Olívia

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- Vovó, eu encontrei um amigo e nós vamos dar uma caminhada. Prometo que vai ser rápido.

Ela se virou da cadeira onde estava sentada me encarando com aquele mesmo olhar malicioso de hoje cedo.

- Vai sair com o espanhol caliente de novo?- Disse ela remexendo os ombros.

- Vóvó! -Tive que respirar fundo- Não é com ele que vou caminhar.

- Dois em um dia!

- Vovó! - Eu pude sentir o vermelho invadir minha pele.- Falando assim o que o doutor Harrison vai pensar de mim!

Disse apontando com a cabeça para ele.

- Não se preocupe Olivia, sabe muito bem que eu nunca pensaria alguma coisa negativa sobre você. - Disse ele do outro lado da mesa.

- Diz isso porque deve ter esquecido o dia do casamento.

Ele acabou sorrindo triste com meu comentario.
Patrick Frederic Harrison, apesar de muito novo,era o melhor médico que já vi na vida. Eu sempre brinco que minha avó gosta dele e vai agarra-ló, mas na realidade nós dois já tivemos uma coisa, nenhum dos dois sabia ao certo, na verdade eu que não sabia o que era, mas era especial.

- Eu vou deixar vocês dois terminarem a reunião, mas sério não vou demorar.

  Eu já estava no corredor, virando para chegar na recepção, quando senti alguém puxar meu braço.

- Olivia eu... eu... nós precisamos conversar... eu...

- Você demorou, está tudo bem?

Quando percebi, Jason estava entre nós.

- Foi mal é que minha avó é meio...

- Ecentrica?- Patrick completou minha frase.

Jason olhou de um jeito estranho para ele, mas o cumprimentou mesmo assim.

- Depois nos falamos doutor Harrison.- Ele asentiu não querendo asentir, mas agora realmente não era o momento certo para conversarmos.
Talvez nunca haja, um momento certo para nós dois.

No começo a caminhada foi um pouco chata, ninguém falava nada, é difícil de acreditar que alguém como Jason teria vergonha de iniciar uma conversa.

Foi então que vimos uma artista de rua com um violino e Jason pediu para que ela tocasse Faith, a mesma música que ele estava cantando no karaokê na noite em que nos conhecemos, ou melhor dizendo, na noite que eu o esnobei, não sabia que era possível escutar um tipo de rock em um violino, mas a mulher mandou muito bem.

Enquanto ela tocava Jason fazia graça, dançando e rebolando no meio da rua, me fazendo rir demais até minha barriga começar a doer.

Depois de um tempo caminhando começamos a conversar de verdade.

Quando a Hora ChegarOnde histórias criam vida. Descubra agora