisas com muito mais intensidade do que a maioria das pessoas. Carlo costumava brincar que eu então era um vampiro, mas sinceramente nunca entendi o porquê. Quer dizer... vampiros tem sentimentos? Ah isso não importa, o que importa é que não sei explicar isso... isso dentro da minha alma, coração, cabeça... sei lá... é apenas um sentimento, uma sensação, algo horrível devo acrescentar, mas eu sinto muito mais ansiedade, muito mais raiva... muito mais dor.
- Emília, Jason...
Nos viramos sem nem hesitar.
Era Connor.
- Eu sinto muito.
- Como assim senti muito, Hank?- Emília já chorava e nem sabíamos o que Connor estava querendo dizer com aquilo, pelo menos eu queria acreditar que não sabíamos.
Ele ficou mudo por uns segundos, acho que estava tentando achar as palavras certas.
- Não a mais nada que se possa fazer... eu sinto... sinto muito.
- Não! - Gritei sem nem hesitar. - Não! Não! Ela vai viver, Connor, ela vai viver! Você não pode simplesmente me dizer que não a mais nada que se possa fazer! A gente está na droga de um hospital! Concerta isso! Concerta agora! Ela tem que viver! Se fosse pra morrer... ela... ela... ela tem que viver!
Comecei a chorar e Emília me abraçou me segurando para não cair, nem sei como ela me aguentou, mas não importava.
- Sem um doador... e com os dois rins corrompidos, infelizmente... não a nada que possa ser feito a não ser... esperar a hora chegar, e quando chegar, estar do lado dela... e ama-lá até o fim.
Comecei a sentir falta de ar e uma dor no meu peito, uma dor completamente agonizante, foi um sentimento horrível que francamente não recomendo, nem ao meu pior inimigo se eu tivesse um, é claro, acho que foi uma mistura de medo e raiva, porém o mais engraçado é que foi um alívio, pois depois de alguns segundos a dor passou.
Não me lembro de mais nada depois daquilo, apenas uma grande escuridão.
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Quando a Hora Chegar
Teen FictionAs vezes precisamos aceitar o destino, mesmo que doa, mesmo que te mate. Olívia Jones nunca gostou muito de conversar ou qualquer tipo de interação,era certinha, tímida e um pouco fria. Nascera em Virgínia e aceitava a vida que levava até que Jason...